Bernardo Mucida diz que pode não ser candidato a prefeito de Itabira caso assuma eventual vaga de deputado estadual
Em entrevista a este site Vila de Utopia, o ex-vereador, ex-candidato a prefeito de Itabira e primeiro suplente de deputado em sua coligação, Bernardo Mucida (PSB) diz não ter vocação para ser “salvador da pátria” e que novos nomes podem surgir no campo da oposição com viabilidade eleitoral para derrotar o grupo político do prefeito Ronaldo Magalhães (PTB). Diz que o seu compromisso é também com a região, que hoje está órfã, sem representação no legislativo mineiro. Leia a entrevista com esses e outros assuntos relevantes para o futuro de Itabira (Carlos Cruz)
É verdade que o senhor está para assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais?
Posso assumir se algum deputado da minha coligação for eleito prefeito na próxima eleição, ou se afastar por algum motivo. Mas no presente momento não tenho informação de que algum deputado esteja se afastando… A minha coligação é com o PT, PR (atual PL) e o PSB, ao qual sou filiado. Essa coligação elegeu 13 deputados estaduais e eu sou o primeiro suplente. Qualquer um desses deputados que eventualmente se afaste, seja por ter sido eleito prefeito, ou para assumir uma secretaria ou por doença, sou o primeiro suplente.
Como surgiu a conversa de que o senhor tomaria posse como deputado, deixando de se candidatar a prefeito de Itabira em 2020?
Já declarei que a minha preferência seria assumir como deputado, o que já disse para várias pessoas, pois gosto da atuação parlamentar e tenho chance de ser efetivado, caso, por exemplo, a deputada Marília Campos (PT) venha se eleger prefeita de Contagem. Mas tudo isso é conjectura. Eu nunca tive uma conversa com ela, embora já tenha estado em locais onde estava presente. Marília Campos sabe que eu sou o primeiro suplente da coligação, mas se ela me encontrar na rua, não irá me reconhecer. Além disso, ela não precisa renunciar ou se afastar caso queira se candidatar a prefeita, mas é verdade que isso pode ocorrer ainda no ano que vem, caso ela queira se dedicar exclusivamente à sua candidatura.
Mas se o senhor assumir essa vaga, deixa de se candidatar a prefeito Itabira?
Eu não falei que serei candidato a prefeito em 2020. Mas há uma tradição política no país, e também em Itabira, de que quem disputou uma eleição e foi bem votado, deve disputar outras eleições até ser eleito. Isso é uma leitura que algumas pessoas fazem com a qual eu não concordo. Se me perguntarem se estou trabalhando para ser candidato a prefeito de Itabira, respondo negativamente. No momento estou canalizando os meus esforços e tempo para outras coisas pessoais, profissionais. Não posso dizer que serei candidato porque de fato não sou pré-candidato, mas também não irei dizer que não serei candidato. A chance de Itabira e a região, que tem cerca de 600 mil pessoas, vir a ter um representante na Assembleia Legislativa nos próximos anos é comigo, ainda que seja só para 2021/22. Por isso não descarto a possibilidade de assumir uma eventual vaga para deputado estadual pela minha coligação, da qual sou o primeiro suplente.
O vereador Weverton Vetão disse que o PSB sairá com cabeça de chapa…
Sim, isso é fato, mas não posso afirmar que serei candidato a prefeito. A leitura que faço é que nossa região ficou órfã de representatividade na Assembleia de Minas Gerais. Tínhamos o Nozinho (Raimundo Nonato Barcelos, ex-deputado e ex-prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo), que não foi reeleito. Eu estive próximo de ser eleito, com 34.797 votos, faltaram 660 votos. Desses votos, 24.696 saíram de Itabira e o restante na região, que ficou órfã de representatividade. Em Itabira as pessoas não sentem muita falta de um deputado, mas para a região, e também para Itabira, faz falta. Estive na assembleia acompanhando os trabalhos da CPI das barragens, estou assessorando um bloco parlamentar. Nessa reunião não havia representante de Itabira, que é o município com o maior estoque de lama de rejeitos do mundo. E a cidade vê a Vale dizer que irá altear a barragem de Itabiruçu e fica sem muitas informações a respeito. Ouve a empresa dizer que sem isso não tem como continuar minerando em Itabira.
