CPLP e os diplomatas da boa vontade
Presidente Lula participa da cúpula da CPLP em São Tomé e Príncipe
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Veladimir Romano*
Uma semana ativa de trabalhos fechou com a presença da maioria dos chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), reunião realizada na ilha de São Tomé, onde a XIV organização dos países falantes da Língua Portuguesa debateram o futuro, pelo menos até 2025.
Embora tivessem faltado Moçambique e Timor, no discurso final do presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva, discreto, foi aquele que mandou mais recados ao grupo de nações, fazendo 27 anos falando a mesma coisa sem que nada do muito prometido aconteça…
Paralelamente ocorreu a XXVIII reunião do Conselho dos Ministros, mas onde nem mesmo empresários se mostram otimistas depois de várias cúpulas ao longo dos anos prometendo tanto.
Poucos são os que estão convencidos a não ser diplomatas da boa vontade, nessa última reunião apontando ao tema da “Juventude e Sustentabilidade”, ao debater questões como “Emprego Jovem”, “Proteção dos Oceanos”.
Foi debatida também a problemática com línguas nacionais e, mais uma vez, sobre “Igualdade” [com 100 membros consultivos, 33 observadores, 13 novas entradas quando da governação de Angola, desta volta, entrando apenas o Paraguai, o mais recente membro].
Apenas sete mulheres marcaram presença a topo-nível. Assim, no Palácio dos Congressos e São Tomé, o conceito “Globalização”, esqueceu [à exceção de Portugal], desde Timor, passando por África, indo ao Brasil, sociedades onde 60% são jovens, com a população precisando de muitos cuidados para que não se percam por caminhos indevidos e, como tal, precisam de mobilidade realista, acima de tudo: acreditar eliminando fantasias.
Entretanto se pergunta: onde anda a cooperação econômica? Ficamos descuidando de avanços institucionais, deste efeito, discurso político, chega até onde pode, com muitas promessas seguindo caminhos nem sempre bem escolhidos, porém, manifestando o que convém responder em termos quando a intemperança se assemelha à razão da fome.
No desempenho Republicano, negligência, não deveria ser permitida ou aceite como a difícil ginástica física, financeira e mental que povos na CPLP fazem, faltando prática oficializada nas leis executivas pela justiça social e na real capacidade dos governos compreenderem a cultura, empreendedorismo dos povos falantes da Língua na qual nos entendemos com pluralismo de consciência livre, infelizmente resguardada sem poder manifestar expressões decisivas dessa infusão motivada.
Mas no final, presa aos diplomatas que depois se vão esquecendo dos compromissos… melhor: se transformando na coletiva de letárgico movimento.
Ou a CPLP se desenvolve promovendo verdadeiros programas, respeito genuíno entre nações, solidários como jamais um dia se viu, com criatividade credível e a vocação não seja equivocada.
A próxima reunião será na Guiné-Bissau. Pelo menos que sirva para trazer paz definitiva aos povos desta nação sacrificada com golpes, atraso, fome, sofrimento, lutas e muita traição à memória de Amílcar Cabral.
* *Veladimir Romano é jornalista e escritor luso-cabo-verdiano.