Chuva fina, prazenteira, apaga a poeira das minas em Itabira e o fogo das queimadas

Fotos: Carlos Cruz

O tempo chuvoso, nesta tarde de sexta-feira (16), já está fazendo muito bem à saúde humana – e também para o meio ambiente, que penhoradamente agradecem.

No período de estiagem, que se estende até outubro, a umidade relativa do ar chega a cair para cerca de 10%, sendo a condição aceitável entre 40% e 60%.

Chove em Itabira, chuva fina, prazenteira. Molha os quintais, areja os pulmões que recebem ar mais puro

Com a umidade, os piromaníacos que nunca são punidos, não têm material combustível para atear fogo nas matas que invadem os terrenos baldios e destroem a natureza. Queimam as matas, que sempre sofrem com os incêndios florestais, como o que ocorreu no parque estadual do Limoeiro.

Chove em Itabira, chuva fina que apaga a poeira de minério vinda das minas e afugenta as queimadas para mais distante, quiçá nem tenham tantas mais neste ano.

Poeira e fumaça são combinações perfeitas para causar malefícios à saúde da população.

Contribuem para a queda de imunidade e afetam a saúde com doenças respiratórias, principalmente das vias aéreas superiores (rinite, faringite, sinusite, congestão nasal).

Ainda bem que a chuva está começando mais cedo. Mesmo que passageira, já é um alívio, momentâneo, melhorando a qualidade do ar.

Para refletir, a Vila de Utopia publica texto de Tom Jobim, que versa sobre essa gente estúpida e insana que põe fogo na mata.

Trata-se de um clamor contra as queimadas, transcrito de encarte do disco Família Jobim, gravado no Rio, em outubro de 1989.

Brasil: um país lindo com nome de árvore

Queimadas destroem florestas, matam a biodiversidade. E tornam o ar irrespirável

O Pau-Brasil é hoje uma raridade. O Brasil era o paraíso, um país mateiro, grande Nação Florestal.

Floresta com onça, anta, macuco, madeiras preciosas que nem foram utilizadas mas queimadas, as queimadas que começavam em Minas e iam até as praias do Espírito Santo.

Queimar; fogo, sempre fogo na fabricação demente, insana, do deserto. Depois vinha a chuva e carregava os restos e vinha o sol e cozinhava o chão.

Ao lado a voçoroca, buracão profundo. Insensatos. A superfície da terra virou uma moringa, uma telha.

Amanhece no interior do Boeing Jumbo 747, da Varig. Lá embaixo Minas, Zona da Mata. Não tem mais mata. Estamos chegando… cadê a Floresta Atlântica?

E a terra despencando morro abaixo. Um compatriota, sentado ao meu lado, me diz:

Os americanos já destruíram suas matas, seus índios; nós temos os mesmos direitos…

Meu Deus, o que que os índios pensarão disto, o que as árvores pensarão disto?

Chico Mendes falou na TV americana em bom português:

Vão me matar, não mandem flores, deixem as flores vivas na floresta.

Com legendas, em inglês.

Tom Jobim

 

 

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