Fica fazendo chantagem, como historicamente acontece.
Isso, é a velha e conhecida chantagem econômica, o que ela faz há mais de 70 anos, desde que se instalou no município.
Sem a sua candidatura, a oposição não corre risco de ficar sem um candidato viável na próxima eleição?
Temos o nosso grupo de oposição em Itabira e temos a obrigação de apresentar uma alternativa, uma proposta diferente para cidade, com candidatos a prefeito e a vereadores, mas não sei se serei eu esse candidato a prefeito. Tenho consciência e o compromisso de que temos a obrigação de apresentar uma alternativa para o município antes que a situação se agrave com a iminente exaustão de suas minas, o que deve ocorrer até 2028. Se nada conseguirmos nesse período, viveremos numa situação muito difícil. Precisamos construir um projeto político que não seja personalizado na figura de um candidato. Não quero ser o “salvador da pátria”, não tenho essa vocação. Eu gostaria de ver chegar março/abril com o nome de outro candidato bom e viável pela oposição, com chance de ser eleito, enquanto eu assumiria o papel de deputado por Itabira e região.
Os eleitores da região podem se sentir frustrados caso o senhor não assuma como deputado. É isso?
Sim, podem dizer que eu os abandonei ao deixar de representá-los na Assembleia. Por isso, a minha situação não é confortável. É uma decisão difícil, complicada. Estou trabalhando para apresentar uma candidatura viável, comprometida com um novo modelo administrativo, com um projeto político e econômico viável para cidade.
Esse candidato pode ser de outro partido que não seja o PSB?
Pode, não tem dificuldade, mas estamos convidando pessoas com esse perfil para que venham para o PSB, que já tem um histórico de oposição ao governo municipal, que vem desde o meu mandato como vereador, e que se firmou com a minha campanha eleitoral para prefeito e para deputado, e agora com a atuação do vereador Vetão na Câmara. Por isso eu gostaria que esse candidato saísse do PSB.
E quem seria esse candidato alternativo?
O meu candidato, neste momento, é Marco Antônio Lage (jornalista e empresário itabirano de Ipoema, ex-diretor da Fiat Automóveis). Estamos conversando, mas não é isso o que importa no momento. O mais importante é conscientizar a sociedade itabirana sobre a necessidade de ser ter um projeto alternativo para a cidade. Não quero cair na armadilha de outros políticos que se colocam como “salvador da pátria”, o que é um grande erro. Quero contribuir, mas não como um candidato messiânico. Considero o Marco Antônio um bom nome pelo seu compromisso com Itabira, por ter bom trânsito na esfera estadual.
Mesmo assim a sua posição parece ser confortável. Pode sair candidato a prefeito e, não sendo eleito, ainda tem chance de assumir uma vaga no legislativo mineiro.
Não vejo isso como confortável, pelo contrário, é muito desafiador. Quando chega o período pré-eleitoral, muitos se lançam como “balão de ensaio”. Não tenho o direito de fazer isso. Se eu disser hoje que serei candidato, isso me obriga a ser.
Mas com certeza os seus correligionários irão pressioná-lo para ser candidato, por ter o melhor recall, não?
A minha posição é na verdade complicada. O que vejo de imediato é a necessidade de construir uma nova liderança. Há mais de um ano tenho falado na possibilidade de não ser candidato a prefeito. Por isso repito: não quero ser o “salvador da pátria”, porque isso não existe, não vou cair nessa armadilha.
O senhor tem conversado com outros pré-candidatos a prefeito para uma possível coligação partidária, como por exemplo, com o ex-prefeito João Izael? Ou ele é da situação?
Eu respeito João Izael, que teve uma postura que muito me agradou na eleição para deputado. Conversei com ele, mostrei que eu tinha chance real de me eleger. Ele entendeu e não colocou a sua candidatura. Mas nada conversei sobre a eleição de 2020. O que estou fazendo é tentar atrair pessoas boas, preocupadas com Itabira, fora de partidos políticos, para o nosso grupo. Estamos vivendo um momento tão grave em Itabira que não dá para ficar discutindo qual é o nome do candidato. Pretendemos construir uma frente suprapartidária com um programa mínimo para tirar Itabira dessa situação. Não sei o que o João está pensando para 2020, assim como nada sei sobre os outros candidatos.
