Calamidade na saúde em Mato Grosso do Sul
Rafael Jasovich*
Alguns (poucos) leitores devem saber que eu moro em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul.
O estado e principalmente a capital não tem mais leitos de UTI.
O Mato Grosso do Sul está sem leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e terá que buscar ajuda de outros estados.
A lista de espera por um leito é de 278 pessoas, segundo a SES Secretaria Estadual de Saúde(SES).
Rondônia já disponibilizou 10 leitos de UTI e um paciente saiu da cidade de Bonito (MS) para ser atendido em Porto Velho (RO)
Como foi que o estado chegou nesta situação?
O Estado faz campanhas e aconselha os prefeitos que não obedecem – e mantém o comércio aberto só decretando toque de recolher das 22h até 5 da manhã, como se o vírus atuasse tão somente à noite.
O prefeito da capital há muito tempo se rendeu à Câmara dos Dirigentes Lojistas e às igrejas evangélicas, de uma das quais ele faz parte.
Adepto da cloroquina, comprou da União enormes quantidades deste inútil remédio para o vírus.
Faz apelos chorosos na televisão, pede para população ficar em casa, mas abre tudo: shoppings, lojas de rua, bares, restaurantes etc.
As pessoas que trabalham nesses estabelecimentos se dirigem ao trabalho em ônibus superlotados, aglomerados, sujeitos a contrair o vírus e transmiti-lo.
Se não decretar lockdown por pelo menos 21 dias a situação, que já está incontrolável, pode ter um aumento brutal de mortes.
O prefeito é responsável por essas mortes e é cúmplice do agravamento da pandemia na capital do Mato Grosso do Sul.
A Câmara de Vereadores é omissa, incluindo a pequena oposição que não clama por fechamento. Também serão responsabilizados pelas perdas humanas.
*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, membro da Anistia Internacional