A próxima grande ditadura

Veladimir Romano*

Recentemente, em Londres, o fundador da plataforma digital de informação, Julian Assange, alertou que no futuro próximo do mundo global cada vez mais digitalizado, será comum a criação de exércitos desconhecidos liderados tanto pelo Estado, como por grandes empresas privadas.

O dito, feito numa conferência na embaixada equatoriana da capital inglesa, não merece dúvida, mas muita discussão sobre séria ameaça, desconfiança daquelas merecedoras de cuidados e, dos quantos iludidos em monopolizar a vida social, controle informático das edições “online”.

A tão criticada frota de “hackers”, tão temidos pelos danos causados quando entendem da matéria, conseguem ser no final, organizações como a CIA, exemplo oferecido pelos integrantes no mercado entre outras opções dentro do Estado, avisa o fundador da WikiLeaks, ele mesmo vítima das perseguições da Inglaterra e o mentor da intriga: EUA, embora a Suécia, faz dois meses, através que o seu procurador anulou demanda judicial sobre o jornalista australiano, retido há cinco anos no refúgio diplomático do Equador, não desistem de castigar Julian Assange.

EUA e a Inglaterra, ainda que consumindo largas somas das suas reservas financeiras de forma negligente, não pensam em qualquer desistência, nem largam a porta da embaixada.

Quando a Suécia [do ex-governo conservador], responsável pelo começo da saga hipócrita, ausente de bom senso, demonstrou até onde sistemas e política são capazes de tratar o cidadão quando este é o agente considerado “perigoso”, denunciador das tramas secretas, organizadas por esse mesmo Estado a quem deveríamos tanto em primeiro, como em último lugar, acreditar, sentindo segurança, ou então, no mundo, já nada é sério, será o salve-se quem puder.

Aprimorando a teoria de Julian Assange, também agora chegou uma investigação independente da Corte Interamericana de Direitos Humanos [CIDH], junto a mais outra da ACNUR [agência para refugiados]; afiançando ambos a não existência de qualquer mandato de captura ou primazia judicial contra o cidadão australiano.

Em breve, através da naturalização [o tempo retido na embaixada, solo equatoriano, é permanência necessária, será mais um cidadão do país latino-americano] e, alcançando essa posição, o governo do Equador poderá nomear para cargo diplomático o “prisioneiro” passando a patamar abrigado pela imunidade diplomática, ficando livre da perseguição raivosa e da insanidade anglo-norte-americana.

Da tecnologia, com toda a sua utilidade que baste, passou a ferramenta de execução e favorecendo ausência perigosa duma higiene mental a cada momento, devendo as instituições públicas cuidar da democracia boa e afiançada aplicação em nome do cidadão como suporte financeiro do tanto que paga em taxas, impostos, multas, entre outras obrigações financeiras; vão agora populações mundiais sofrer manipulação, sendo suspeitos do bom demais que a democracia tem oferecido.

* Veladimir Romano é jornalista e escritor luso-caboverdiano

 

 

 

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1 Comentário

  1. Pois, todos os documentos que foram liberados pela plataforma WikiLeaks e a forma como todos nós éramos tratados por que os recolhia, é coisa para deixar-nos todos de orelha em pé.

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