A senadora Simone Tebet é a bola da vez da terceira via sem votos

Foto: Jeffrerson Rudy/
Agência Senado

Rafael Jacovich*

A dificuldade de encontrar um nome com capacidade de diálogo com o eleitor suficiente para quebrar o cenário polarizado faz a chamada terceira via (nem Lula, nem Bolsonaro) patinar nas pesquisas.

Entre os nomes que se apresentam, muitos avaliam que a senadora Simone Tebet (MDB-MS) leva vantagem por ser mulher e ainda não ter sido testada em disputa majoritária.

Agora, quanto mais se aproximam as eleições, mais remota parece ser essa possibilidade. Isso ocorre principalmente diante da ausência de um nome que seja realmente capaz de catalisar a parte ponderável do eleitorado que preferiria ter uma alternativa à polarização de Bolsonaro e Lula.

A dificuldade é encontrar um candidato que consiga galvanizar esse eleitorado que não deseja repetir, em 2022, a polarização raivosa que houve em 2018 e que está se anunciando mais uma vez.

Nenhum político brasileiro hoje consegue mobilizar a população para a rua.

Bolsonaro que pareceu erroneamente, em 2018, ser alguém que vinha de fora, um outsider, na verdade nunca o foi. Ele estava há30 anos no Congresso, onde nada fez, exceto propor a autorização da pílula do câncer.

A alternativa da terceira via não surge, e mesmo se viabiliza, por uma série de razões que vão de fogueiras das vaidades até a falta de lideranças que consigam se comunicar com o brasileiro comum.

Esse é um fenômeno muito sério na política brasileira. Gostemos ou não, só dois líderes brasileiros fazem com que o brasileiro comum sinta que estão falando com ele: Lula e Bolsonaro.

O único nome que ainda está para ser testado é a Simone Tebet e o fato de ser uma mulher do Centro-Oeste é um ativo.

Mas precisaria ter um vice com um perfil muito forte e popular e com penetração na região Nordeste para ter uma chapa competitiva.

Acho bem difícil ele alcançar um patamar mais alto.

*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, ativista da Anistia Internacional.

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