Bebida clandestina: operação em Itabira revela riscos graves à saúde do consumidor

Fotos: Divulgação/
Ascom/PMI

Prefeitura e Polícia Militar apreendem produto alcoólico irregular; caso não é de falsificação, mas expõe ameaça também de contaminações pelo manuseio inadequado

Uma operação conjunta entre a Prefeitura de Itabira, por meio da Vigilância Sanitária, e a Polícia Militar de Minas Gerais (PM-MG), realizada na semana passada no bairro Vila Amélia, resultou na apreensão e inutilização de uma grande quantidade de bebida alcoólica produzida e comercializada de forma clandestina.

A ação foi motivada por denúncia anônima e revelou um esquema que envolvia produção em imóvel rural no município de Ferros e distribuição irregular em Itabira.

Durante a fiscalização, os agentes encontraram uma produção ilegal de bebida alcóolica e armazenamento precário em recipientes inadequados, como contêineres IBC, bombonas plásticas e garrafas PET reutilizadas, além de tonéis de madeira usados para envelhecimento.

O uso desses materiais, sem os cuidados sanitários, representa risco elevado de contaminação por bactérias, fungos, resíduos químicos e metais pesados, que são substâncias que podem causar desde intoxicações agudas até doenças hepáticas e neurológicas.

Além disso, os rótulos estavam sem as informações obrigatórias exigidas pela legislação vigente, como lote, data de fabricação, validade e composição. A ausência desses dados impede o rastreamento do produto e compromete a segurança do consumidor.

Bebidas foram apreendidas e descartadas após identificação de manuseio e armazenamento irregulares, com risco à saúde pública
Contaminações silenciosas e perigosas

Além da falsificação, o manuseio inadequado durante a produção e envase, como a reutilização de embalagens sem higienização, pode levar à contaminação por micro-organismos patogênicos, como Salmonella, Clostridium botulinum e Escherichia coli.

Essas bactérias podem causar desde infecções gastrointestinais até botulismo, uma doença rara, porém grave, que afeta o sistema nervoso e pode ser fatal.

Diante da gravidade da situação, os fiscais da Vigilância Sanitária e da Posturas da Prefeitura, com apoio da Polícia Militar, fizeram a apreensão e inutilização imediata do produto, evitando sua comercialização e consumo.

Segundo o coordenador da Vigilância Sanitária de Itabira, Flammarion Ferreira, a operação reforça o compromisso com a saúde pública.

“A produção e venda de bebidas alcoólicas sem registro e fiscalização colocam em risco a vida das pessoas. A colaboração da comunidade, por meio de denúncias, é essencial para combater essas irregularidades”, destacou Ferreira, lembrando que a prática configura infração sanitária grave, sujeita a penalidades legais.

“A produção e venda de bebidas alcoólicas sem registro e fiscalização colocam em risco a vida das pessoas”, afirma o coordenador da Vigilância Sanitária de Itabira, Flammarion Ferreira
Falsificações com etanol: um alerta nacional

O caso de Itabira se soma a uma série de ocorrências semelhantes registradas em outras regiões do país, especialmente em São Paulo, onde investigações revelaram a adulteração de bebidas com etanol combustível, uma substância altamente tóxica e imprópria para consumo humano.

Embora o foco inicial das investigações tenha sido o estado paulista, há indícios de que essa prática criminosa esteja se espalhando por outras localidades, inclusive em Minas Gerais.

O consumo de bebidas adulteradas com etanol pode provocar efeitos devastadores, como cegueira, insuficiência renal, coma e até morte. Em muitos casos, os sintomas são confundidos com intoxicação alcoólica comum, dificultando o diagnóstico e o tratamento adequado.

Denúncias e informações

A população pode contribuir com a fiscalização e denunciar práticas suspeitas à Vigilância Sanitária de Itabira pelo telefone (31) 3839-2675.

O sigilo é garantido.

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