Comunidades quilombolas Morro Santo Antônio e Capoeirão apresentam reivindicações e aguardam atendimento pela prefeitura de Itabira
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Nesse domingo (4), um grupo de pessoas comprometidas com a integração e melhor comunicação com os Quilombos, e com os demais segmentos culturais e sociais de Itabira, liderado por Nayara Crispim, diretora da Reparação, Promoção da Igualdade Racial, da Prefeitura de Itabira, visitou as duas comunidades quilombolas de Itabira: Capoeirão e Morro de Santo Antônio.
“Foi um dia bastante proveitoso, com o grupo interagindo com as duas comunidades, conhecendo a realidade por meio de rodas de conversa com os moradores”, conta o ativista José Norberto de Jesus, o Bitinho, um dos fundadores, na década de 1980, do Movimento Negro Unificado (MNU) em Itabira
Segundo ele, as demandas dos moradores foram anotadas e a Prefeitura deve priorizar o atendimento daquelas de maior necessidade – e que ainda se encontram em compasso de espera, carecendo de medidas urgentes, já que são há muito conhecidas pelo poder público municipal.
“O encontro foi bem descontraído. Visitantes e moradores dialogaram francamente em busca de soluções e resultados”, acrescenta o ativista.
“Como é de costume nesses quilombos itabiranos, fomos recebidos com fartas e boas iguarias da comunidade, que tem tradição de bem receber os visitantes”, diz Bitinho, que agradece:
“Às lideranças dessas comunidades, senhor Canuto e Jonathan, da comunidade quilombola Capoeirão, a matriarca Tira e dona Rosinha, juntamente com Vinício e família (do Morro Santo Antônio), nosso agradecimento pela receptividade e ricas trocas de informações.”
Itabira antirracista
Nesta segunda-feira (5), às 19h, no auditório da Associação Comercial, Industrial, Serviços e Agropecuária de Itabira (Acita), a Prefeitura de Itabira, por meio da Diretoria Municipal de Promoção da Igualdade Racial, da Secretaria Municipal de Governo, lança o Selo Equidade Étnico-Racial.
Na oportunidade será entregue o prêmio Expressões Afro-Itabiranas. Uma das homenageadas é a diretora da Cáritas Diocesana, e também conselheira do Codema, Maria da Conceição “Lia” Leite Andrade.
“Mulher de fibra, preta, mãe e avó, Lia está na rede Cáritas há mais de 25 anos atuando em pastorais sociais, conselhos municipais e em defesa da mulher negra, dos territórios quilombolas e na luta pelo meio ambiente”, diz nota da Cáritas Diocesana, cumprimentando a homenageada.
Empoderamento feminino
Também nesta segunda-feira, às 18h, a Prefeitura de Itabira inaugura a Fábrica Maria Casemira, no bairro Pedreira do Instituto, pelo projeto Polo Econômico da Mulher de Itabira.
Maria Casemira Andrade Lage (1828/1929) “foi a principal acionista da Fábrica de Tecidos da Pedreira, inaugurada em 1888, tendo funcionado até a década de 1950”, conta o memorialista Mauro Andrade Moura, sobrinho trineto da primeira empreendedora itabirana.
No seu auge, a fábrica da Pedreira chegou a gerar mais de 100 empregos, com predominância da mão de obra feminina.
Maria Casemira foi também homenageada pelo ex-prefeito Li Guerra (1993-96), que deu o seu nome ao Distrito Industrial II, onde está instalado o campus da Unifei. A homenagem foi por meio da lei municipal 3.174, de 30 de maio de 1995.
A fábrica Maria Casemira integra o projeto Polo Econômico da Mulher (PEM), que trabalha com o fortalecimento familiar de mulheres em situação de vulnerabilidade social.
O PEM está há um ano em atividade. É uma associação sem fins lucrativos, criada para capacitar e direcionar as mulheres ao empreendedorismo, principalmente no ramo da indústria têxtil.
O seu objetivo é alavancar micro e pequenas indústrias no município nesse segmento econômico e que é histórico em Itabira, que além da fábrica da Pedreira, teve também a fábrica de tecidos da Gabiroba.
Lindo! Lindo! Lindo! Viva o povo quilombola!
Viva Norberto, de seu Nael!