Agricultura familiar ganha feira itinerante em Itabira

Aeliton Rodrigues de Almeida, presidente da Associação dos Produtores da Agricultura Familiar de Itabira (Apafi) está exultante com a inauguração da Feira Itinerante Terra Nossa, ontem (04/05), em evento ocorrido na proximidade da rodoviária, quase em frente ao Poço da Água Santa. Para ele, é o coroamento de uma antiga reivindicação que se torna realidade.

“Temos agora como vender a nossa produção diretamente ao consumidor, ampliando o nosso mercado. Só falta melhorar as estradas rurais e o Banco do Brasil diminuir a burocracia, facilitando o crédito ao produtor familiar”, reivindica. “Já sabemos como produzir, precisamos melhorar o gerenciamento e ampliar a nossa produção com o crédito subsidiado.”

Aeliton Rodrigues, presidente da Apafi (fotos: Carlos Cruz)

A feira é um dos produtos do programa de Apoio à Geração e Incremento de Renda (Agir), da Fundação Vale, em parceria com a Prefeitura e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). Além da feira, para escoar a sua produção, o produtor rural familiar conta também com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

O programa obriga as prefeituras a suprirem a merenda nas escolas em no mínimo 30% com produtos da agricultura familiar. “Esse percentual já chegou a até 60%. Queremos trabalhar para que esse percentual seja sempre crescente”, propõe o presidente da Apafi.

Outro incentivo ao pequeno produtor rural vem também do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que supre a demanda de associações assistenciais como a Apae, creches, entre outras.

Essas políticas de incentivo ao pequeno agricultor tiveram início com o Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), instituído pelo governo Lula em 2008. “Se o prefeito inaugurar o restaurante popular, vai ampliar ainda mais o nosso mercado”, acredita Aeliton Almeida, que torce para que isso ocorra ainda neste ano.

Com os incentivos à produção, ele acredita que pode haver até um retorno de muitos trabalhadores ao meio rural. “Hoje temos dificuldade de conseguir mão de obra. Mas com a crise e havendo meios de produzir, é bem possível que muita gente volte para trabalhar na roça”, é a aposta que ele faz.

Participam 30 pequenos produtores da feira itinerante, distribuídos em 15 barracas. Para participar, o produtor necessita obter a Declaração de Aptidão (DAP), emitida pela Emater-MG. É necessário que dedique também exclusivamente à produção rural autônoma, sendo vedada a participação de trabalhador com carteira assinada.

Feira moderna

A aposentada Flávia Tôrres Linhares Almeida, moradora do centro, comprou “umas verduras para o almoço” – e saiu  satisfeita. “Estão fresquinhas e saudáveis. Vou fazer uma salada.” Ela conta que sempre procura comprar produtos de Itabira. “Claro que olho preço e qualidade”, ressalva. “Esta feira podia virar permanente. Facilita muito para quem mora perto”, pede.

Raimundo Arsênio da Silva, proprietário de uma pequena propriedade de 25 hectares em São José do Macuco, distrito de Ipoema, conta que com a feira os produtores rurais de Itabira não mais necessitam vender a produção para o Ceasa. “Fica tudo por aqui. Nós lucramos e o consumidor também, que adquire um produto sempre fresquinho e de qualidade.”

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Raimundo Arsênio não vende mais para o Ceasa

Regina Célia é parceira do irmão Ronaldo Vieira Ferreira em um sítio da família no povoado de Candidópolis. Ela fabrica biscoitos polvilhos no forno à lenha. “São baratos, gostosos e saudáveis. Tem pouco sal”, assegura.

Já o irmão cuida da produção agrícola (abóbora, feijão, mexerica, laranja, limão, e muito mais). “Comprei biscoitos polvilho e paguei com cartão de crédito. É a modernidade chegando ao campo”, festeja Conceição Papa, depois de comprar na barraca dos irmãos Vieira Ferreira.

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Conceição Papa pagou com cartão de crédito

Serviço

A feira itinerante será realizada uma vez por semana, sempre às quintas-feiras, em um dos sete bairros selecionados: Bela Vista, na rua Anastácio de Brito, no Caminho Novo, na rua Cristal; Praia, avenida Cristina Gazire, na área verde em frente ao centro comercial. No bairro Gabiroba, a feira está agendada para funcionar na rua Almir Pessoa de Magalhães e no João XXIII, avenida Jorge Ferraz, esquina com a rua Humberto Campos, Amazonas, na rua Amapá, entre os cruzamentos das avenidas Brasil e Ipiranga. Os distritos de Ipoema e Senhora do Carmo também receberão a feira.

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6 Comentários

  1. Os agricultores fazem a feira ! o que a prefeitura oferece é o mínimo ! os agricultores têm muita burocracia a enfrentar, principalmente , devido à viseira municipal que só enxerga a mineração !

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