Bolsonaro curte férias em meio à tragédia com as chuvas na Bahia
Rafael Jasovich*
O governo federal dispensou a ajuda humanitária oferecida pela Argentina no socorro às vitimas das chuvas na Bahia, segundo informou a Defesa Civil do estado nessa quarta-feira (29).
Em nota, o governo baiano informa que a decisão da União foi comunicada ao consulado argentino na noite de anteontem.
O país vizinho ofereceu envio de profissionais especializados nas áreas de saneamento, logística e apoio psicossocial para vítimas de desastres.
O governador Rui Costa (PT) chegou a agradecer o auxílio em publicação no Twitter – e pediu celeridade ao governo federal para autorizar a ajuda internacional.
Abaixo o texto do twitter do governador baiano,
“Meu agradecimento ao governo argentino pela oferta de ajuda humanitária às vítimas das enchentes na Bahia, em especial ao embaixador Daniel Scioli, ao cônsul-geral na Bahia, Pablo Virasoro, e à presidente da comissão nacional dos Capacetes Brancos, a embaixadora Sabina Frederic.”
Indiferença
A postura do presidente Jair Bolsonaro de manter as férias em Santa Catarina, enquanto milhares de pessoas sofrem com inundações na Bahia, tem sido alvo de críticas generalizadas, que incluem até aliados do governo.
A hashtag “#BolsonaroVagabundo” está nos trending topics do Twitter desde terça-feira.
A avaliação de apoiadores do presidente é de que ele deveria agir o mais rapidamente possível para diminuir os impactos da tragédia e que a presença dele nas áreas atingidas seria um alento para as vítimas, além de uma demonstração de empatia.
O capitão avalia que será rotundamente derrotado no Nordeste. Portanto, para ele, sua presença na área do desastre não aumentará as chances de crescimento eleitoral, uma atitude perversa.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou que “o problema do Brasil não é ideologia, mas, sim, honestidade e competência”.
“Bolsonaro me obriga a incluir outro problema: a absoluta falta de respeito e empatia. Só nas ditaduras mais escrotas se viu um governante curtindo férias em meio a uma tragédia nacional”, disparou nas redes sociais.
Para mim não é surpresa nenhuma a atitude do capitão que continua anti-vacina, negacionista e com ataques de fúria contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que autorizou a vacinação de crianças.
O capacho no ministério da “antisaúde” continua colocando empecilhos a vacinação.
O capitão afirma que não vacinará sua filha de 11 anos, coloca em risco a vida de sua filha e outras que podem contaminar em prol da eleição vindoura.
O capitão continua falando para seus apoiadores radicais, na realidade o que lhe restou da caudal eleitoral, calculado em aproximadamente vinte por cento.
Nauseado pela atitude e com profunda dor pelos baianos deixo aqui minha solidariedade e a esperança de dias melhores.
*Rafael Jasovith é jornalista e advogado, membro da Anistia Internacional.