Comunidade quilombola do Capoeirão lança “vaquinha on line” para reformar e equipar a associação comunitária

Localizada na zona rural, a 20 quilômetros do centro de Itabira, a comunidade quilombola do Capoeirão está promovendo uma vaquinha on line para reformar a sede de sua associação comunitária.

As contribuições podem ser feitas clicando aqui.

Além da reforma da sede, os organizadores esperam adquirir materiais básicos para equipar a entidade, como telefone, computador e demais materiais de escritório. Recursos são necessários também para o custeio da associação.

Atualmente, mesmo com a escassez de recursos, a associação já promove aulas de reforço escolar, desenvolve projetos de esporte e lazer na comunidade, tendo feito a poda da grama e marcação do campinho de futebol.

E promove eventos culturais, como rodas de conversa para troca de saberes e resgate da memória da resistência do povo quilombola frente à escravidão.

Reconhecimento

Comunidade se organiza para valorizar o território, fortalecendo-se para apresentar as suas reivindicações por melhores condições de vida (Fotos: Divulgação)

A Associação dos Moradores da Comunidade Quilombola do Capoeirão foi constituída assim que saiu a certificação pela Fundação Cultural Palmares, em 30 de outubro de 2019. Com a certificação, território e comunidade foram reconhecidos como remanescentes de um quilombo, na luta contra a escravidão. Saiba mais aqui.

Conforme explica o morador, pesquisador e professor Jhonatan dos Santos Ferreira, o objetivo da associação é também reivindicar ações de melhorias e infraestrutura adequada para se viver com dignidade no território.

“Buscamos ainda captar recursos oriundos de leis de incentivo à Cultura, como forma de resgatar e fomentar nossas tradições”, conta o professor.

Raízes ancestrais

Artesanato em taquara é uma das muitas tradições que não se perderam na comunidade

Trata-se de uma comunidade tradicional, que utiliza o seu território como meio de subsistência. “Valorizamos o nosso patrimônio cultural por meio do resgate de nossa memória e ancestralidade”, explica Jhonatan Ferreira.

Para isso, a comunidade procura manter vivos os ofícios e as tradições locais. Como exemplos, o professor cita a teciitura de balaios e peneiras em taquara – e também de colchas de retalho.

Outra tradição que se mantém presente na comunidade é a construção de casas de pau-a-pique, além da fabricação artesanal de farinha de mandioca, o cultivo de feijão, cana-de-açúcar, milho-crioulo, artesanato em coité e cabaças.

“Lutando pela valorização de nossas tradições, buscamos formas de repassar a nossa cultura e o nosso conhecimento aos jovens quilombolas de nossa comunidade”, diz o professor, que acredita ser a educação o melhor caminho para resgatar e manter viva a cultura local. “Com a educação, procurarmos também ressignificar o sentido de ser quilombola”, explica com orgulho.

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5 Comentários

  1. Enfim uma notícia espetacular a RESISTÊNCIA, presente. Que gente bonita, forte, resistente, claro que vou depositar na segunda um pouquinho para o POVO que construiu o Brasil.
    Aceitam livros?

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