Se coligaria com o PT, partido pelo qual o senhor já foi candidato a vereador?
Tenho muitos amigos no PT, mas a questão não é o partido em si. Vamos conversar com o PT, assim como pretendemos conversar com o PDT que já foi da situação, mas hoje não está mais no governo. O Nozinho é um personagem importante com quem pretendo conversar, assim como também tem outros itabiranos que estão fora de Itabira e que podemos atrair para a politica local.
E com André Viana, que tem se colocado em muitos casos no campo da oposição e também aparece como possível candidato a prefeito. O senhor se coligaria com ele?
Eu nem sei em qual partido André Viana estará na próxima eleição. Ele tem tido uma trajetória um pouco difusa. Tem uma forte ligação evangélica, que é a sua origem, ao mesmo tempo em que ele pegou várias bandeiras. Algumas ele levou à frente, enquanto outras abandonou. Pegou a discussão da Funcesi, depois do transporte coletivo, do cartel dos combustíveis, da escola sem partido. E agora está batendo firme nessa questão da mineração. É um vereador dinâmico. Porém, por ter uma pauta muito difusa, ele acaba se perdendo. Mas é uma liderança nova e que está crescendo. Com certeza tem muito que contribuir para cidade. É claro que vamos conversar.
E com Ronaldo Magalhães, pretende conversar com ele?
Não há impedimento, Ronaldo é o prefeito da cidade, Mas conversar com ele não significa que seja para fechar uma coligação, para fazer um acordo. Podemos conversar sobre a situação da cidade, principalmente se eu tiver a chance de ser o deputado majoritário por Itabira e região. Só que eu não apoio o projeto politico de seu grupo.
Qual é a principal crítica que faz ao seu governo?
Eu acho que Ronaldo está repetindo a mesma fórmula que empregou em seu primeiro governo, nos anos 2000. Ele fez um governo muito orientado para os interesses de seu grupo e largou o ponto central da cidade, que precisava de mais empenho. Agora, com o anúncio de R$ 100 milhões da Vale para a Unifei, pode ser que dê uma guinada. Mas acho que esses R$ 100 milhões vêm muito mais em decorrência de Brumadinho e Mariana do que para resolver o problema da diversificação econômica, embora ele tenha esse mérito.
Quais são as outras críticas ao seu governo?
A minha crítica central já foi apresentada na campanha eleitoral. Ronaldo não foi eleito com liberdade por estar amarrado com os compromissos do grupo que o apoiou. Isso é facilmente constatado com o grande número de cargos comissionados que teve de nomear, atendendo compromissos de campanha. Daí que ele precisa também investir em obras para cumprir esses compromissos, deixando de investir no social.
O prefeito abandonou o projeto do restaurante popular e da Upa do bairro Fênix. Como o senhor vê isso?
São duas coisas diferentes. Com relação ao restaurante popular eu tinha um pé atrás, devido ao custo de manutenção. Mas sei que têm recursos do governo federal, porém, confesso que não tenho informações suficientes para tomar uma posição. Com relação a UPA, acho que é preciso ter um pronto atendimento naquela região do João XXIII, que é para desafogar o pronto-socorro. Ronaldo herdou um problema do governo passado que é a questão do hospital Carlos Chagas, que virou 100% SUS, um hospital de portas fechadas. E custa, ou custava R$ 45 milhões anualmente para o município, não sei se continua nesse aporte.
A maior parte do investimento da Prefeitura no HMCC é proveniente da Cfem, dos royalties do minério.
Pois se é assim tem aí um desvio da finalidade desse recurso, que é diversificar a economia, não é para manter um hospital 100% SUS. Particularmente, não acho esse modelo bom para o município. Não estou discutindo se o hospital é ótimo, se atende bem à população, nem tão pouco discuto a competência ou não de sua administração. O que precisamos é discutir o modelo de um hospital regional 100% SUS, bancado em boa parte com recursos do município. O modelo anterior era melhor e mais barato. Com o custo elevado do hospital, não sobra para outros investimentos na saúde, como para a UPA e nem para os PSFs.
