Em 2023, a cidade de Drummond vai ser palco de dois grandes festivais de repercussão nacional e internacional: o MIMO e o 3º Flitabira
Foto: Beto Figueiroa/Divulgação
Por Carlos Cruz
Ainda bem que o itabirano não curte só pagode e sertanejo, diferentemente do que se observa na maioria da programação que acontece no parque de exposições, para o aviltamento da cultura local.
Itabira é muito mais cultura e resiste a esses espetáculos de massa bregas, a esse culto ao mau-gosto em um país que produziu a bossa-nova, o samba-jazz, a MPB, o Tropicalismo, gêneros musicais que extrapolam nossas fronteiras e são “internationais de Bruxelas”, como diria Nilo Almeida, do histórico boteco da pracinha do Pará.
Prova de que existe público inteligente em Itabira, que sabe apreciar o “biscoito fino” da cultura brasileira, da literatura, da música instrumental e jazzística que não tem fronteiras, nem nunca terá, foi o sucesso do 2º Festival Literário Internacional de Itabira (2º Flitabira).
Escolha direta
A boa noticia é que já foi aprovada pela Secretaria Especial de Cultura, do governo federal, e publicada no dia 29 de novembro, no Diário Oficial da União (DOU), a autorização para que sejam captados exatos R$ 1.905.904,00 para a realização do 3º Flitabira, a acontecer em Itabira na Semanda Drummondiana, no final de outubro e início de novembro.
Portanto, embora ainda não tenha sido divulgado a relaçao dos projetos aprovados por escolha direta, o 3º Flitabira deve obter, mais uma vez, o patrocínio do Instituto Cultural Vale (ICV). Neste ano, o patrocínio do ICV ao 2º Flitabira foi de um aporte de R$ 1.496.270,00, pela Lei Rouanet,
MIMO, o melhor da música instrumental
Outro patrocínio do ICV deve ocorrer na terra de Drummond para a realização da primeira Mostra Internacional de Música de Olinda (MIMO), o célebre festival jazzístico e instrumental, nacional e internacional, que além de Olinda, onde nasceu, ocorre também nas cidades históricas de Ouro Preto, Tiradentes, Olinda, Recife, Paraty, Rio de Janeiro, São Paulo, João Pessoa. E também em Portugal e na Austrália.
A realização do MIMO em Itabira era para ter ocorrido no ano passado. Mas assim como aconteceu com o anunciado, por este site, Festival de Inverno de Serra dos Alves, ambos não conseguiram ainda o aval da Secretaria Especial de Cultura para fazer a captação de recursos,
Portanto, para 2023, as duas realizações tem tudo para acontecer em Itabira, mas ainda dependem da aprovacao pela Lei Rouanet, que deve voltar a ser o principal mecanismo de fomento à Cultura no Brasil.
Como é certo que o segmento cultural no país será fortalecido no governo Lula, que assume em 1º de janeiro, a realização do festejado MIMO certamente agora vai mesmo acontecer em Itabira.
A expectativa é que ocorra ainda no primeiro semestre, antes do Festival de Inverno, que precisa ser revitalizado para voltar a ser uma grande atração cultural e turística. E que venha também o Festival de Inverno da Serra dos Alves.
Festival de Inverno da Serra dos Alves
O projeto para a realização do 1º Festival de Inverno de Serra dos Alves chegou a ser aprovado na 1ª Chamada Vale de Patrocínios Culturais, para ser desenvolvido em 2021. Na ocasião, o investimento cultural previsto era de de R$ 190,6 mil, conforme projeto apresentado pelo empreendedor cultural Alexandre Segundo de Souza.
Já foi aprovado pelo ICV, mas para acontecer, em 2023, ainda depende agora do sinal verde do futuro Ministério da Cultura, que será recriado pelo próximo governo.
A expectativa é grande com o Festival de Inverno da Serra dos Alves que deve acontecer em julho, no formato acústico, com participação de artistas locais e convidados, além de ofcinas artísticas-culturais voltadas para os moradores e visitantes.
Saiba mais sobre o MIMO
Portanto, para 2023 o itabirano e os turistas que certamente virão, terão dois festivais internacionais de cultura acontecendo na Cidadezinha Qualquer, que mais uma vez deixa de ser uma aldeia para ser do mundo: o 3º Flitabira e o MIMO, um dos maiores festivais de música jazzistíca-instrumental que se tem notícia.
Realizado em cidades históricas desde 2004, o MIMO geralmente acontece em espaços públicos que são por si atrações pelo seu valor histórico, arquitetônico, cultural. Os shows são gratuitos.
Em Itabira as principais atrações da programação devem se apresentar na Concha Acústica, no Pico do Amor, que está sendo reformada e precisa ser ampliada para receber um público mais expressivo, que certamente contará com a presença de muita gente de fora atraída pelo festival.
Parte da programação geralmente acontece também, paralelamente, em espaços alternativos, ocupando diferentes cenários das cidades históricas por onde passa, desde o interior de igrejas seculares até jardins, praças e museus. A praça do Areão é também um excelente palco para o festival acontecer em Itabira e deve ser considerada como opção para grandes shows.
Alternativas e debates
Durante o festival geralmente ocorre também mostras de cinema tendo a música como protagonista, com exibição nas telas de títulos inéditos ou que ainda não ocuparam o circuito comercial.
Há, ainda, o Fórum de Ideias, um espaço aberto para o debate e reflexão sobre as inúmeras possibilidades de se fazer e pensar a arte por meio de diferentes expressões culturais.
O MIMO Festival acontece anualmente, no Brasil – e também em Portugal. Desde o seu lançamento, já realizou mais de 500 concertos com músicos consagrados como Chick Corea (falecido recentemente), Herbie Hancock, Salif Keita, Egberto Gismonti, TomZé, Amadou, Mariam, Hamilton de Holanda, Yamandu Costa, entre outros ícones da música instrumental-jazzística brasileira e internacional.
A sua programação inclui ainda os melhores talentos alternativos que estão surgindo, como também música eletrônica, do clássico ao popular , explorando diferentes linguagens e gêneros. A conferir, breve em Itabira, Que assim seja!
International de bruxela, a gíria dos motoristas da presidência da CVRD em itabira..
Agora este festival acontecer antes do tradicional Festival de Inverno de Itabira é suspeito.. É cancelamento já visto em outubro do ano passado.
A mineradora destroi tudo que a sociedade itabirana construiu. Tem boi na linha do trem que leva Itabira.
E pra finalizar: entreterimento é isso aí já o fazer cultural é outra … itabira adora as migalhas sujas de sangue da mineradora.
Bela e necessária reflexão Cristina Silveira.
Aqui em BH conheço pessoas e ou entidades que não participam dos editais da mineradora itabirana.
Boas falas Carlos Cruz!
Mais uma vez Itabira abre suas portas para dar continuidade às propostas artísticas & culturais contribuindo dessa forma para o engradecimento do povo mineiro em especial dos itabiranos (as)!
O tempo não para. Itabira também não!