Já passa da hora de Itabira lançar uma campanha ampla contra as queimadas, incluindo um Disque-Denúncia eficaz
Fotos: Reprodução/ Rede Social
Além da poeira do minério de ferro que recobre a cidade anualmente, neste período de estiagem, a população sofre também com as queimadas criminosas, observadas em diversos pontos, especialmente no bairro Gabiroba e até mesmo próximo à Prefeitura
Como se sabe, ou todos deveriam já saber, a combinação de poeira e fumaça agrava doenças respiratórias, levando muitos ao sistema público de saúde, que já enfrenta dificuldades para atender à crescente demanda.
Queimadas não autorizadas são proibidas pelo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) e pela Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998).
As penalidades incluem multas que podem chegar a R$ 50.000,00 por hectare devastado, além de penas de prisão para os responsáveis. O Decreto nº 12.189/2024 reforça a aplicação de embargos em áreas afetadas por queimadas ilegais.
Além das penalidades legais, as queimadas contribuem para a degradação ambiental e a perda de biodiversidade, afetando diretamente a qualidade de vida da população e comprometendo ecossistemas essenciais para o equilíbrio climático.
Ação urgente da Prefeitura
Diante desse cenário preocupante e grave, a Prefeitura precisa lançar uma campanha de impacto contra as queimadas, abrangendo todo o período de estiagem.
Essa campanha deve ser contínua e massiva, utilizando todos os meios de comunicação disponíveis: redes sociais, escolas, igrejas, associações de moradores, rádios, jornais, revistas, portais de notícias, busdoors, outdoors.
Além disso, é essencial que a Prefeitura mobilize seus fiscais de Meio Ambiente e Posturas para punir os responsáveis por queimadas ilegais, muitas vezes realizadas pelos próprios proprietários de terrenos para limpeza.
A fiscalização deve ser intensificada, com ações coordenadas entre órgãos ambientais, a Polícia Militar de Meio Ambiente e o Corpo de Bombeiros Militar.
Impactos devastadores das queimadas
As queimadas e incêndios florestais causam danos profundos à saúde e ao meio ambiente.
Para os seres humanos, a fumaça contém partículas tóxicas que provocam doenças respiratórias e cardiovasculares, afetando especialmente crianças, idosos e pessoas com problemas de saúde preexistentes.
Estudos recentes indicam que a exposição prolongada à poluição gerada pelas queimadas pode aumentar os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e outras complicações respiratórias graves.
Já para o meio ambiente, os prejuízos são igualmente alarmantes: as queimadas destroem a biodiversidade, degradam o solo e contribuem para o aquecimento global ao liberar grandes quantidades de dióxido de carbono.
Além disso, alteram os ciclos hidrológicos, prejudicando a absorção de água pelo solo e aumentando o risco de desertificação em áreas já vulneráveis.
Participação popular e denúncias
A campanha deve ter um caráter educativo, conscientizando sobre os malefícios das queimadas e incentivando a participação popular para mudar esse cenário de poluição que assola a cidade – e também o meio rural – todos os anos.
A população tem papel fundamental na luta contra as queimadas. Além de evitar essa prática, os moradores devem denunciar atividades ilegais.
Para isso, a Prefeitura deve implementar um Disque-Denúncia por telefone e um canal online vinculado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente ou à Polícia Ambiental/Corpo de Bombeiros. Se esses canais já existem, é essencial que sejam amplamente divulgados para garantir sua eficácia.
Além disso, campanhas educativas devem ser promovidas em escolas, igrejas, associações e em todas as comunidades, conscientizando sobre os riscos das queimadas e incentivando práticas sustentáveis.
Tolerância zero
Queimadas criminosas não podem ser toleradas. É hora de agir com consciência coletiva, engajamento e punição rigorosa contra os infratores piromaníacos, muitos já conhecidos na cidade por suas recorrências. E que deveriam estar no radar da fiscalização municipal, caso essa fosse eficaz.
Denuncie! Somente com fiscalização e participação popular será possível preservar o meio ambiente e a saúde da população.