E como deve ser o modelo ideal?
99% das pessoas que entendem de política de saúde pública afirmam que os investimentos na área devem priorizar a atenção primária, que são os PSFs. Se esses funcionam bem, desafoga o atendimento nos prontos-socorros e nos hospitais. Com os PSFs funcionando bem é possível atender 90% da demanda por saúde da população. Daí que é preciso ter os PSFs e também a atenção secundária bem aparelhada.
Itabira está subvertendo essa lógica?
Quanto custam os PSFs e os hospitais para a Prefeitura? Com certeza os investimentos são maiores nos hospitais. Isso precisa ser rediscutido para definir uma nova política de saúde pública. Ao melhorar os PSFs, isso não significa que não haverá falta de médicos, isso pode ocorrer eventualmente. Mas significa que haverá mais investimento para que os PSFs possam funcionar bem e diminuir a demandas nos setores secundários e terciários da saúde.
O prefeito já disse que se for avaliar bem a situação da Itaurb e o custo dos serviços que presta à população, o melhor que se tem a fazer é privatizar a empresa. Concorda?
Quando se diz que o modelo da Itaurb não dá mais certo, é de se perguntar o porquê de não dar certo. A empresa tem dez diretores indicados por partidos políticos da base governista, como vereadores que não foram reeleitos. Ou seja, apropriam de cargos públicos para manter seus compromissos de campanha. Será que a Itaurb precisa desse número excessivo de diretores? Quando eu era vereador, o presidente da Itaurb esteve na Câmara pedindo apoio para aprovar uma transferência de recursos para tirar a empresa da crise. Ok, votei favorável, mesmo sendo oposição. Na semana seguinte, saiu um decreto do prefeito Damon criando dez novos cargos de confiança na empresa. Ora, qualquer empresa ou pessoa que está devendo não contrata novos empregados. Mas foi o que fizeram. É evidente que com esse modelo a Itaurb fica inviável.
Ao ser criada pelo ex-prefeito José Maurício, com assessoria do professor Paulo Neves de Carvalho, a Itaurb era para ser uma empresa de desenvolvimento, que participasse de obras públicas para situações emergenciais e até mesmo como balizadora de preços. Por muito tempo funcionou dessa maneira, capitalizando-se com a execução de obras. Hoje, já não mais exerce esse papel. O que acha?
Se o preço da obra está muito alto, ou mesmo em uma situação emergencial, é possível contratar diretamente uma empresa pública. Portanto, a empresa pública por si só não é condenável. O que devemos condenar é o uso dessa empresa para fins político-partidários, como cabide de empregos.
E com relação ao Saae? Como avalia a parceria público-privada do rio Tanque?
Eu tenho muito receio de privatizar a água. Agora, modelo de intervenção com menos Estado para deixar o capital entrar, eu gosto. Têm muitos setores que não necessitam da intervenção do Estado, quando se pode abrir espaço para a iniciativa privada sem prejuízo para o público. Mas em Itabira, eu entendo que não temos muito espaço para privatizar.
O que pode ser privatizado da administração pública?
Não acho que seria privatizar, mas vejo como interessante investir em parcerias público-privadas, por exemplo, para administrar parques, ou parceria público-sociais para pequenas obras rurais.
O que são parcerias público-sociais?
Podem ser formadas, por exemplo, numa localidade rural que precisa calçar um morro para determinada localidade, quando a comunidade fornece a mão-de-obra em mutirão ou o cascalho. Antigamente o município dispunha dos chamados “conservas” de estradas…
Pode-se até mesmo formar cooperativas para esse fim?
Isso. É essa a ideia da parceria público-social, cujos serviços prestados podem ser remunerados ou não. E quando é a comunidade que faz, tem-se a ideia de pertencimento, o que não ocorre quando é o poder público que executa.
E a PPP do rio Tanque, qual é a sua opinião?
