Museu da Caricatura Brasileira é inaugurado no Rio com busto de Samuel Gorberg, obra de Genin
Fotos: Divulgação
Como parte de um projeto de revitalização do centro histórico, foi inaugurado nessa quarta-feira (18), o Museu da Caricatura Brasileira, em um prédio com mais de um século de existência, na Rua Primeiro de Março, 22.
É o primeiro do gênero no país, dedicado exclusivamente à caricatura. Idealizado pelo caricaturista, colecionador e historiador Luciano Magno, o museu abriga um acervo que cobre a trajetória de vários profissionais e contará com diversas exposições.
“É uma honra muito grande. A inauguração do Museu da Caricatura Brasileira já é um marco para a nossa cultura”, diz Luciano, que deseja, além de contar toda a história dessa arte, resgatar o bom humor do carioca por meio da caricatura.
Segundo ele, o Rio de Janeiro sempre teve uma tradição forte nesse campo, atraindo caricaturistas e humoristas de todo o país. “O museu é um dos equipamentos culturais que quer resgatar o bom humor do carioca, já que a caricatura se traduz em riso, em piadas gráficas”, explica.
Para dar forma ao projeto, Magno participou do edital do Projeto Reviver Centro Cultural da Prefeitura do Rio. “O Reviver tenta reverter a situação de declínio social, do esvaziamento das ruas do centro depois de uma certa hora”, conta.
“Desde o início do ano estamos trabalhando. Já temos mais de 30 estabelecimentos. O nosso demorou para ser inaugurado porque é um dos empreendimentos mais arrojados”.
Caricatura brasileira
Magno destaca a importância de divulgar a caricatura. “Temos que mostrar que a arte da caricatura brasileira é uma das melhores do mundo”, disse ele.
Segundo o idealizador do museu, resgatar essa tradição mostrando a trajetória e a obra desses caricaturistas célebres da história do Brasil eleva o nível da programação cultural da cidade juntamente com outras instituições ao redor (CCBB e Centro Cultural Correios). “É um desafio, mas a caricatura do Brasil e o acervo que temos vão cumprir esse papel”.
Autor da obra História da Caricatura Brasileira, ganhador do Prêmio Jabuti, e organizador da Bienal Internacional da Caricatura – Brasil, que já teve três edições, Luciano Magno é carioca e dedica sua vida à arte da caricatura, organizando mais de 70 exposições.
“Eu coleciono charges, desenho de humor e caricatura desde os meus 15 anos. Em 2000, minha coleção já era significativa e o projeto do Museu da Caricatura já existia em paralelo. Tenho quatro livros lançados sobre a história da caricatura brasileira”, ele conta.
São 35 membros fundadores da instituição. “Alinhei e convidei colecionadores, historiadores, parentes de caricaturistas, caricaturistas e cartunistas, desenhistas e caricaturistas ligados ao cinema de animação como Allan Sieber. O cinema de animação começou pelos caricaturistas”, relaciona.
Espaço de Cultura
O Museu da Caricatura Brasileira conta com 1.000 metros quadrados e 14 salas expositivas espalhadas por seus três andares. O prédio é histórico e tem mais de 100 anos. Conta com o acervo particular de mais de 100 mil itens de Luciano Magno, presidente do museu. O segundo maior acervo é do vice-presidente Luiz Fernando Carvalho.
O caricaturista Genin Guerra, recebeu a encomenda de um busto em bronze em homenagem ao escritor e pesquisador Samuel Gorberg, que doou um grande acervo ao museu. Genin esteve presente na inauguração.
“Este museu é uma vitória para os profissionais do traço, afinal, é uma profissão pouco valorizada e de extrema importância. Geralmente, os caricaturistas e chargistas estão na linha de frente para denunciar as mazelas e abusos contra a sociedade”, afirma Genin.
“Foi uma noite memorável com muitos encontros. Valeu muito o esforço do Luciano Magno para realizar este sonho”, completa.
Na programação estão exposições históricas e contemporâneas, com obras de caricaturistas importantes das primeiras décadas do século XX, como J. Carlos, Calixto Cordeiro, Raul Pederneiras, Luiz Peixoto, Seth, Alvarus, Fritz e Nair de Teffé, além de artistas consagrados da fase contemporânea da caricatura no Brasil.
Exposições
1º Andar: “A História do 1º Centenário da Independência do Brasil (1822-1922) através da Caricatura”, com obras de J. Carlos, Calixto Cordeiro, Raul Pederneiras, Luiz Peixoto, Seth, Nair de Teffé, entre outros.
2º Andar: “Nair de Teffé & Hilde Weber – Precursoras Brasileiras”, apresentando a primeira caricaturista brasileira Nair de Teffé e a primeira chargista Hilde Weber. Exposição Permanente sobre a História da Caricatura no Brasil, com obras de mestres como Angelo Agostini, Henrique Fleiuss, Bordalo Pinheiro, J. Carlos, Calixto, Seth, Alvarus, Fritz, Lan, Borjalo, Chico e Paulo Caruso, Claudius, Ziraldo e Luis Trimano.
3º Andar: “5ª Bienal Internacional da Caricatura – Brasil”, organizada por Magno, apresentando artistas da geração atual como Cavalcante, Jorge Jardim e Quim Duran.
Preciosidades do Acervo
Entre as preciosidades do acervo estão a caricatura original de Winston Churchill por J. Carlos, originais de K. Lixto e Raul Pederneiras, além de esculturas de Paulo Mazzuchelli e Fritz.
Destacam-se também obras de Bambino, Crispim do Amaral, Rocha, Amaro do Amaral, Alfredo Cândido, Hélios Seelinger, Vasco Lima, J. Arthur, Gil, J. Ramos Lobão, Leônidas, Loureiro, Max Yantok, Belmonte, Théo e outros contemporâneos.
São mais de 100 mil charges e itens diversos, preservando a memória e o acervo dos caricaturistas e chargistas brasileiros.
Galeria
Fabuloso espaço, com diversas exposições da mais alta qualidade.
Que maravilha essa iniciativa! Parabéns! E fiquei muito feliz e orgulhosa pela presença do genial Genin Guerra, com seus trabalhos fantásticos! Sou fã!