Auditorias independentes já podem ser realizadas nas barragens do complexo Cauê
Em cumprimento a uma decisão judicial, com base nas ações civis públicas impetradas para apurar o nível de segurança das barragens do complexo Cauê, a Vale já contratou auditoria técnica independente, com base em uma lista de empresas previamente apresentada pelo Ministério Público Estadual.
A empresa Aecom do Brasil, subsidiária da matriz norte-americana, é que fará as auditorias nessas barragens. As inspeções e vistorias técnicas irão verificar as condições de estabilidade dessas estruturas de contenção de rejeitos, além de acompanhar a execução de eventuais medidas adicionais para aumentar a segurança.
A auditoria independente será realizada, preliminarmente, nas barragens do Pontal com todos os seus diques e cordões de contenção, como também na barragem de Santana, além das estruturas menores do complexo (Cemig I, Cemig II, Piabas, Jirau e Alcindo Vieira).
A empresa contratada irá também acompanhar a elaboração e a revisão dos PABMs das barragens existentes do complexo Cauê – e também dos Planos de Segurança de Barragens (PSB), apresentados pela mineradora.
Segundo a promotora de justiça, a atuação da Aecom é independente e complementar à auditoria técnica contratada pela Vale, encarregada de elaborar o Relatório de Inspeção Regular das estruturas, emitido em março deste ano, em atendimento à portaria DNPM nº 70.389/17.
O mesmo procedimento deve ocorrer em relação às demais barragens das Minas do Meio e do complexo Conceição (Itabiruçu, Conceição/Zé Cabrito, e rio de Peixe) – só que com outras empresas de auditorias, entre as que foram relacionadas pelo Ministério Público.
“Essas auditorias fazem parte de uma série de medidas cautelares e preventivas. Não há nada indicando riscos nessas estruturas, mesmo depois de o dique 2 da barragem do Pontal ter sido elevado para o nível 1, que é o primeiro estágio de falta de segurança”, admite a promotora.
Correções estruturais
A representante do Ministério Público assegura, ainda, que as situações de riscos apontadas pelo engenheiro Antônio Carlos Felício Lambertini, responsável por uma das etapas de alteamento de Itabiruçu e que abandonou o projeto por ver riscos iminentes, serão verificadas pelos auditores independentes em todas as estruturas do complexo Conceição (leia aqui).
De acordo com a defesa da Vale, as irregularidades e falhas estruturais apontadas pelo engenheiro já foram corrigidas – e foram devidamente analisadas nos últimos licenciamentos pelos órgãos ambientais estaduais.
“Nas ações civis públicas, a Vale terá também que responder por essas indagações, detalhando tecnicamente todas as medidas que envolvem a estabilidade dessas estruturas”, assegura a promotora de Justiça.
“Os problemas estruturais apontados pelo engenheiro Lambertini foram corrigidos anteriormente. Ele fez a denúncia ao CREA-SP e estamos aguardando o parecer final para nos posicionar”, assegurou o gerente Rodrigo Chaves, em reunião na Câmara Municipal, em 19 de fevereiro deste ano.
Segundo explicou Rodrigo Chaves, o alteamento em curso na barragem do Itabiruçu irá aumentar a vida útil da barragem e haverá acréscimo em seu fator de segurança (leia também aqui)
“O alteamento da barragem é a jusante e está sendo feito com a técnica mais avançada de engenharia, com um projeto bem feito e operação responsável”, disse ele, assegurando que o método construtivo é diferente das barragens que romperam e das que serão descomissionadas (fechadas com controle ambiental).
É a grande mineradora deixar a tal auditoria independente realizar seu trabalho livremente.
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