Fubá suado, estrago no paredão e reabertura do Museu são debatidos na reunião do Conphai
Mauro Moura
Nos paradigmas da formação dos conselhos municipais, há vários, três deles, que deveriam encontrar meios de se comunicarem continuamente para que possam obter melhores resultados no desenvolvimento geral de nossa cidade.

As funções e ligações gerais do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico de Itabira (Conphai) juntamente com o Conselho Municipal de Turismo (Contur) e o Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC) são intrinsecamente ligadas. O que se constata é que invariavelmente cada deliberação ou tomada de posição de um desses conselhos interfere imediatamente nos demais.
Nessa quarta-feira (11) foi aberta a reunião dos membros do Comphai com a leitura da pauta do dia, com aprovação do aditivo de reforma do Museu de Itabira e sobre a proposta de tornar o fubá suado como alimento típico dessa urbe matodentrense.
Antes de iniciar a votação para a aprovação, foi explicado aos membros do conselho que os estragos causados ao paredão da rua Tiradentes por um acidente de colisão de um automóvel, não houve como conseguir o reparo por meio de reparação por quem causou o dano.

Com a dificuldade em receber do responsável, o caso será encaminhado à Procuradoria Jurídica do Município para que busquem a solução jurídica, ajuizando ação de ressarcimento do prejuízo ao bem público. Um patrimônio que está, inclusive, registrado no Livro de Tombos.
É importante destacar também, ainda sobre o restauro do paredão, que esse trecho do centro histórico faz parte dos Caminhos Drummondianos, palco histórico dos antigos footing e natural da “Quinta Cultural”.
Museu
A respeito do Museu de Itabira, as dificuldades decorrentes será necessário fazer um aditivo no contrato de R$ 18.613,29. Com isso, a reforma deve totalizar um aporte de recursos de R$ 149.902,26. Isso pelo fato de o imóvel ser de difícil restauração, apresentando dificuldades que só apareceram com o início dos trabalhos, não previstas inicialmente.
Ainda com relação ao Museu, uma das possibilidades de uso foi colocada em dúvida pelo conselheiro José Norberto de Jesus. Ele considera temerário transferir para este imóvel o Arquivo Histórico, pelo risco que isso representa ao próprio patrimônio e acervo memorialísticos. É que, construído com muita madeira, no local os documentos históricos ficariam vulneráveis, com risco, inclusive, sofrer um incêndio – e não sobrar nada do acervo. Nem do patrimônio histórico e arquitetônico.
Sérgio Amaral, sub-secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo, explicou que devido ao risco iminente de incêndio, o governo municipal está procurando um novo local mais adequado para receber o acervo do Arquivo Histórico. O que se espera é que esse bom senso e precaução prevaleçam.
Após o anúncio dessa necessária cautela, foi aprovado o aditivo para a restauração do Museu de Itabira.
Fubá suado
Para o registro do Fubá Suado como alimento típico de Itabira, desde o tempo que aqui chegaram os primeiros colonizadores com seus escravos, foi solicitado um histórico mais abrangente, por meio de um dossiê para a devida patrimonialização deste prato que faz parte da cultura local. O pedido de reconhecimento foi formulado pelo conselheiro José Norberto de Jesus.
Para esse reconhecimento, o conselheiro disse que era necessário relembrar o olhar e o sabor dos antepassados, um prato que hoje é consumido largamente em todo o município. O conselheiro Lúcio de Souza informou que a superintendência de Turismo já está fazendo o inventário para definir essa questão da gastronomia típica de Itabira.
Com as colocações apresentadas pelos conselheiro, José Norberto se dispõe a trazer uma mostra do fubá suado para a apreciação dos demais membros, acentuando a importância de se fazer o registro e reconhecimento desse alimento como sendo típico de nossa cozinha.
Segundo ele, o fubá suado geralmente é consumido com ovo e café adocicado com rapadura. Lúcio de Souza assegurou que apresentará esse pedido de avaliação ao Comtur, assim como pretende fazer um histórico do alimento, ouvindo testemunhos, coletando receitas típicas que contenham o ingrediente. “É importante saber como esse alimento foi transmitido de geração a geração para compor o dossiê de patrimonilização do fubá suado”, acentuou.
Pauta restritiva
Com essa pauta restritiva, com apenas dois itens, embora outros temas também tenham sido debatidos, convenhamos, é muito pouco para tantas necessidades que demandam soluções urgentes, como são, por exemplo, as ameaças ao nosso patrimônio histórico edificado.
Fica aqui o registro da necessidade de se encontrar, com urgência, um local adequado para se instalar o Arquivo Histórico, o qual carece de certas condições específicas para acolher, como devido cuidado e precaução, esse rico acervo documental de grande relevância para melhor compreensão da formação da nossa cidade.
É por meio desses documentos que se pode conhecer o nosso passado, as antigas famílias, fábricas e propriedades, a presença e a importância do negro em nossa formação histórica. Enfim, a sua preservação é de grande relevância o conhecimento de como ocorreu o desenvolvimento sociocultural de nosso município no decorrer de três séculos.
Simplesmente não há cultura sem conhecimento amplo e muito menos se desenvolve o turismo sem informação.
Mauro,Temas de debate que visam a valorização de uma cultura e da história. Gosto de acompanhar esse tema do Fubá suado! E faz favor, passe-nos a receita!
Bom dia, Margarida.
O fubá suado é uma transformação local para o cuscuz, o mesmo que foi concebido inicialmente no Marrocos ainda por volta do ano 1.100.
Como aqui temos é o milho, então apropriaram da receita e foram criando a modo do local.
Há uma outra crónica minha que traz essas informações.
Receita para aprender, mas de preferência com uma farinha de milho (fubá) um pouco mais grossa:
https://www.youtube.com/watch?v=M8Kli478X3Q
Também quero essa receita!
Estou com mta vontade de degustar!