“A descarbonização deixa de ser meta, para se tornar um imperativo econômico e social,”, diz ex-diretor da OMC, em Dubai

No destaque, o presidente da Ambipar, Roberto Azevedo

Foto: Melrish Studio/
Lide

Evento em Dubai reúne empresários e autoridades do Brasil e dos Emirados.

A descarbonização não é mais apenas uma meta ambiental, mas um imperativo econômico, político e social – e, principalmente, um vetor de competitividade global.

A avaliação é de Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e presidente global de operações da Ambipar, líder global em soluções ambientais, durante a Brazil Emirates Conference, realizada pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em Dubai, nesta segunda-feira (14).

“O setor privado já comprou essa agenda. E o consumidor também. Isso não tem mais volta”, afirmou Azevêdo, ao destacar que a transformação climática será liderada por empresas que souberem alinhar inovação, propósito e estratégia de longo prazo.

O executivo lembrou que o Brasil parte de uma posição privilegiada: 93% da matriz elétrica brasileira é composta por fontes renováveis, contra uma média mundial de 28%.

Com metas ambiciosas, como zerar o desmatamento até 2030 e alcançar a descarbonização total até 2050, o país está pronto para liderar o novo mercado verde. “A transição energética não é mais apenas uma ambição nobre. É uma oportunidade de negócio”, avalia.

Azevêdo também chamou atenção para o potencial do Brasil na geração de créditos de carbono, estimando que soluções baseadas na natureza podem render até US$ 20 bilhões por ano ao país. “Temos 60 milhões de hectares disponíveis para restauração e regeneração produtiva. Isso representa escala, o que é essencial para atrair grandes investimentos.”

Segundo ele, a agenda da sustentabilidade exige protagonismo não apenas do Estado, mas, sobretudo, do setor privado. “O setor empresarial precisa deixar de ser reativo. Precisa orientar e ajudar o governo a acertar. É isso que transforma compromissos em ação concreta”, disse o líder empresarial.

Ao citar os preparativos para a COP30, que será realizada no Brasil, Azevêdo defendeu urgência: “Não podemos esperar o firmamento se alinhar para agir. É hora de sair das promessas e entregar resultados”, cobrou.

 

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