Pagamento de PRL da Vale e do superavit da Valia promete movimentar a economia em Itabira
Para o mês de março, é grande a expectativa dos trabalhadores e aposentados da Vale de terem um dinheiro extra para fazer frente às despesas e também para investimentos diversos no bem-estar da família. É que após anos de retração e arrocho salarial em todo o país, a Vale irá pagar a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) considerada uma das maiores da história – e a Valia, que é o fundo de pensão dos aposentados da empresa, pagará bonificações referentes ao chamado superavit primário também consideradas expressivas.
Sebastião da Costa Deiró, diretor-regional da Aposvale/Itabira prefere não falar em valores que serão pagos pela Valia aos aposentados e pensionistas de Itabira. “Pode inflacionar o mercado”, diz, com cautela e expectativa, uma vez que o montante a ser pago só será divulgado na reunião de fechamento contábil com o Conselho Deliberativo da instituição, que acontece em março.
Entretanto, segundo ele adianta, de acordo com relatório divulgado pela Valia, o fundo de previdência tem hoje cerca de R$ 1,159 bilhão de superavit. “Retirando a sobra dos 25%, teremos cerca de R$ 470 milhões que serão distribuídos em todo o país.”
Deiró, porém, faz a ressalva de que se trata de uma estimativa, uma vez que ainda não foi fechado os relatórios de 2017, o que deve ocorrer até o dia 20 deste mês. “Estamos otimistas. Acreditamos que o pagamento do superavit da Valia deve fechar entre seis a oito salários de abono.”
Só em Itabira serão beneficiados 4,5 mil aposentados e pensionistas – e na região, mais de 6 mil. Já com o pagamento da PLR serão aquinhoados mais de 4 mil trabalhadores da empresa na cidade.
Resultados expressivos
A reunião da mineradora com a direção dos sindicatos para negociar o pagamento da PLR está agendada para o dia 10 deste mês. “A expectativa é de que seja a maior participação nos lucros já paga pela empresa e o maior do país”, avalia o presidente do Metabase, Paulo Soares, com base nos números que a empresa já divulgou. “A Vale não tem como escapar desse pagamento. As nossas pontuações chegaram ao máximo”, salienta o dirigente sindical.
O sindicato negocia também com a empresa para não descontar um salário pago a título de adiantamento, permanecendo portanto o pagamento na íntegra da PLR referente à produção e aos lucros de 2017.
De acordo com ele, o pagamento expressivo da PRL irá compensar o mau acordo coletivo fechado no ano passado. Em assembleia da categoria, foi aprovada a contraproposta da empresa de recomposição salarial de 2,5%, muito abaixo do esperado.
“Amargamos um acordo (salarial) que não foi bom, mesmo tendo havido alguns ganhos como a não aplicação da reforma trabalhista e a manutenção da hora in itinere (pagamento de horas extras referente ao período que o trabalhador fica em trânsito entre a sua residência e o local de trabalho e vice-versa).”
“A nossa indignação com esse acordo é gigante”, disse Paulo Soares, após a aprovação da contraproposta patronal, lembrando que os lucros líquidos da empresa só nos últimos meses alcançaram a estratosférica cifra de R$ 7,14 bilhões.
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