“A Batalha da Rua Maria Antônia” estreia hoje nos cinemas brasileiros
Fotos: Divulgação
Chega nesta quinta-feira (27) aos cinemas o aguardado filme A Batalha da Rua Maria Antônia, dirigido por Vera Egito. O drama retrata os eventos de outubro de 1968, durante a ditadura militar (1964-1985), quando estudantes da USP enfrentaram ataques do Comando de Caça aos Comunistas (CCC), grupo paramilitar de extrema direita.
Com produção da Paranoïd Filmes, coprodução da Globo Filmes e distribuição da Imagem Filmes, o longa será exibido em circuito comercial em diversas cidades, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Fortaleza, João Pessoa, Leme, Niterói, Porto Alegre, Recife, Salvador, São José dos Campos e Teresina.
O confronto na Rua Maria Antônia ficou conhecido como “A Batalha dos Estudantes”. No filme, o episódio marcante de resistência à repressão do regime militar é recriado em 21 planos-sequência, destacando a luta estudantil e os horrores da ditadura, marcada por censura, perseguições e graves violações dos direitos humanos.
A trama acompanha Lilian (Pâmela Germano), estudante de filosofia da USP, que se envolve no movimento de resistência ao lado de jovens como Angela (Castilho), Benjamin (Caio Horowicz), Maria Helena (Julianna Gerais) e Leda (Gabriela Carneiro da Cunha).
O elenco também conta com participações especiais de Fernando Morais, Clara Buarque e Valentina Herszage, esta última já conhecida do público por outros trabalhos de destaque.
Para não se esquecer de lembrar

Sandra Lima, analista de comunicação do Centro Maria Antônia da USP, destaca que o filme é fundamental para as novas gerações conhecerem a história do Brasil e não esquecerem os horrores da ditadura.
“Depois da batalha, não podemos esquecer que veio o AI-5 (Ato Institucional nº 5), decretado no mesmo ano, em 13 de dezembro. Depois disso, as torturas e os assassinatos se intensificaram, com pessoas sendo exiladas e perseguidas”, enfatiza.
Segundo ele, é sempre necessário lembrar desse período turbulento e repressivo para reforçar: ‘ditadura nunca mais’. “Filmes, peças de teatro, seminários e congressos são essenciais para que esse período seja pautado para se ter um momento de reflexão”, recomenda.
Sandra também ressalta a importância da liberdade de expressão, ressaltando que não deve ser confundida com liberdade de agressão e disseminação de mentiras. “A liberdade é ter democracia, poder se expressar e lutar pelos direitos humanos”, complementa.
O professor de economia da USP, Hélio Nogueira da Cruz, que viveu os confrontos como estudante, também reforça a importância de revisitar a história. “É bom que as novas gerações saibam disso quando falam, sem entender: ah, a direita, os militares, a tortura. Elas não avaliam o que tudo isso significava. Não é brincadeira o que o país passou naquele momento.”
Sobre Vera Egito
Vera Egito é natural de São Paulo e formada no Curso Superior de Audiovisual pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Também estudou roteiro na renomada Escuela de Cine y TV de San Antonio de los Baños, em Cuba.
Vera dirigiu os curtas-metragens Espalhadas pelo Ar, apresentado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro em 2007, e Elo, exibido na sessão especial da Semana da Crítica do Festival de Cannes em 2009. Contribuiu como roteirista no longa À Deriva (2009), de Heitor Dhalia, também exibido em Cannes, e foi co-roteirista de filmes como Serra Pelada (2013), Elis (2016), Todas as Canções de Amor (2018), Lilith e Urubus.
Em 2016, Vera estreou como diretora e roteirista de longa-metragem com Amores Urbanos, apresentado no Festival Internacional de Miami. Na televisão, foi chefe de sala de roteiro da 4ª temporada da série Me Chama de Bruna (Fox Premium) em 2020 e lançou a série TODXS NÓS pela HBO Originals no mesmo ano, na qual atuou como criadora, roteirista e diretora geral. Em 2023, estreou como diretora geral da série Dois Tempos, produzida pela Star Plus.
Além disso, Vera dirigiu videoclipes para diversos artistas brasileiros e mais de 30 filmes publicitários entre 2010 e 2016. Seu mais recente trabalho, A Batalha da Rua Maria Antônia (2023), uma produção da Paranoïd Filmes e Globo Filmes, foi premiado como Melhor Filme no Festival do Rio 2023 e chega às salas comerciais agora em março de 2025.
Sobre Manoel Rangel
Manoel Rangel é produtor e diretor executivo da Paranoïd Filmes. Entre suas principais produções estão a série DNA do Crime (Netflix, 2023), que alcançou o Top 10 em mais de 70 países, e o épico Grande Sertão (Guel Arraes, 2023), premiado como Melhor Diretor no Tallinn Black Nights Film Festival.
Outros projetos incluem os filmes A Batalha da Rua Maria Antônia (2023), vencedor do Melhor Filme no Festival do Rio; O Debate (Caio Blat, 2022); Quando Falta o Ar (Ana Petta e Helena Petta, 2021), eleito Melhor Documentário no Festival É Tudo Verdade 2022; e Dr. Gama (Jeferson De, 2021).
Como Diretor Presidente da Ancine (2006-2017), Manoel liderou a formulação e aprovação de importantes leis, como a Lei 11.437/2006, que instituiu o Fundo Setorial do Audiovisual, e a Lei 12.485/2011, marco regulatório da TV paga que estabeleceu cotas de produção nacional.
Atuou como assessor do ministro Gilberto Gil e do secretário do audiovisual Orlando Senna, além de exercer a função de Secretário Executivo da Conferência das Autoridades Cinematográficas Iberoamericanas (CAACI), coordenando programas como Ibermedia e DOCTV América Latina.
Na Paranoïd Filmes, Manoel está à frente das áreas de negócios, desenvolvimento e produção, mantendo parcerias com plataformas de streaming, programadores, canais e distribuidoras nacionais e internacionais.

Serviço
A Batalha da Rua Maria Antônia
Direção: Vera Egito
Roteiro: Vera Egito
Produção: Manoel Rangel, Heitor Dhalia e Egisto Betti
Participações especiais: Fernando Morais, Clara Buarque e Valentina Herszage
Estreia: 27 de março
Ingressos: Disponíveis nos sites oficiais dos cinemas
*Com informações da produtora e da Agência Brasil
Assista ao trailer oficial: