Cidade ganha novo espaço para a arte no Bristol Itabira Hotel
Foi inaugurado nessa quinta-feira (14/12) o Projeto Hall Cultural Bristol Itabira Hotel, com a exposição Flores do Carmo Tecelagem Artesanal, que prossegue até o dia 21 deste mês, na avenida Duque de Caxias, 1220, no bairro Esplanada da Estação.
A exposição é a primeira mostra dos trabalhos da Associação Flores do Carmo, que congrega 13 mulheres associadas do distrito de Senhora do Carmo – e que tem apoio da Fundação Vale, por meio do projeto Equidade de Gênero. “É uma coleção inspirada no tropeirismo, que marca a nossa história e os nossos costumes”, conta a artesã Marcilene da Conceição Souza.
Na mostra estão à venda jogos americanos, peseiras para os pés da cama, manta de sofá, forros de mesa, almofadas, bolsas inspiradas nos embornais dos tropeiros, carteiras, vassourinhas que podem ser usadas como decoração ou mesmo para uso geral, bonequinhas de pano, cavalinhos.
Têm também colares inspirados na rédea que guia o animal da tropa, bijuterias com sementes de saboneteiras servindo de miçangas e outras peças fabricadas com ossos e chifres de boi.
Agenda cultural
A gerente do hotel Bristol, Tarsila Lage, conta que o projeto Hall Cultural Bristol Itabira Hotel nasce da necessidade de oferecer aos hóspedes, turistas e pessoas vindas a negócio, assim como ao próprio itabirano, o que de melhor o município produz culturalmente.
“Estamos preparando uma agenda para o próximo ano recheada de boas atrações, inclusive com saraus poéticos que não podem faltar na terra de Drummond”, adianta.
Para isso, o projeto pretende fazer parcerias com grupos e coletivos já existentes como os Drummonzinhos, da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, o Coletivo Altamente, que reúne músicos, artesãos e produtores culturais.
Outro parceiro já acertado é o Instituto Tecendo Itabira, um projeto de empoderamento feminino como é também a Associação Flores do Carmo. “Queremos que o nosso hotel vire mais uma atração turística e cultural em Itabira”, festeja a gerente do Bristol.
Tendências
O produtor e design de moda Ronaldo Silvestre, do Instituto Tecendo Itabira, considera ser moderno o hotel divulgar a arte e os ofícios itabiranos. “Hotéis da Europa e dos Estados Unidos seguem essa tendência de abrir espaços culturais”, compara.
“É contemporâneo e necessário. Ao divulgar a economia criativa (como é o caso do instituto que preside e da Associação Flores do Carmo), o hotel também contribui para erradicar a pobreza, mostrando tudo de bom que os pequenos produtores fazem com arte e criatividade”, observa.
“O turista, ou mesmo o profissional a serviço, vai ser impactado pelo pertencimento local, as raízes, os valores, os objetos aqui produzidos que levarão como uma lembrança, um souvenir de um lugar que visitou”, vislumbra.
Conforme ele observa, o município começa a resgatar o que já foi tradição e forte na economia itabirana: a indústria da moda, que teve o seu apogeu no início e permaneceu até meados do século passado, com as fábricas de tecidos Pedreira e Gabiroba, que empregavam preponderantemente mão de obra feminina.
“Ao invés de continuar importando da China, podemos exportar também para o mundo”, projeta o produtor de moda.
“Eu defendo a cadeia da moda como agente de transformação e que pode proporcionar às comunidades de baixa renda uma qualificação profissional e trabalho em grupos de produção”, propõe Ronaldo Silvestre, com o aval de quem empregou, por meio do instituto que preside, 280 mulheres entre os meses de fevereiro e novembro, com produção exclusiva para a indústria da moda do país e até do exterior.
Apoio cultural
Analista da Vale de relações com a comunidade, Letícia Oliveira também parabenizou o hotel Bristol pela iniciativa – e por convidar a Associação Flores do Carmo para inaugurar o seu espaço cultural.
“Itabira tem muito o que mostrar. A mostra aqui exposta tem boas opções para quem quer presentear no Natal com criatividade e originalidade”, propagandeia.
A associação foi incentivada, e capacitada pelo projeto Agir, e agora conta com o Equidade de Gêneros, ambos apoiados pela Fundação Vale. “É uma oportunidade para que essas mulheres possam empreender e agregar valor e identidade à sua arte”, salienta.
“E hoje elas estão aqui celebrando o ano de 2017 com essa exposição na inauguração de mais um espaço cultural de Itabira”. Antes, as artesãs de Senhora do Carmo expuseram e venderam suas peças no Memorial Vale, em Belo Horizonte. “Tudo isso é motivo de muita alegria”, festeja a analista da Vale.
Fui, vi, gostei e comprei.
Parabéns às senhoras artesãs!