Começa neste sábado (20) o período das convenções partidárias com Marco Antônio Lage saindo na frente na corrida à sua sucessão em Itabira

Fotos: Carlos Cruz

Diz o adágio popular que “quem sai na frente, bebe água limpa”. Se assim for, o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) já arranca com vantagem na corrida eleitoral à sua sucessão no paço Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira.

A sua coligação partidária de centro-esquerda (PSB, PRD, PDT, Solidariedade, Rede e Psol) será a primeira a realizar convenção partidária conjunta para definição dos candidatos a prefeito, vice-prefeito, vereadores e vereadoras, neste sábado (20), com início às 16h, no ginásio da Fundação Itabirana Difusora de Ensino, na avenida Carlos Drummond de Andrade.

Na tentativa à reeleição, Lage repetirá a dobradinha vitoriosa nas eleições municipais de 2020, permanecendo o atual vice Marco Antônio Gomes (PRD) compondo a chapa majoritária.

O atual chefe do executivo municipal sai na frente também por ter sido o primeiro a lançar a sua pré-candidatura, ainda no ano passado, quando em uma reunião com professores disse que precisaria de mais tempo para reformular a educação básica, prioridade constitucional do município, e assim reverter o baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) que se arrasta há muitos anos em um município com opulento orçamento.

Diz precisar também de mais tempo para implementar o projeto Itabira Sustentável, parceria com a mineradora Vale, com o qual espera reformular a estrutura urbana da cidade, melhorando a mobilidade, além de promover a necessária e urgente diversificação econômica do município, sempre adiada por diversas razões, dentre elas pela falta de recursos hídricos disponíveis para atrair novas indústrias, uma vez que as principais outorgas foram historicamente monopolizadas pela mineração.

Barreira histórica

Mas para a sua campanha sair vitoriosa nas urnas, Lage terá que romper com uma tradição que se arrasta em Itabira desde o instituto da reeleição, em 1997, para cargos majoritários (presidente, governador e prefeito com os seus respectivos vices).

Desde então, o único prefeito que conseguiu se reeleger foi o comerciante João Izael Querino Coelho (PMN) em 2008, quando retornou pela segunda vez ao terceiro andar da prefeitura, em uma reeleição apertada em que ficou com 51,9% dos votos válidos. Em segundo lugar ficou Damon Lázaro (48,1%) e em terceiro o petista Jackson Tavares (24,5%), que havia perdido a reeleição anos antes, mesmo sendo até a véspera franco favorito.

Em seu segundo mandato, João Izael enfrentou muitas dificuldades e não fez uma administração com a aprovação obtida em sua primeira gestão à frente do executivo municipal.

Tanto foi assim que o médico Damon Lázaro foi eleito em 2012 com uma acachapante vitória, obtendo 78% dos votos válidos contra 22% de seu principal concorrente, o ex-prefeito Ronaldo Magalhães, que deu o troco nas eleições seguintes.

Candidato à reeleição em 2016, Damon Lázaro foi fragorosamente derrotado, amargando a penúltima colocação com apenas 6% dos votos válidos.

Vitorioso nessas eleições, Ronaldo Magalhães não conseguiu se reeleger em 2020, mesmo sendo favorito até a véspera. Ele foi derrotado em sua intenção de retornar ao paço municipal pelo até então neófito na política, o jornalista Marco Antônio Lage, que obteve 50,59% dos votos válidos, enquanto o então prefeito ficou com 43,34%.

Pois é essa tradição de Itabira não reeleger os seus prefeitos que Marco Antônio Lage espera quebrar nas urnas, o que não parece difícil frente à sua popularidade, comprovada em eventos públicos, como também pelo favoritismo nas pesquisas oficiosas tanto da situação como da oposição.

Mas a confirmação só haverá mesmo nas urnas, com o voto soberano do eleitorado itabirano. A conferir a partir de 17h de domingo, 7 de outubro.

Outros candidatos

Dividida até então, as oposições também já lançaram os seus pré-candidatos: o vereador Neidson Freitas (MDB), o ex-prefeito João Izael, além do ex-delegado Robson Matos Esteves, o doutor Robson (Novo), e do servidor municipal Ronaldo Teteco (PRTB).

Outros candidatos ainda podem ser lançados até o prazo final para os partidos e as federações realizarem as convenções, que se encerram em 5 de agosto. Já o prazo para registro das candidaturas vai até 15 de agosto e até lá muita coisa pode acontecer neste início da corrida sucessória.

A partir de 30 de agosto até 3 de outubro, prepare os ouvidos: emissoras de rádio e de televisão, e os indefectíveis sons volantes, começam a veicular a propaganda eleitoral, marcando o início oficial das campanhas, que já tiveram início há mais tempo, ainda que de forma velada, porém nem tanto.