No destaque, Parque Ribeirão São José e Mata do Bispo: unidades de preservação permanente (Foto: Marcelo Pinheiro)
Com as poucas chuvas no início deste ano, as indefectíveis queimadas começaram mais cedo em Itabira. Segundo o subtenente Anderson Ferreira dos Santos, subcomandante do 6º pelotão do Corpo de Bombeiros de Itabira, no mês de março, sem as chuvas fechando o verão, o destacamento teve de realizar atendimentos para debelar o fogo sem controle, principalmente em lotes vagos na cidade.
Já nos meses de abril e maio, o número de ocorrências foram aumentando gradativamente. “Hoje estamos atendendo uma média de dez ocorrências diárias. Com o tempo seco a tendência é agravar, com o aumento do número de queimadas”, projeta o subcomandante.
“Até aqui não tivemos incêndios florestais, mas é preciso proteger as unidades de conservação permanente no município”, alerta Santos, referindo-se aos parques e áreas protegidas pela Prefeitura (Ribeirão São José, Mata do Bispo, Intelecto, Alto do Rio Tanque, Piracicaba), além do parque Limoeiro, que é administrado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF).
O mesmo cuidado deve ter a mineradora Vale, que detém 14 mil hectares de florestas ao redor da cidade, entre reservas legais e particulares de proteção natural (RPPNs) de Santana e São José, além das florestas homogêneas de pinus e eucalipto.
Sem controle
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“Com pouca chuva, a vegetação está mais seca e a tendência é ter neste ano mais ocorrências que as registradas no ano passado”, projeta Santos.
O subcomandante dos Bombeiros não acredita em queimadas provocadas por geração espontânea nesse início de estiagem, quando a vegetação ainda não está bem seca. “Posso afirmar que mais de 90% das queimadas em Itabira são criminosas.”
Coivara
Segundo ele, as ocorrências devem aumentar mais ainda assim que chegar o momento de o agricultor preparar terreno para plantio, o que deve ocorrer no segundo semestre, pouco antes do período chuvoso.
Trata-se uma cultura arcaica de preparar o terreno – e que só pode ocorrer de forma controlada e com autorização do IEF. “Não raro essas queimadas fogem do controle atingindo florestas e pastagens de fazendeiros vizinhos”, afirma o subcomandante, para quem mesmo as coivaras autorizadas por lei federal para preparar o roçado devem ser evitadas.
Isso pelos prejuízos que causam ao solo e pelo risco de fugir do controle ao ponto de provocar incêndios florestais.
Já as queimadas em lotes urbanos são proibidas pela lei municipal 4.844, de 2 de outubro de 2015, sejam elas para limpeza do terreno, incineração de resíduos e demais objetivos. Mas para que a lei seja cumprida é preciso ter fiscalização – e os infratores punidos.
Vale diz manter vigilância permanente
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Incêndios florestais têm sido recorrentes em áreas da Vale, principalmente na região do Pontal, na região de Chacrinha, no entorno das minas.
Procurada pela reportagem para informar o que tem feito para impedir as ocorrências de queimadas em incêndios florestais em suas unidades de conservação, a mineradora diz manter contrato de prevenção e combate com a Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), com vigência até maio de 2024.
“A base localizada em Itabira é composta por equipe formada por 10 guardas-florestais, dois líderes e um encarregado. Conta com dois veículos leves, um caminhão-pipa no período crítico, além de equipamentos apropriados para o combate.”
A mineradora assegura que a atuação é permanente. É feito o monitoramento de focos de fumaça para que seja feito o combate desde o início em caso de incêndios nas áreas da empresa, principalmente nas unidades de conservação.