Raposa vence com autoridade na casa do Galo; Mineirão será azul na partida decisiva

Foto: Pedro Souza/
Reprodução/CAM

Raposa mostra superioridade tática e ofensiva na Arena MRV, enquanto Galo desperdiça chances no primeiro tempo e se vê pressionado a reverter placar em território historicamente favorável

Carlos Penna Filho*

O Cruzeiro venceu, na noite dessa quarta-feira (27), o Atlético Mineiro por 2 a 0 na Arena MRV, em partida válida pela semifinal da Copa do Brasil. Com isso, deu um passo importante rumo à partida de volta na quinta-feira, 11 de setembro, às 19h30, no Mineirão, em partida classificatória para a semifinal do torneio.

Apesar de atuar fora de casa, a Raposa mostrou mais organização tática, objetividade ofensiva e frieza nas finalizações – características que têm sido marca registrada da equipe comandada pelo ótimo técnico Leonardo Jardim.

O Atlético, por sua vez, teve mais posse de bola e volume de jogo, especialmente no primeiro tempo, mas desperdiçou ao menos quatro chances claras de gol.

Após o golaço do zagueiro Fabrício Bruno, que abriu o placar com um petardo de fora da área, a equipe de Cuca ficou atordoada A partir daí, o time celeste passou a controlar emocionalmente o jogo, enquanto o Galo se desorganizou defensivamente e viu Kaio Jorge ampliar a vantagem, aos 19 minutos do segundo tempo, após uma cobrança de escanteio.

Fabrício Bruno, ele novamente, subiu com autoridade e ajeitou de cabeça, deixando Kaio Jorge livre para dominar, viravoltear e finalizar com precisão. Foi o primeiro gol do atacante em clássicos contra o Galo, marcado justamente em um momento decisivo que consolidou a vantagem celeste no placar – e também no cenário futebolístico, já que ambos, Kaio e Fabrício, foram convocados para a Seleção Brasileira nesta semana.

Atlético sente a pressão e precisa de resposta

O resultado, embora duro, não pode ser considerado surpreendente. O Cruzeiro tem apresentado um futebol mais consistente e tem sido bem treinado ao longo da temporada, enquanto o Atlético oscila e sofre com a falta de efetividade no ataque.

A derrota em casa escancara a necessidade de ajustes urgentes, sobretudo na tomada de decisão no terço final do campo. Cuca terá pouco tempo para reorganizar o time e recuperar a confiança do elenco. A missão é clara e desafiadora: vencer por três gols de diferença para se classificar diretamente ou por 2 gols de diferença para levar a decisão aos pênaltis.

Mineirão tem sido palco de viradas e boas memórias alvinegras

Não será tarefa fácil, embora nada é impossível para o Galo. É assim que, apesar da vantagem celeste, o Atlético pode se apoiar no histórico recente no Mineirão, onde venceu sete dos últimos dez clássicos contra o Cruzeiro. O estádio, apelidado por torcedores alvinegros como “salão de festa do Galo”, tem sido palco de grandes atuações – inclusive viradas memoráveis em confrontos eliminatórios.

Já os cruzeirenses, respaldados pelo bom retrospecto na Arena MRV, têm adotado um tom provocativo ao se referirem ao estádio rival como “Arena do Chororô”, apelido que, junto a outras alcunhas nada elogiosas, alimenta o folclore e a tensão que cercam o clássico mineiro.

Infelizmente, a rivalidade entre os clubes atingiu um nível em que os confrontos já não podem contar com a presença das duas torcidas no mesmo estádio, privando o espetáculo da atmosfera plural que sempre foi marca registrada dos grandes duelos em Minas Gerais.

Na partida de volta, a torcida cruzeirense promete lotar o Mineirão e empurrar o time rumo à classificação. No entanto, o Atlético já demonstrou que sabe lidar com pressão e costuma crescer em jogos decisivos.

A presença de nomes como Hulk, Arana, Scarpa, Cuello, Éverson e Lyanco, que deve retornar à equipe, pode ser determinante. Isso desde que o time encontre o equilíbrio necessário entre agressividade e organização. E, acima de tudo, que não desperdice tantas oportunidades claras de gol como ocorreu no jogo de ida.

O Cruzeiro tem a vantagem no placar e vive um momento mais estável. Por seu lado, o Atlético carrega a história e a urgência de uma resposta. É nesse clima tenso e competitivo que o segundo jogo promete ser um clássico à altura da rivalidade: intenso, técnico e carregado de emoção. E como sempre acontece em duelos desse calibre, o imprevisível pode muito bem ser o protagonista. A conferir – e torcer, seja nas arquibancadas ou diante da telinha.

*Carlos Penna Filho é cronista bisexto e apaixonado por futebol.

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