Brasil reduz desmatamento em todos os biomas pela primeira vez em seis anos
No combate aos incêndios e ao desmatamento ilegal, o Ibama, por meio da sua Divisão de Fiscalização no Amazonas (Difis-AM), atua na punição dos responsáveis por esses crimes
Foto: Divulgação/ Ibama
O Brasil registra uma queda significativa no desmatamento desde o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, marcando o segundo ano consecutivo de redução.
Segundo o relatório do MapBiomas, divulgado em maio de 2025, a área desmatada no país recua 32,4% em relação a 2023, atingindo 1,24 milhão de hectares.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destaca que o governo tem ampliado as fiscalizações e fortalecido órgãos ambientais para manter essa tendência de queda.
“Fizemos questão de vir aqui exatamente para fazer o devido ajuste e colocar para a sociedade brasileira o quanto o governo está comprometido, a partir da articulação de 19 ministérios, com as medidas necessárias para que sigamos levando o desmatamento para baixo e cheguemos ao desmatamento zero em 2030”, afirma.
“Deixar a boiada passar”
Durante o governo de Jair Bolsonaro, a política ambiental é marcada por flexibilizações na legislação, redução de multas ambientais e enfraquecimento dos órgãos de fiscalização.
Em uma reunião ministerial de 2020, o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sugere “passar a boiada”, aproveitando a pandemia para afrouxar regras ambientais.
Essa política resulta em altos índices de desmatamento, especialmente na Amazônia e no Cerrado. Em 2021, o Brasil registra um dos maiores índices de destruição florestal da década, com 13.235 km² desmatados na Amazônia, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Medidas para conter o desmatamento
Desde o início de seu mandato, Lula adota uma postura oposta, priorizando a preservação ambiental e o combate ao desmatamento. Entre as principais ações estão a criação do programa União com Municípios pela Redução do Desmatamento, com um fundo de R$ 730 milhões para financiar ações ambientais até 2027.
Com o programa Fortalecimento do Fundo Amazônia, o governo federal destina recursos para fiscalização e proteção da floresta.
Outra medida importante foi a reeativação de órgãos ambientais, como o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio”, que foram enfraquecidos na gestão anterior.
Importante medida foi também o maior controle sobre o crédito rural, o que impede que áreas desmatadas ilegalmente recebam financiamento.
Desafios e alertas
Apesar dos avanços, o governo Lula enfrenta desafios. Em abril de 2025, o desmatamento na Amazônia registra um aumento de 55% em relação ao mesmo mês de 2024, acendendo um alerta no governo.
A ministra Marina Silva afirma que o governo está ajustando suas estratégias para conter essa alta e que 19 ministérios estão envolvidos na formulação de novas medidas.
“Pode ser apenas um pico que se reverte no mês seguinte, mas pode não ser. Vamos ter que fazer um esforço maior, calibrar melhor, trabalhar de maneira mais coordenada para continuar reduzindo e manter essa queda”, explica.
Além disso, o Cerrado continua sendo o bioma mais devastado do país, concentrando 75% do desmatamento registrado em 2024.
Os desafios persistem, e a necessidade de ações contínuas e coordenadas é fundamental para que o Brasil alcance a meta de zerar o desmatamento até 2030, compromisso assumido por Lula na COP-27. A conferir.