Crescimento da taxa de transmissão de Covid-19 em Itabira já preocupa as autoridades em saúde

Itabira, assim como o Brasil, está vivendo um aumento significativo de casos de novo coronavírus (Sars-Cov-2), principalmente com o surgimento de novas sublinhagens. A mais preocupante, ainda não detectada no município, mas já com registros em São Paulo, Amazonas, é a BQ.1.

Além dessa sublinhagem, as autoridades em saúde preocupam também com outra subvariante, a BA.5.3.1, que tem sido associada ao aumento de número de casos no Norte do país.

Entretanto, como resultado da campanha de vacinação,  pesquisadores ressaltam que não foi observado aumento de casos graves, mesmo com a maior incidência da doença, com novos casos positivos.

Novos casos em Itabira

Ainda não se sabe quais dessas sublinhagens têm contribuído para o aumento de número de novos casos de Covid-19 em Itabira. Mas segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, de dois casos notificados na semana retrasada, esse número saltou para 14 pacientes com o vírus na semana passada, com registro até sexta-feira (11).

Com isso, foi registrado uma taxa de transmissão (Rt) de 1.3, o que confirma a tendência de aumento do número de casos no município.

Para se prevenir da doença, e de casos mais graves, entre as recomendações dos especialistas estão a atualização do esquema vacinal, incluindo a dose de reforço, conforme definido pelo Ministério da Saúde.

Além disso, a recomendação é para a utilização de máscara por pessoas imunossuprimidas e idosos em ambiente com muita circulação, especialmente em locais fechados.

Esquema vacinal

A preocupação maior é com quem não completou o esquema vacinal, o que inclui crianças. Nos Estados Unidos, as principais vítimas são justamente as crianças que não completaram o esquema vacinal, com aumento de hospitalizações pediátricas em todo o país – situação que certamente se repete, ou pode repetir, também no Brasil.

Para a prevenção da doença, e de agravos, o meio mais eficaz é a vacinação, inclusive com as doses de reforços, conforme recomendado pelas autoridades em saúde (confira no quadro abaixo o calendário e locais de vacinação em Itabira).

Embora não se tenha registro de casos mais graves no país, só pelo aumento de número de pessoas testadas positivas para a doença já é preocupante, o que confirma que a pandemia ainda não acabou.

Monitoramento

A BQ.1 é monitorada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde a primeira semana de outubro. A prevalência estimada, até o momento, é de 6%.

A sublinhagem já foi detectada em 65 países, mas a OMS ainda não possui dados suficientes sobre a gravidade e a capacidade de escape vacinal.

Mas ressalta a preocupação com a capacidade de crescimento significativo sobre outras sublinhagens, o que já foi observado na Europa e nos EUA.

Tempestade (in)perfeita

Ainda nos Estados Unidos, a preocupação já é com o que chamam de Tripledemia, que são infecções respiratórias causadas pela epidemia de três diferentes vírus: Sars-Cov-2, causador da Covid-19, o VRS (vírus sincicial respiratório) e influenza (gripe).

Mais uma vez, também nesses casos, as maiores vítimas são crianças que não completaram o esquema vacinal.

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, além dos Estados Unidos, países mais afetados pela Tripledemia estão no hemisfério sul do continente: Argentina, Chile, Uruguai e Brasil.

Como nenhum desses vírus é novo, a suspeitas das autoridades em saúde é que muitas pessoas adquiriram a chamada “dívida imunológica”, já que não foram expostas a esses vírus durante a quarentena contra a covid-19 nos últimos dias.

“Está acontecendo agora porque ficamos quase dois anos isolados sem contato com esses vírus, então é normal que tenhamos agora a circulação de todos eles, causando uma epidemia múltipla”, disse ao UOL Notícias o infectologista Renato Grinbaum, professor de medicina da Universidade Cidade de São Paulo.

Segundo ele, os três vírus causam manifestações parecidas, como febre baixa, coriza, dor de cabeça e nos olhos, obstrução nasal, espirros, dor de garganta.

Segundo o infectologista, com a coexistência desses três vírus é preciso redobrar as atenções, especialmente com as crianças, além de se vacinar contra a covid e a influenza.

Outras medidas preventivas recomendadas e já conhecidas, incluem o uso de máscara pelas pessoas em situação de risco: idosos e pessoas com comorbidades. E, também, evitar aglomerações se estiver com sintomas de qualquer uma dessas doenças.

 

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