Polícia Militar promove rondas nas escolas de Itabira e define com a Prefeitura protocolos para coibir violências e ameaças no ambiente escolar
Fotos: Divulgação/PM/PMI
A onda de atentados, tentados e consumados, ocorrida em várias regiões do país, levou o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) a se reunir, nessa quinta-feira (13), com o comando do 26º Batalhão da Polícia Militar, sediado em Itabira, para traçar diretrizes, além de ações ostensivas e preventivas nas escolas do município.
O comandante do 26º BPM, tenente-coronel Fábio Barcelos, informou que desde o início desta semana o efetivo policial de Itabira tem visitado as escolas, intensificando a ronda. Disse ainda que o serviço de inteligência da corporação está atento aos rumores que têm sido divulgados nas redes sociais.
Foi o caso que levou à identificação de uma estudante de 11 anos, que teria criado um perfil falso e postado ameaças de agressões aos seus colegas em uma escola de Itabira. Identificada pelo serviço de inteligência da PM, essa estudante confessou, na presença de sua mãe, ser a autora do perfil falso e a autoria das postagens.
A estudante contou que a sua intenção era criar “um alvoroço na escola”, o que conseguiu, levando apreensão e medo na escola. O seu aparelho de celular foi encaminhado à Delegacia da Polícia Civil para as devidas investigações suplementares, até para saber se tratou de um caso isolado, como tudo indica.
Com a ronda ostensiva e preventiva já em curso, segundo o comandante da PM, o objetivo é garantir a segurança e o bem-estar dos estudantes, do corpo docente e de todos os profissionais da educação.
Para essa tarefa, ele pede também a participação dos pais e responsáveis dos estudantes. A recomendação é para que monitorem as redes sociais e os celulares dos menores, além de verificar cotidianamente o que eles carregam na mochila. É preciso também impedir o acesso a qualquer tipo de armamento que os seus responsáveis tenham em casa.
Saiba mais
A reunião da PM com o prefeito e assessores teve como objetivo construir protocolos com ações imediatas de proteção e prevenção de atos violentos nas escolas, que não se resumem às ameaças pela rede social, mas também resultam em brigas entre estudantes nas imediações das escolas.
Na rede municipal, segundo informou o prefeito, já existe a determinação para que os portões sejam mantidos trancados, com controle rígido do acesso de pessoas desconhecidas.
Em caso de qualquer rumor ou desconfiança em relação às atitudes suspeitas nos arredores da escola, a orientação é para que a direção da escola faça contato imediato com a PM.
Uma nova rodada de conversas entre as autoridades municipais e a PM ficou agendada para esta sexta-feira, com participação de representantes do Ministério Público de Minas Gerais.
Outras medidas já definidas
Polícia
– Monitoramento de redes sociais, com a identificação de estudantes que postem conteúdo que atente contra a paz nas escolas;
– Recebimento e apuração de todas às denúncias de atitudes suspeitas;
– Visitas tranquilizadoras nas escolas pela Patrulha Escolar;
-Em casos de flagrante delito, perseguição ou grave perturbação da ordem, a polícia pode entrar na escola sem prévia autorização, com comunicação da direção escolar;
– Nas situações cotidianas, a entrada da polícia é permitida na escola sempre que for acionada ou autorizada pela direção. Caso seja necessária a realização de buscas por armas, drogas e similares, junto às pessoas que estão sob responsabilidade da instituição educacional, ou se decida investigar os ambientes da escola, cabe à direção da escola designar responsáveis para acompanhar a ação policial.
Município
– Controle rígido de acesso às escolas com critérios de identificação dos visitantes mesmo que sejam pais de alunos, para garantia da segurança de todos. Não haverá exceções: todos devem ser identificados e a motivação da visita devidamente comunicada à direção da instituição, que autorizará ou não a entrada de visitantes.
– Garantir a manutenção constante de muros, concertinas e a limpeza do ambiente externo da escola.
– Manter as câmeras de videomonitoramento em pleno funcionamento; em caso de algum problema, chamar imediatamente os técnicos para manutenção;
– Encaminhar as famílias que necessitarem de atendimento às equipes de assistentes sociais.
Pais
– Todas as vezes que necessitarem entrar em uma escola pública municipal devem dirigir à secretaria, identificar e explicar quais são as suas intenções, para que a direção possa se manifestar quanto à autorização da entrada na escola. Objetivo é garantir mais segurança nas dependências das escolas;
– Acompanhar a rotina de seus filhos, verificar o conteúdo que eles têm acessado nas redes sociais, verificar o que levam nas mochilas, e pedir auxílio aos orientadores pedagógicos caso identifiquem mudança de comportamento, especialmente em casos de agressividade.
Alunos
– Comunicar aos pais, e ou aos professores, qualquer rumor de violência na escola;
– Comunicar aos pais, e ou aos professores, a mudança de comportamento de colegas de sala, agressividades e ameaças.
Comunidade
– Ao perceber indivíduos com comportamentos suspeitos rondando as escolas, ligar imediatamente para Polícia Militar, que tomará as providências cabíveis;
– Não disseminar fake news e fortalecer os laços comunitários e a coesão social garantindo um monitoramento por parte da comunidade de pessoas em atitudes suspeitas.