A pandemia não acabou. Não deixe de tomar a dose de reforço e vacinar as crianças
Foto: Carlos Cruz
Rafael Jasovich*
O país registrou neste último sábado (12) o total de 27.425.743 casos de Covid-19, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Com 896 óbitos confirmados em um único dia, o número de mortes chega a 638.048. A média móvel semanal recuou em relação ao dia anterior, mas é a maior desde agosto.
De acordo com o Conass, a média ficou em 892 casos/dia, ante 951 na véspera. Mas no primeiro dia de 2021, esse número era de 97 óbitos diários.
Assim, em menos de dois meses o total é praticamente 10 vezes maior. Em três dias desta semana, o total de mortes registradas superou mil.
Já a média móvel semanal de casos está em 136.067/dia, ante 144.240 um dia antes. Mas no final do ano estava em torno de 8 mil. Agora, portanto, 18 vezes mais.
Até a sexta-feira (11), 152.299.767 pessoas estavam totalmente imunizadas, segundo consórcio de veículos da imprensa comercial.
O número representa 70,89% da população. Já a dose de reforço chegou a 55.379.097 pessoas (25,78%).
De acordo com informações de 25 estados (a exceção foi o Amapá) e do Distrito Federal, 5.385.903 crianças de 5 a 11 anos foram vacinadas. Isso equivale a 26,27% da população nessa faixa etária.
Endemia no segundo semestre?
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que ainda não é momento de se falar em quarta dose.
“O desafio do Brasil é completar a segunda dose e avançar na terceira. Está muito distante falar em quarta dose”, declarou o médico.
“Estamos falando de 120 milhões de pessoas aqui que não completaram o chamado esquema vacinal, sejam as duas doses ou uma terceira. Embora o ministro da Saúde tenha dito que o Brasil é exemplo de vacinação, os números mostram que não é bem assim.”
Sobre declaração do governador paulista, João Doria (PSDB) a respeito da quarta dose, Covas afirmou que a fala foi “no sentido de uma dose de reforço anual, como acontece, por exemplo, com a gripe”.
Segundo ele, “tudo indica” que no segundo semestre a pandemia poderá se tornar uma endemia (mais localizada), a menos que surja outra variante.
“Em função da própria vacinação e a velocidade com que a ômicron está atingindo o mundo, é possível que isso ocorra. Ou seja, o vírus continuará circulando, não teremos mais a gravidade clínica, o número de óbitos tende a diminuir. E, numa situação de endemicidade, como acontece com a gripe e com outras doenças infecciosas, há necessidade da vacinação anual”.
*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, ativista da Anistia Internacional.
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