Cop27 – exemplos capitalistas com danos irreversíveis

Foto: Kiara Worth/UNFCCC

Veladimir Romano

Aplicando várias estratégias com a finalidade e continuação viciada no lucro exacerbado, várias mudanças econômicas foram agitando mercados e esses seguem resistindo ao evidente anunciado desastre ambiental que o planeta está sofrendo.

Nasceram planos badalados como “emergência climática”, “emergência planetária”, “desenvolvimento sustentável”, “renovação de matérias”, “reciclagem”, com falas entrando no ouvido, bem sugestivas, mas nada práticas, apenas do ponto de vista discursivo

Não tem político, empresário, banqueiro ou parlamentar que não conheça já o cardápio maravilhoso recheado de semântica fácil, óbvia e amiga.

O problema tem sido o dia seguinte depois de muitas cúpulas onde já vamos colecionando 27 já realizadas para pensar, criticar, idealizar, assumir, regatear, fantasiar, mas de pouca ação.

Isso enquanto povos estão vendo seus territórios inundados pela subida das águas, outros, assumindo a seca.

E todos fazendo leituras graves de como a nível planetário vão ocorrendo as mudanças climáticas, novas espécies de insetos estão aparecendo, vírus multiplicando sua corte, plantas desaparecendo, rios diminuindo perigosamente seus caudais.

Com tudo isso, o discurso continua o mesmo tal como falou o secretário das Nações Unidas: «Bom seria que as grandes empresas deixassem de mentir»… como quem diz para que deixem de jogar o planeta na roleta russa.

Lamentável que no COP27, não tivessem os organizadores de haver criado salão exclusivamente para cientistas, gente entendida nas matérias mais sensíveis ao invés de políticos, empresários ou gente que apenas enche a sala fazendo figura do plano zero, inútil ou empatando tempo.

Melhor seria se estudiosos pudessem debater estratégias nas tão necessitadas orgânicas da Biosfera, aproveitando influências positivas da região de Sharm el-Sheikh [Cidade da Paz, com 80 mil habitantes; aqui se assinou em 1979 o fim da guerra Egito-Israel], na famosa, bonita e pacífica Península do Sinai.

Mais de trezentas reservas da biosfera em quase oitenta países, com locais onde nações conseguiram organizar dezessete reservas distribuídas dentro de suas fronteiras, cuidando, partilhando experiências, mereciam mais atenção da classe dirigente.

E até mesmo responsável posição financeira dos industriais, sistema bancário projetando inovações financeiras aos empreendedores experientes que hoje lutam para criar bolsa econômica a novos investimentos.

O processo a uma reserva é rigoroso, exigente, controlado pelos Comités Internacionais, aqui não esquecendo a enorme relevância da grande bacia Amazônica, sul e sudeste asiático. Como neste momento os sub-representados sistemas biogeográficos europeus com importantes particularidades merecendo muita atenção nas reuniões climáticas como aquilo que vai acontecendo no baixo Egito.

Entendemos a surpresa dos quantos esquecem a influência ainda agora, dessa força onipresente de interesse do grande capital que nem pensa por pouco como danos irreversíveis estão minando o planeta em todas as direções.

Já não é inocência, antes uma multiplicidade de interesses complicadamente entranhados nas políticas onde a força do dinheiro supera a saúde, segurança, equilíbrio, veracidade da vida quotidiana presa no egoísmo de um sistema que unicamente consegue pensar, analisando quantidades ignorantes das verbas, que depois são transferidas ao oásis fiscais.

Esta é a verdadeira realidade de uma sociedade perdida, afunilada na sua própria lama e que não consegue alimentar a alma por meio de uma saudável dispersão onde o valor do capital pudesse ser apenas o veículo de todos os dias sem tormenta.

*Veladimir Romano é jornalista e escritor luso-cabo-verdiano.     

 

 

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