Barragem de Santana e os diques do Pontal serão reforçados, além de outras estruturas de contenção de rejeitos, diz promotora

Segundo informou a promotora Giuliana Talamoni Fonoff, estudos geotécnicos realizados na barragem Santana indicam a necessidade de reforçar a sua estrutura, como forma de eliminar quaisquer riscos de ruptura, assim como irá ocorrer em outras estruturas de contenção de rejeitos.

A promotora Giuliana Fonoff reafirma a necessidade de reforçar todas as estruturas de contenção de rejeitos (Fotos: Carlos Cruz)

“Será uma obra menor, mas necessária, uma vez que a barragem está muito encaixada no vale”, informou a promotora Giuliana Talamoni Fonoff, com base na consultoria da Aecom do Brasil e informações da mineradora.

Ainda de acordo com a promotora, nos próximos anos serão realizadas obras de reforços em todas as estruturas de contenção de rejeitos existentes em Itabira.

“Teremos muitas obras em Itabira e elas devem se estender pelos próximos dez anos”, disse a promotora em entrevista a este site.

Detalhamento

No Pontal, todas as estruturas serão reforçadas: obras terão início após o período chuvoso

Conforme informou a mineradora Vale à reportagem deste site, os projetos para a execução dessas obras ainda estão em fase de detalhamento técnico. Além do reforço necessário, também terá início a fase de descaracterização (descomissionamento) de algumas estruturas.

São os casos dos diques 1, 2, e 3, como também do dique Minervino e do cordão Nova Vista, que fazem parte da barragem do Pontal. Todas essas estruturas serão descaracterizadas “dentro dos prazos definidos pela legislação”.

A mineradora assegura que a população será informada sobre as medidas que serão adotadas. “Tão logo os estudos sejam concluídos, a solução de engenharia proposta será compartilhada com a comunidade e com as demais partes interessadas”, adiantou a mineradora em resposta a este site.

“Importante destacar que as barragens da Vale, em Itabira, foram construídas em etapa única ou pelo método a jusante, considerados os mais seguros”, reafirma a mineradora, que faz, porém, uma ressalva.

“Existem estruturas, no entanto, com diques internos a montante, como é o caso do Sistema Pontal (diques 1, 2, 3, Minervino e Cordão Nova Vista), que serão descaracterizados.”

Monitoramento

As principais barragens de contenção de rejeitos em Itabira: reforços para garantir a segurança (Foto: ANM)

Em nota encaminhada a este site, a Vale ressalta também o caráter permanente do monitoramento das barragens de contenção de rejeitos e das estruturas que servem como reservatórios de água, como é o caso de Santana, para suprir a demanda das usinas de concentração de minério.

Leia a íntegra, a seguir:

A Vale reforça que não há alteração no nível de alerta de suas barragens em Itabira-MG. As barragens Itabiruçu e Santana e o sistema Pontal estão paralisadas e permanecem em nível 1 de alerta do Plano de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM).

Importante reforçar que as estruturas da Vale em Itabira são monitoradas permanentemente por diversos instrumentos, como piezômetros manuais e automatizados, radares e estação robótica, câmeras de vídeo e pelo Centro de Monitoramento Geotécnico. Além de monitoradas, todas as barragens de Itabira passam por auditoria independente que trabalha para o Ministério Público de Minas Gerais.

Os piezômetros são instrumentos que medem a pressão que a água exerce internamente na barragem. Os resultados dessa medição são comparados com níveis pré-estabelecidos, indicando a necessidade ou não de alguma ação de correção.

As drenagens superficiais evitam erosões na barragem durante a ocorrência de chuva. Drenagem interna capta a água que percola (flui) pelo maciço, disciplinando o fluxo interno. Importante reforçar que todas as barragens estão com níveis de água adequados e os extravasores foram dimensionados para suportar chuvas com tempo de recorrência de 10 mil anos.

 

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