A terra treme em Itabira
Nessa segunda-feira (23/10), pouco depois de 12h, a terra tremeu em Itabira, principalmente nas imediações do bairro Pará e Centro. Imediatamente, uma internauta postou na rede social. “Sentiram um tremor de terra agora há pouco aqui em Itabira?”, indagou assustada.
Pouco tempo depois, mais de 20 pessoas também manifestaram as suas preocupações. “Aqui em casa tremeu tudo”, disse uma delas. “O meu prédio balançou muito, parecia um terremoto. Sempre acontece, mas achei que o tremor de hoje foi maior”, postou outra internauta. “Não foi a primeira vez, morro de medo sempre que isso ocorre”, escreveu assustada outra moradora.
Houve também quem levasse para o bom humor, dizendo ser reflexo do que ocorreu domingo em Belo Horizonte, na região da Pampulha. E brincou com a derrota do Cruzeiro para o Atlético. “Tremeu bastante, igual o Cruzeiro ontem”, provocou.
Sem perder o humor, um cruzeirense retrucou. “É só segurar a taça da Copa do Brasil que eu aplaudo a vitória de ontem (domingo).” Outro atleticano postou uma mensagem técnica humorística. “Deve ser tremor secundário, depois do epicentro da tremedeira no Mineirão”, ironizou.
Já retornando à seriedade do assunto postado, um sisudo internauta não gostou das ironias esportivas e postou. “Não ouvi barulho, mas o tremor foi grande.” E a internauta que foi quem primeiro fez a postagem perguntou apreensiva. “Confesso que tremi e tive muito medo. Seriam dinamites da Vale?”
Atenta à realidade itabirana, uma internauta residente em bairro mais afastado procurou explicar: “Vocês estão mais perto da mina e da poluição do minério. Quem mora mais distante não sentiu”, observou.
Um morador do bairro Pará foi taxativo. “É detonação da Vale. Balança mesmo e em algumas casas aparecem trincas”, registrou. Uma funcionária da justiça local também falou do susto que sentiu. “Nossa, achei que o fórum iria cair. Foi muito forte o tremor. Morri de medo.”
Outro lado
Procurada pela redação deste site para explicar o ocorrido, a Vale confirma que realizou detonação depois das 12h de segunda-feira. E encaminhou nota de esclarecimento:
“ Esse tipo de atividade é monitorado por três sismógrafos. Os indicadores verificados estão dentro do previsto pela norma técnica brasileira usada como referência. De forma geral, para minimizar impactos junto às comunidades, além de manter monitoramento sismográfico, a Vale limita a quantidade de explosivo utilizado, bem como o número de furos e o diâmetro dos equipamentos que fazem a perfuração da rocha. A empresa também verifica a direção dos ventos no momento da realização do desmonte. Essas e outras medidas são tomadas para reduzir vibração, ruído e geração de particulados durante a atividade.
O Itabirano que deixou nossa cidade e tem saudades da nossa terrinha vêm correndo se não acaba. Quanto a detonação realizada pela Vale a cada dia se turna um pavor para população de vários bairros próximo as Minas de Conceição. Eu moro no bairro Areão perto da pracinha, e posso dizer que o prédio balança direto sempre com as detonações da Vale. Tem momento que acho que o Prédio vai abaixo um sensação de insegurança a cada detonação. Minha sugestão é que possas reunir para discutir o que vem acontecendo com essa situação. Sugiro a qualquer vereador que faça um audiência pública com moradores dessas áreas e representantes de Vale para um decisão definitiva.
poeira sem estrelas
o mato dentro onde nasci
é oco,
como ocos são os núcleos
das células:
vazios imensos inexpugnáveis.
as rachaduras nas paredes, no chão,
nos vidros canelados,
parecem nos condenar
a um futuro sombrio.
nada pequenas,
e muitas.
os vizinhos clamam do mesmo mal.
quem chega à província
pode acreditar serem abalos sísmicos.
mas sem demora
descobre a causa.
(descobrir causas é o que nos move,
mas chegando à prima delas
o que fazer com a parede
que se interpõe em nosso caminho?)
me permito seguir
por perceber que,
malgrado os tremores cotidianos,
por todas fissuras visíveis,
vão nascendo vagarosamente
musgos, brotos de esperança,
minúsculas flores azuis.
azuis como a causa de tudo isso:
por um par de trilhos
que nos conecta ao mar
espalhamos azul
por todo planeta.
o que nos custa
frestas, frinchas, rachaduras,
buracos, crateras
– dizem, à boca miúda,
até nas almas.
(sonho um dia instalem
sensores que possam
reduzir a uma escala
o quanto balançam as paredes)
tudo relato por intuir
que mesmo nas almas
e na terra devastada
ainda brotarão flores de maio
– azuis –
para enfeitar o cabelo de minha amada.
Getúlio Maia (2008)
https://balsamobenigno.wordpress.com/2015/08/28/poeira-sem-estrelas/
Eu sinto isso praticamente toda semana!!! É um horror, parece que meu predio vai desmoronar!!!! Meu deus !!!