Por uma Itabira mais verde para transformar a paisagem urbana e garantir segurança hídrica com revitalização de nascentes

Em destaque, a rua Joao Luiz Silva Torres, no bairro Campestre é exemplo de arborização urbana a ser seguido, longe da rede elétrica

Foto: Carlos Cruz

Áreas verdes viram ativo desejado nas cidades e Itabira quer deixar de ser uma das cidades menos arborizadas do país

É sabido que o contato com a natureza melhora significativamente a qualidade de vida. Um estudo conduzido por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura da USP analisou mais de 200 artigos científicos de diversas partes do mundo e concluiu que 94% deles apontam efeitos positivos para a população no contato com áreas verdes.

Nenhum desses estudos relatou impactos negativos, e apenas 8,95% indicaram efeitos neutros. Os benefícios vão desde a melhora na saúde mental até o fortalecimento do senso de comunidade.

É pensando nisso, juntamente com os ganhos ambientais, que Itabira comemora seus 177 anos de emancipação política com uma programação voltada à sustentabilidade e à valorização ambiental.

A cidade, que figura entre as menos arborizadas do país segundo dados do IBGE, dá início a uma série de ações pelo projeto Itabira Mais Verde que visam transformar sua paisagem urbana e fortalecer a segurança hídrica da região.

Itabira antes de a mineração descaracterizar paisagisticamente a Serra do Esmeril com a supressão da vegetação natural: parte da dívida histórica ainda não quitada pela Vale com a cidade que já foi do Matto Dentro (Foto: Tibor Jablonsky/Ney Strauch/IBGE)
Itabira Mais Verde: 177 mudas para 177 anos

Em sintonia com as evidências científicas, o programa  Itabira Mais Verde foi lançado em julho deste ano, com o objetivo de ampliar a cobertura vegetal da cidade.

Como marco simbólico nesta semana em que se celebra a emancipação política de Itabira, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Proteção Animal (Semapa) realiza o plantio de 177 mudas de árvores, representando cada ano dessa data histórica.

A ação será realizada em dois pontos da cidade: nesta terça-feira (7), na Avenida Ipiranga, bairro Amazonas. E na quarta-feira (8), na avenida das Rosas, bairro São Pedro. Em ambos os dias, o plantio ocorre das 8h às 11h.

Iniciativa Rio Vivo: proteção das nascentes e segurança hídrica

O rio do Peixe, na década de 1950, vai serpenteando em direção a Nova Era, onde desagua no rio Piracicaba para seguir em direção ao Doce (Foto: Tibor Jablonsky/Ney Strauch/IBGE)

Ainda no dia 8, Itabira recebe o lançamento oficial da Iniciativa Rio Vivo, projeto voltado à proteção de nascentes e à segurança hídrica da região. A cerimônia será realizada no auditório José Alencar, no campus da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), das 8h às 14h.

A iniciativa já mobilizou 60 propriedades rurais e identificou 87 nascentes em seis microbacias do município. A proposta é cercar e preservar essas áreas, garantindo água de qualidade para milhares de famílias e fortalecendo a produção rural local.

Plenária

Durante a manhã, será realizada a plenária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba (CBH-Piracicaba). À tarde, os participantes visitarão obras de proteção de nascente na microbacia do rio do Peixe, na Fazenda Tereza, propriedade do agricultor José Marinho de Almeida.

A Iniciativa Rio Vivo é uma ação conjunta do CBH-Piracicaba e da Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (Agedoce), com recursos provenientes da cobrança pelo uso da água — revertidos em projetos ambientais duradouros.

Com ações que vão do plantio urbano à preservação hídrica, Itabira mostra que o verde é mais do que paisagem: é estratégia de desenvolvimento, saúde e qualidade de vida.

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