Anvisa adia decisão sobre cannabis medicinal e setor prevê impacto em mercado bilionário
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Agência suspende julgamento da revisão da RDC 327/2019; especialistas avaliam efeitos para pacientes e indústria
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) discutiu nessa quarta-feira (10) a revisão da RDC 327/2019, norma que regula produtos à base de cannabis no Brasil.
A proposta em debate prevê mudanças significativas: ampliação das vias de administração para formas bucais, sublinguais e dermatológicas, autorização para importação da planta Cannabis sativa e flexibilização do limite de THC acima de 0,2% em casos de doenças graves, como dor neuropática crônica.
O julgamento, porém, foi suspenso após pedido de vista do diretor Thiago Campos, adiando a decisão para 2026. A medida frustrou expectativas de pacientes e empresas do setor, que estimam 870 mil brasileiros em tratamento com cannabis medicinal em 2025.
As mudanças propostas priorizam produtos regularizados e limitam importações excepcionais, o que poderia acelerar a consolidação de um mercado bilionário no país.
Impactos do adiamento
Para Allan Paiotti, CEO da Cannect e referência nacional em cannabis medicinal, terapias integrativas e suplementos, o adiamento gera incertezas, mas também abre espaço para amadurecimento regulatório.
“O setor precisa de regras claras para expandir com segurança. A suspensão atrasa investimentos, mas reforça a necessidade de diálogo entre indústria, ciência e governo”, afirmou.
Paiotti destaca ainda que o prazo dado pelo STJ para regulamentação exige estratégias consistentes e planejamento de longo prazo.
Expectativas regulatórias
O Diretor Médico da Cannect, Rafael Pessoa, complementa com dados clínicos sobre o uso da cannabis em diversas doenças, como epilepsia refratária, esclerose múltipla e dor crônica.
“A ampliação das vias de administração e a flexibilização do limite de THC podem beneficiar milhares de pacientes que hoje dependem de importações caras e burocráticas”, explicou.
Pessoa também aponta novas parcerias científicas que buscam validar a eficácia da cannabis em protocolos médicos mais amplos.
Com a perspectiva de quase um milhão de pacientes em 2025, o Brasil se posiciona para integrar o mercado global de cannabis medicinal, estimado em dezenas de bilhões de dólares.
A revisão da RDC 327/2019 é considerada estratégica para alinhar o país às práticas internacionais, reduzir desigualdades no acesso a tratamentos e estimular inovação científica.
Sobre a Cannect
A Cannect é um ecossistema de saúde voltado ao cuidado integral de pacientes com doenças crônicas, que combina tecnologia e ciência para oferecer acesso a tratamentos personalizados. Reconhecida pela expertise em cannabis medicinal, a empresa também integra terapias complementares como suplementos e fitoterápicos em suas linhas de cuidado.
Criada em 2021, a healthtech conecta pacientes a uma rede multidisciplinar de profissionais da saúde, promovendo acompanhamento contínuo e individualizado. A empresa já atendeu mais de 100 mil pacientes com condições crônicas – como dor, ansiedade, insônia e autismo – e já capacitou mais de 12 mil médicos em práticas clínicas relacionadas ao uso da cannabis medicinal por meio de sua plataforma Dr. Cannabis
Mais informações, acesse: https://www.cannect.life/









