Cruzeiro muda estilo contra o Santos e mostra que tem time para vencer em Porto Alegre pela Copa Brasil
Luiz Linhares*
Vou te contar uma coisa, caro leitor. A cada dia que passa e a cada situação que o mundo do futebol nos proporciona chego à conclusão que muitas coisas ocultas fazem parte do dia a dia entre atletas do time celeste. E que mesmo muito do que acontece não chega ao conhecimento público.
Não há como entender de forma racional a mudança de postura e a forma eficiente que o Cruzeiro passou a ter de uma hora para outra. Não me venha dizer, caro torcedor, que simplesmente a saída de Mano Menezes para entrada de Rogério Ceni, que teve pouco tempo para treinamentos, possa ter provocado toda essa alteração positiva.
Afirmo que alguns jogadores, ou o grupo, quando querem ou desejam uma mudança tudo tende a acontecer. Do nada cito o Tiago Neves que não vinha rendendo nada. E foi o melhor em campo.
E o Fred que mal tocava na bola se tornou um centroavante bem ativo, um pivô perfeito para a combinação de várias jogadas dentro da partida.
O Cruzeiro teve um primeiro tempo brilhante, envolvente. Chegou a ser avassalador para cima do líder Santos, que perdeu um zagueiro com dois minutos de jogo, o que contribuiu para dar força a mais ao time celeste.
O torcedor do Cruzeiro ficou entusiasmado com o que viu na primeira partida do time sob o comando de Rogério Ceni. De cara já conseguiu sair da zona de rebaixamento e agora tem a missão de se afastar de vez das últimas colocações.
Pelo que se observou ontem, a missão vai ser fácil. O Cruzeiro tem time e força para muito mais. Pelo que mostrou contra o Peixe, o torcedor pode acreditar que em Porto Alegre tudo pode acontecer. O time azul celeste está vivo na busca da virada – e assim se mantendo, estará pronto para mais uma final de Copa do Brasil.
No próximo fim de semana a equipe vai a Maceió enfrentar o CSA com muitas chances de lá conquistar outra vitória. E deixar tudo bem mais tranquilo no campeonato Brasileiro.
Com medo de perder, Atlético vacila na saída de bola e é derrotado em Curitiba
O medo de perder muitas vezes ofusca uma possibilidade de vitória. Assim entendo o que se passou no último compromisso do Atlético pelo Campeonato Brasileiro.
Jogando na Arena da Baixada, em Curitiba, contra o xará paranaense, o Galo usou força máxima e tinha uma missão de conseguir a vitória para se manter entre os primeiros colocados. E, também, para encostar no Santos, que ocupa a liderança da competição.
No campo, o adversário veio com um time com algumas poucas mudanças em relação ao time titular, que havia jogado no meio de semana, em Porto Alegre pela Copa do Brasil. Os jogadores mais desgastados foram poupados. Era mais um sinal para o Galo mineiro jogar pela vitória, para conquistar fora de casa uma vitória importante.
Pena que não aconteceu como era esperado. Isso ocorreu, primeiro, pelo posicionamento do time, que se manteve de forma cautelosa desde o início do jogo.
E assim foi alternando momentos no jogo, que seguiu no primeiro tempo com maior volume do time mandante, que contava com apoio do torcedor. Já o Atlético Mineiro aparecia vez ou outra com qualidade, pela boa criação do talento de um ou outro jogador, chegando com perigo. Mas faltou colocar a bola na casinha adversária. Só não contava com vacilo na saída de bola, jogo errado, o que deu ao adversário a chance de gol que não foi esperdiçada.
Entendo que o Galo deixou o campo ao fim do primeiro tempo em desvantagem de forma injusta. Se abriu no segundo jogando como quem quer vencer, criou e foi eficiente. Mas o gol não saiu pela qualidade do do goleiro Santos, do Atlético Paranaense, que fez defesas milagrosas. O Galo mineiro parou no goleiro Santos e assim conheceu mais uma derrota. Volto a afirmar: o medo de perder às vezes ofusca uma vitória.
A semana é de Copa Sul-americana, com a primeira partida em Belo Horizonte contra o desconhecido La Equidade, da Colômbia. Vejo o Atlético como forte favorito para fazer um belo placar e também definir uma situação quanto ao jogo de volta. O Galo tem sido forte no Independência este ano. Só não pode jogar sem bola. Ou seja, que faça prevalecer o seu favoritismo em campo.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-Am