Barragem de Santana e os diques do Pontal serão reforçados, além de outras estruturas de contenção de rejeitos, diz promotora
Segundo informou a promotora Giuliana Talamoni Fonoff, estudos geotécnicos realizados na barragem Santana indicam a necessidade de reforçar a sua estrutura, como forma de eliminar quaisquer riscos de ruptura, assim como irá ocorrer em outras estruturas de contenção de rejeitos.
“Será uma obra menor, mas necessária, uma vez que a barragem está muito encaixada no vale”, informou a promotora Giuliana Talamoni Fonoff, com base na consultoria da Aecom do Brasil e informações da mineradora.
Ainda de acordo com a promotora, nos próximos anos serão realizadas obras de reforços em todas as estruturas de contenção de rejeitos existentes em Itabira.
“Teremos muitas obras em Itabira e elas devem se estender pelos próximos dez anos”, disse a promotora em entrevista a este site.
Detalhamento
Conforme informou a mineradora Vale à reportagem deste site, os projetos para a execução dessas obras ainda estão em fase de detalhamento técnico. Além do reforço necessário, também terá início a fase de descaracterização (descomissionamento) de algumas estruturas.
São os casos dos diques 1, 2, e 3, como também do dique Minervino e do cordão Nova Vista, que fazem parte da barragem do Pontal. Todas essas estruturas serão descaracterizadas “dentro dos prazos definidos pela legislação”.
A mineradora assegura que a população será informada sobre as medidas que serão adotadas. “Tão logo os estudos sejam concluídos, a solução de engenharia proposta será compartilhada com a comunidade e com as demais partes interessadas”, adiantou a mineradora em resposta a este site.
“Importante destacar que as barragens da Vale, em Itabira, foram construídas em etapa única ou pelo método a jusante, considerados os mais seguros”, reafirma a mineradora, que faz, porém, uma ressalva.
“Existem estruturas, no entanto, com diques internos a montante, como é o caso do Sistema Pontal (diques 1, 2, 3, Minervino e Cordão Nova Vista), que serão descaracterizados.”
Monitoramento
Em nota encaminhada a este site, a Vale ressalta também o caráter permanente do monitoramento das barragens de contenção de rejeitos e das estruturas que servem como reservatórios de água, como é o caso de Santana, para suprir a demanda das usinas de concentração de minério.
Leia a íntegra, a seguir:
A Vale reforça que não há alteração no nível de alerta de suas barragens em Itabira-MG. As barragens Itabiruçu e Santana e o sistema Pontal estão paralisadas e permanecem em nível 1 de alerta do Plano de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM).
Importante reforçar que as estruturas da Vale em Itabira são monitoradas permanentemente por diversos instrumentos, como piezômetros manuais e automatizados, radares e estação robótica, câmeras de vídeo e pelo Centro de Monitoramento Geotécnico. Além de monitoradas, todas as barragens de Itabira passam por auditoria independente que trabalha para o Ministério Público de Minas Gerais.
Os piezômetros são instrumentos que medem a pressão que a água exerce internamente na barragem. Os resultados dessa medição são comparados com níveis pré-estabelecidos, indicando a necessidade ou não de alguma ação de correção.
As drenagens superficiais evitam erosões na barragem durante a ocorrência de chuva. Drenagem interna capta a água que percola (flui) pelo maciço, disciplinando o fluxo interno. Importante reforçar que todas as barragens estão com níveis de água adequados e os extravasores foram dimensionados para suportar chuvas com tempo de recorrência de 10 mil anos.
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