Primeiro eu acho que a Vale precisa participar dessa solução, pois tem a condicionante. Se essa condicionante tivesse sido cumprida, Itabira não precisaria fazer a transposição do rio Tanque. É uma obra que além de ser cara tem um custo operacional alto. A água virá de longe e tem de transpor bacias. E vai ter um custo de implantação e de energia alto, o que irá impactar na conta de água. Essa não me parece ser uma boa alternativa. Existem outras variáveis que precisam ser consideradas, a começar pelo não cumprimento da condicionante. De quanto são as outorgas da Vale, como elas estão sendo usadas? São questões que não foram discutidas. Além disso, tem a questão da falta de confiança da população no governo municipal.
E os aquíferos, que foram prometidos pela Vale como os grandes legados que ficariam para a cidade após a exaustão mineral? O consumo de água nova dos aquíferos pela Vale é alto, cerca de 1,2 mil litros por segundo…
Pois isso é três vezes o consumo da cidade. Qual é o interesse de fazer essa obra de transposição? Quanto de fato irá custar essa obra? Tudo isso precisa ser mais bem avaliado, assim como é preciso fazer o balanço hídrico das outorgas de água no município. A resolução dessa questão é crucial para Itabira diversificar a sua economia. Só assim o município irá assegurar o nível de emprego e renda para a população itabirana.
E qual é o papel da Vale nessa diversificação?
Nós temos a tarefa de ajudar a Vale fazer a transição econômica de Itabira sem a mineração, o que é uma obrigação dela. A Vale é filha de Itabira e não é o contrário. Ela nasceu e cresceu em Itabira e depois saiu de casa. Mas para isso, como empresa internacional que tem ações vendidas na Bolsa de Nova Iorque e escritório na Suíça, ao sair de casa ela precisa deixar um cartão postal bonito em Itabira. Precisa mostrar que a cidade onde ela nasceu está bem cuidada, que tem um IDH elevado, que não saiu daqui e deixou só buraco, lama de rejeitos e uma população desempregada. Se não for assim, ela não terá credibilidade para minerar em qualquer outra parte do país e do mundo.
Essa é uma nova abordagem. Até então o que se ouve é que Itabira deve buscar seus próprios caminhos para diversificar a sua economia. O senhor quer dizer que esse papel é mais da empresa do que do município?
Pois temos que mudar essa visão. Não é Itabira que precisa ser ajudada, é a empresa que tem de ser ajudada para não deixar a cidade onde ela nasceu em uma situação de abandono. Se isso ocorrer, internacionalmente irá pegar muito mal para a sua imagem. A Vale precisa transformar Itabira em um case de sucesso, para que outras cidades possam acreditar que ela é capaz realmente de promover o desenvolvimento sustentável nas localidades onde atua. É claro que o interesse é da cidade, mas tem de ser também da empresa.
E o que a administração da cidade pode fazer nesse sentido?
O que buscamos construir é um projeto alternativo para cidade, com um novo modelo de relacionamento com a Vale. Se a cidade acredita que é preciso ter um projeto diferente, ou se deve manter o projeto que aí está, isso será definido pelo voto. Daí que é nossa missão, enquanto liderança e partido, apresentar uma projeto alternativo para Itabira. E estamos trabalhando para que isso ocorra.
O que o senhor tem feito profissionalmente?
Estou advogando e atuando como assessor na Assembleia Legislativa, ligado a um bloco chamado Somos Minas Gerais, indicado pelo deputado Roberto Andrade, do meu partido.
Esse bloco apoia o governo Romeu Zema?
Sim, é ligado ao governo.
Já houve a conversa de que o senhor poderia migrar para o partido Novo. Isso confere?
Eu conheço algumas pessoas do partido Novo, como o deputado Guilherme da Cunha, mas não tenho proximidade. O partido Novo ainda está em formação, nem sei se terá condições de lançar candidatos em Itabira. Em Minas Gerais elegeu dois deputados federais, três estaduais e o governador Romeu Zema. Mas ainda é um partido que tem atuação elitizada. Por exemplo, para ser candidato pelo partido, é preciso primeiro passar por uma avaliação interna, o que impede a sua popularização. Eu não tenho intenção de mudar de partido. E te falo com muita segurança, até por ser o primeiro deputado suplente do meu partido. Eu não quero perder essa condição.
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