Com o futuro Centro de Radioterapia do HNSD, Itabira vai dar um passo imprescindível para se tornar polo macrorregional em saúde
Com investimento de R$ 19,1 milhões do Serviço Único de Saúde (SUS), alocado pelo Ministério da Saúde, foi assinado contrato, nessa quarta-feira (22), para que seja dado início à construção de um Centro de Radioterapia no Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD).
O prazo de conclusão e início de tratamento previsto é de um ano, quando o Centro de Alta Complexidade Oncológica (Cacon) do HNSD passará a dispor de mais essa complexa unidade de saúde, a ser instalada na área do estacionamento interno do hospital.
A unidade contará com um acelerador linear para o tratamento oncológico por meio de raios X de alta energia que serão aplicados sobre o tumor como meio de destruir as células cancerígenas, preservando o máximo de tecidos saudáveis ao seu redor.
Com mais esse complexo atendimento, o Cacon completa o seu projeto de investimento para o tratamento de pacientes com câncer, que já conta com serviços de quimioterapia e cirurgias.
Com o no Centro de Radioterapia, cerca de 50 pacientes de Itabira e da macrorregião passarão a ser atendidos diariamente, sem precisar recorrer a outros grandes centros de saúde.
Polo macrorregional
Itabira dá assim mais um passo imprescindível para se tornar polo macrorregional de alta complexidade em saúde, passando a atender a uma população de mais de 580 mil habitantes, residente em 42 municípios. Atualmente, a cidade é polo microrregional, com atendimento disponível para cerca de 220 mil moradores das cidades vizinhas.
A importância desse futuro atendimento oncológico tem uma dimensão adicional na área de saúde da população, que passará a dispor desse complexo tratamento por meio de convênios – e pelo SUS, universalizando o atendimento.
O câncer é uma das doenças que mais crescem em todo mundo por uma razão simples: as pessoas estão vivendo mais, o que aumenta a probabilidade de desenvolver células cancerígenas. Daí a importância de se ter no município um serviço oncológico de qualidade e completo.
Dados do Ministério da Saúde indicam que há uma ocorrência potencial de mais de mil novos casos de câncer por ano na região. Desses pacientes, a maioria vai precisar de quimioterapia ou de radioterapia e cirurgias oncológicas.
Com o futuro Centro de Radioterapia, pacientes com câncer de Itabira e da macrorregião não mais terão que recorrer a outros grandes centros para tratamento. Era o que ocorria até 2011, quando a partir daquele ano o HNSD passou a oferecer os serviços do Cacon, inicialmente com quimioterapia e cirurgias somente por meio de convênios. Atualmente já atende pelo SUS.
Desde então, com esses serviços, reduziu-se o desgaste físico e emocional de pacientes que precisam do tratamento e tinham de se deslocar periodicamente até Belo Horizonte, cujos centros de atendimento estão saturados e há muito já não atendem à demanda de pacientes do estado que a eles recorrem.
Diagnóstico precoce
Como se sabe, o câncer é uma doença cuja cura pode ser obtida na maioria dos casos em que é diagnosticada logo no início. Mas a prevenção, como em qualquer outra doença, é sempre o melhor remédio.
Por isso, além de ir ao médico regularmente, a forma de prevenir o câncer é a mesma válida para a maioria das doenças. Consiste em não fumar, fazer exercícios físicos regulares, evitar a ingestão de bebida alcoólica e alimentação gordurosa.
Mais investimentos
Com a instalação desse novo serviço complexo de atendimento à saúde, é preciso que a iniciativa privada continue modernizando e investindo na área, inclusive com o futuro funcionamento do hospital da Unimed já construído, mas que ainda falta equipar.
Já por parte da Prefeitura, a contrapartida deve ocorrer com mais investimentos no setor primário de atendimento, mas também ampliando a estrutura urbana para receber pacientes de outras cidades.
Por exemplo, é preciso que a Prefeitura invista na instalação de banheiros públicos que faltam na cidade. Isso porque, com a ampliação dos serviços de saúde credenciados pelo SUS, aumenta a vinda de pessoas de outras cidades a Itabira – e que muitas vezes enfrentam dificuldades para as suas necessidades fisiológicas.
Pode parecer prosaica a sugestão diante de tanta complexidade, mas trata-se de um serviço básico que a cidade não pode deixar de oferecer não só a quem vem de fora, mas também a todos que aqui vivem e trabalham.
Instalações sanitárias podem ser construídas em praças públicas e mantidas sempre limpas por meio de parcerias privadas, em troca de concessão de quiosques para venda de alimentos e variedades, como se observa em inúmeras cidades.