Arte e ancestralidade em movimento: ‘Oriará’ chega a Itabira no dia 24, com programação gratuita na praça José Máximo Resende, bairro Campestre

Foto: Divulgação/
Memorial Vale

A exposição itinerante Oriará – a Arte e Educação em Movimento chega à cidade de Itabira, trazendo arte contemporânea e reflexões culturais aos moradores. A exposição será instalada no dia 24 deste mês na praça José Máximo Resende, no bairro Campestre, e segue aberta ao público até o dia 4 de maio, com entrada gratuita.

A mostra é realizada por meio de uma carreta adaptada de 15 metros e faz parte do projeto Memorial Vale Itinerante, que promove o acesso à cultura enquanto o Memorial Minas Gerais Vale, em Belo Horizonte, passa por revitalizações.

Produção cultural e educativa

Itabira também será palco de uma programação cultural e educativa paralela à exposição, com atividades como oficinas, visitas mediadas e apresentações artísticas, todas gratuitas.

Antes da abertura oficial, nesta segunda-feira (14), começa o Encontro com Professores, que busca estimular práticas educativas relacionadas aos eixos curatoriais e sua aplicação no cotidiano escolar. A formação acontece em locais como a UNA e o Colégio Didi Andrade e segue até o dia 25 de abril.

Na Praça do Campestre, a programação inclui as Visitas Brincantes, voltadas para o público infantil, e a oficina de máscaras Afrofuturistas, inspirada na obra de Jorge dos Anjos.

Haverá ainda uma oficina de capoeira com o contramestre Guayamum, o espetáculo teatral Dois à Espera, com o grupo Viravoltear, além  da Guarda de Marujos Nossa Senhora do Rosário com sua tradicional Marujada, e a intervenção poética Assalto a Mão Letrada, apresentada pelo coletivo Festim.

Essas atividades reforçam a ideia de que a arte e a cultura são ferramentas poderosas de diálogo e encontro.

Sobre o conceito de “Oriará”

A escolha do nome “Oriará” reflete o encontro das culturas indígenas e afro-brasileiras. “Ori” é uma palavra de origem Yorubá que significa “cabeça” e está relacionada à ideia de essência, enquanto “Ará”, do Tupi-Guarani, pode ser traduzido como dia, sol ou ser vivente.

A exposição aborda temas como oralidade, território, linguagem, tecnologias e bem viver, tendo como base três eixos curatoriais: Cotidianos, que reflete sobre o modo de viver e o ambiente; (Re)Existências, com estratégias de resistência e existência; e Futuros, que propõe visões de um futuro baseado na ancestralidade.

Obras e artistas em destaque

“Oriará” reúne obras de artistas indígenas e negros que exploram diferentes linguagens e abordagens criativas.

Edgar Kanaykõ Xakriabá, mestre em Antropologia, utiliza a fotografia para mostrar momentos de cuidado, jogos e cultos de seu povo, tensionando preconceitos e revelando a importância dos territórios indígenas.

A obra imersiva O Que Tem na Roça, dos Tikmũ’ũn da Aldeia Escola Floresta Maxakali no Vale do Mucuri, apresenta a diversidade de plantas cultivadas na aldeia e denuncia a destruição da mata.

Froiid traz para a exposição jogos de tabuleiro que dialogam com as heranças afro-indígenas e com a cultura periférica, enquanto Marcel Dyogo questiona o apagamento das comunidades indígenas em Minas Gerais com sua obra sensível Já Quase Esqueci Seu Nome.

Dayane Tropicaos aborda questões de gênero, raça e classe em sua instalação Abre Caminho.

Já Jorge dos Anjos conecta passado e presente por meio de símbolos geométricos e escritas com a Obra.

Outra criação marcante é o Varal dos Saberes, uma obra interativa que convida o público a refletir sobre celebrações, alimentos e experiências das culturas indígenas e quilombolas.

Memorial Vale Itinerante

Oriará – Arte e Educação em Movimento reflete o compromisso do Memorial Minas Gerais Vale em valorizar as histórias e tecnologias dos povos originários e afro-brasileiros em Minas Gerais.

Essa abordagem já esteve presente em iniciativas como a exposição itinerante Africanidades e Mineiridades e a instalação educativa Sementes da Diáspora.

“Ao levar arte contemporânea para diversas comunidades, o Memorial Vale reafirma seu papel como um espaço de construção de saberes”, diz nota distribuída à imprensa.

Após Itabira, a mostra seguirá para outras cidades mineiras, como Barão de Cocais e São Gonçalo do Rio Abaixo.

Serviço

Oriará – a Arte e Educação em Movimento

Obras de Edgar Kanaykõ Xakriabá, Aldeia Floresta Maxakali, Froiid, Marcel Dyogo, Dayane Tropicaos e Jorge dos Anjos, com curadoria e mediação do Programa Educativo do Memorial Minas Gerais Vale.

Abertura: 24 de abril, quinta-feira, às 9h
Local: Praça José Maximo Resende, bairro Campestre
Visitação: de 24 de abril a 04 de maio. Terça à sexta das 8h às 16h. Sábados e domingos das 10h às 18h.
Mais informações: http://www.memorialvale.com.br / @memorialvale

Entrada gratuita

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