Com vitória histórica sobre o River, Flamengo comprova, mais uma vez, que o jogo só acaba com o apito final
Luiz Linhares*
Uma coisa é certa. Não é para qualquer um. Independentemente de sua paixão clubista, não se pode menosprezar o feito flamenguista. Nenhum clube neste planeta, acredito, tem o feito alcançado de vencer uma copa no sábado e no domingo sagrar-se campeão de seu país.
O Rio de Janeiro e o Brasil, de forma geral, comemoram o grande feito daquele que é o melhor clube do futebol brasileiro e agora da América do Sul. Fazendo uma análise sem paixão, e com olhos de profissional na área, tenho que reconhecer que o Flamengo achou o título…
Dentro do jogo, e nos 90 minutos da partida contra o River Plate, num duelo cercado de tradição, foi uma das piores apresentações do Mengão. O time não se encontrou, tomou um gol logo aos 15 minutos iniciais e se perdeu na marcação dos argentinos.
Esses, por sua vez, passaram a dominar o jogo inteiramente após a vantagem alcançada e tiveram oportunidade para matar o jogo. Mas não fizeram o gol que poderia lhe traduzir uma maior vantagem. Cozinharam o jogo e o levaram de forma favorável até os minutos finais.
Via-se o ar do já ganhou nos argentinos. E, a partir daí, os deuses do futebol quiseram que o talento brasileiro se mostrasse. Foi assim que em três minutos Bruno Henrique, Arrascaeta e Gabriel mudaram a história. Foram para o empate e partiram para buscar a vitória.
De forma improvável pelo que se desenhou, o Flamengo fez a virada e conquistou a América. Não ganhou de qualquer um: venceu o que era o atual campeão, o time que se tornou finalistas mais vezes nos últimos anos, sem contar se tratar de um grande do futebol argentino.
Simplificando tudo em relação a Libertadores: o Flamengo correu atrás do quase impossível e mostrou ao mundo que o jogo só acaba com o apito final. Castigo para o treinador do River que comemorou antes e cutucou marimbondo com vara curta.
Foi uma virada épica com certeza, mas com a grandeza do que é o Clube de Regatas do Flamengo. Uma paixão, uma nação rubro-negra se fez feliz e de quebra ainda levou antecipadamente o título de Campeão Brasileiro.
Todo o mérito para um belo planejamento, um projeto vencedor. Prova viva de que casa em ordem e competência fazem no futebol a alegria de uma torcida e quase certo a certeza de conquistas.
Não nos resta, principalmente nós mineiros, ficar com uma dorzinha de cotovelo. Devemos sim parabenizar o Mengão pelos feitos – e quem sabe também tirar os proveitos para que ocorram dias melhores por aqui.
Cruzeiro não reage e vive a ameaça de carimbar o passaporte para a segunda divisão
Foi mais um final de semana para se esquecer em termos da serie principal do Brasileirão – e em especial pelo que não mostraram os grandes de Minas.
Deu dó a apresentação do Cruzeiro em Santos, embora a todos que me perguntavam se o Cruzeiro vai cair, respondia com convicção que não, que o time ainda iria se livrar desta.
Bem, era o que eu respondia… Mas após empatar em casa com o lanterna Avaí e perder feio para o Santos já tenho minhas dúvidas. Todo mundo se resolve, menos o Cruzeiro que não sai do lugar, não demonstra melhoras.
Abel Braga está como aquele médico que vê sua paciente sofrer, piorar e pergunta o que está acontecendo. Ora bolas, é ele que está ali para resolver, solucionar. Mas nada disso acontece.
O se observa é o time piorar sob o comando de Abel Braga, que persiste na insistência com os medalhões que nada rendem e uma nova desculpa a cada tropeço.
A semana se apresenta com uma nova chance de vitória, sem o mínimo direito de errar. É isso ou o passaporte para a divisão inferior. Tem de ter coragem para mexer no todo, mudar peças e jogar de vez a garotada no fogo.
Pouco tempo pela frente, mas ainda há tempo. É o salve-se quem puder. Não se pode mais suportar o que se viu contra o Santos, uma caricatura de time. Honrar a camisa vencedora é obrigação.
Ansiedade cresce no Galo que precisa vencer para permanecer na elite do futebol brasileiro
Jesus acende a luz, mais uma derrota do Atlético dentro de seus domínios, mais de 32 mil torcedores no Mineirão em um domingo chuvoso e esperançosos de ver o alvinegro buscar uma simples vitória para alcançar os pontos necessários para se manter nesta divisão principal.
É fato que o time enfrentou um adversário qualificado, campeão da Copa do Brasil e competente com certeza.
E posso aqui escrever que o Atlético mineiro foi muito mal contra o xará paranaense. Foi um jogo de equilíbrio com chances criadas para ambos. O Galo chegou em três boas oportunidades, obrigando o goleiro Santos fazer defesas arrojadas, salvadoras. .
Fora esses poucos lampejos de bom futebol, foi um time comum com erros de criação e dificuldade para achar o espaço de trabalho. Foi assim que esbarrou na competência de um time bem montado.
Como castigo, no final viu o meia paranaense pegar com muita qualidade uma finalização da intermediária e meter a bola quase no ângulo. E assim saiu o gol que se traduziu em mais uma frustração atleticana.
É fato que o treinador não colaborou. Errou nas mexidas e fez o time perder força. Foi um domingo para se esquecer, esfriar a cabeça e tentar na sequência deixar a ansiedade de lado para obter uma vitória nesta reta final para se segurar na primeira divisão.
Milagres para este ano pode-se esquecer. Resta tentar o básico para uma sequencia sem sobressaltos no futuro.
América está a uma vitória da primeira divisão
Já o Coelhão está chegando lá. Com uma vitória fantástica conquistada dentro de Campinas somando-se ao tropeço do time goianiense, já é quase motivo para comemorar.
Resta uma rodada apenas e uma simples vitória contra um adversário paulista já rebaixado para a tercerona do brasileiro.
Está tudo nas mãos dos jogadores para o América fechar uma temporada difícil e de superação.
Da lanterna ao acesso à primeira divisão é tudo o que o torcedor americano quer – e já pode sonhar.
Não vejo o que comemorar o futebol brasileiro, uma mediocridade impar, CBF corrupta e omissa. Não estou lamentando o fracasso do futebol mineiro e nem acredito na nossa seleção canarinho.
Agora falar sobre o feito do Flamerda é tampar o sol com a peneira. A tragédia no ninho do urubu é a prova de que estou falando e escrevendo. Não há o que comemorar.