Morre Djalma Corrêa, percussionista mineiro, aos 80 anos, no Rio de Janeiro
Fotos: Reprodução
Mais uma perda incomparável para a música brasileira. Faleceu nesta segunda-feira (8), no Rio de Janeiro, o percussionista mineiro Djalma Corrêa, aos 80 anos, vítima de câncer de pâncreas.
Nascido em Ouro Preto, Djalma Côrrea participou do início do movimento tropicalista, em 1964. Participou do espetáculo Nós por exemplo, em Salvador, com Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Tom Zé.
Djalma Corrêa fez trilhas sonoras para o cinema, a exemplo da A Última Tentação de Cristo (1988), de Martin Scorcese.
Ele foi também um dos fundadores do grupo Baiafro, na década de 1970, tendo acompanhado Jorge Ben, Gilberto Gil e Caetano Veloso, além de participar do show Doces Bárbaros, que marcou época, reunindo Gal, Bethânia, Gil e Caetano. Com Gil, participou da gravação do LP Refavela.
Mas seu álbum próprio ele só lançou em 1980, com o LP que levou o seu nome, todo dedicado à percussão. Participou do álbum Quarteto Negro, com Paulo Moura, Zezé Mota e Jorge Degas.
“Um dos maiores percussionistas que o Brasil já teve nos deixa no dia de Nossa Senhora da Consolação, Mamãe Oxum”, postou Zezé Mota na rede social, para quem ele “tocava lindamente o ritmo do ljexa”.
“Em outubro deste ano tive a sorte de me apresentar com ele na comemoração dos 35 anos do Quarteto Negro, disco que fizemos juntos em 1987 para comemorar o centenário da abolição”, recordou a atriz e cantora brasileira.
“Djalma era um gênio, um ícone, seu som e maneira de tocar eram inconfundíveis”, testemunhou. “Ele estará para sempre na história da nossa música”.
Em Itabira, o percussionista se apresentou acompanhando a saxofonista itabirana Maria Bragança, no Centro Cultural.
Exposição
O trabalho do artista pode ser conhecido em uma exposição no Museu do Pontal, na zona oeste do Rio de Janeiro, prevista para até janeiro de 2023.
A mostra Djalma Corrêa – 80 Anos de Música e Pesquisa reúne fotografias e gravações do acervo do instrumentista e destaca seu trabalho de pesquisa de sonoridades africanas e afro-diaspóricas. A pesquisadora Cecília de Mendonça assina a curadoria compartilhada da exposição, junto com diretores do Museu do Pontal.
O percurso contado na mostra começa pela infância de Corrêa em Ouro Preto, onde se dão suas primeiras relações com a música e abrange sua formação na música popular, como baterista em Belo Horizonte e sua ida para a Bahia, para estudar nos seminários de música. Assim começa a trajetória que une erudito, popular e as tradições afro-baianas.
A mostra pode ser visitada de quinta-feira a domingo, das 10h às 18h, e a entrada é gratuita. O Museu do Pontal fica na Avenida Célia Ribeiro da Silva Mendes, 3.300, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
*Com informações da Agência Brasil.