Por que apoiamos Lula para presidente da República Federativa do Brasil

Foto: Ricardo Stuckert

Editorial

Votar em Lula é mais que um ato político, é um ato humano. Isso porque não vamos apenas votar a favor ou contra um candidato, mas será uma escolha para que o desprezo pela vida, a violência contras as mulheres, a impunidade das milícias e de outros grupos marginais que agem contra a população pobre, da cidade e do campo, deixem de existir sendo duramente reprimidos em todas as instâncias.

Votar em  Lula é um ato humano também para que, a partir de 1º de janeiro de 2023, com a sua posse, políticas públicas possam ser implementadas pelo fim da carestia e da falta de empregos, para que todos tenham direito a uma vida digna, bem diferente da triste realidade nacional, quando o país voltou ao mapa da fome.

Votar em Lula para presidente da República Federativa do Brasil é a única opção válida para resolver os muitos e complexos problemas que o país vive e que vem se avolumando nos últimos anos.

É hora de mudar tudo isso que está aí, com a vitória nas urnas eletrônicas do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) protagonizando essa mudança, combatendo o neofascismo pela via democrática, construindo um novo bloco histórico hegemônico a serviço dos avanços históricos que foram retardados nos últimos anos.

Entendemos que a opção eleitoral por Lula é válida não só para quem é petista, ou lulista, mas para todos os democratas que entendem como essencial avançar com reformas estruturais em direção ao Estado Social Democrático de Direito.

A escolha fica mais fácil quando se tem do outro lado da disputa o presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), que representa e dá voz a um extremismo perigoso, contrário aos interesses populares e democráticos, uma via conservadora e reacionária que está em baixa nos países latino-americanos, o Brasil incluído.

O desastre do governo bolsonarista pode ser observado em todos os setores, mas ficou mais evidente por suas gestões desastrosas durante os piores momentos da pandemia de Covid-19. O desprezo pela vida foi a tônica, com a célebre e triste frase “todos nós vamos morrer um dia. E daí, eu lamento. Quer que eu faça o quê?”, tripudiou o ainda presidente.

A escolha eleitoral pelo candidato petista é também pelo que Lula fez em seus dois governos (2003/2011), um contraponto ao desastre da atual gestão. É com esse comparativo que afirmamos com convicção que votar no ex-presidente, mesmo não sendo petista ou lulista, é optar pelo melhor para o Brasil, sobretudo para a sua população mais pobre.

Votar para eleger Lula é apostar que as soluções para os graves problemas brasileiros podem ser encontradas de forma rápida, acreditando na paz, no desarmamento dos espíritos – e também bélico da população, por meio da compreensão e diálogo com políticas públicas que pavimentem o caminho para o desenvolvimento social, com justa distribuição de renda e oportunidades para todos.

Votar em Lula é, pois, acreditar na vida e na grandeza do povo brasileiro.

Votar em Lula é também dar uma resposta ao paradoxo que estamos vivendo com esse maniqueísmo governamental do bem contra o mal. Não podemos continuar nessa bivalência, a realidade não é binária, é pluralista e é para frente que se anda.

Votar em Lula, repetimos para dar mais ênfase,  é apostar no potencial do país com justiça social e igualdade de oportunidades não pela meritocracia, mas criando condições para que as pessoas possam melhorar as suas vidas e de seus familiares com mais empregos para os trabalhadores e incentivo ao empreendedorismo dos pequenos e médios empresários, por meio da ampliação do mercado interno que gera possibilidades de crescimento pessoal e social.

Foi o que se observou nos governos Lula, quando a inflação foi mantida baixa, controlada, com redução do desemprego, ampliação do mercado interno, além de constantes recordes da balança comercial e maior crescimento real do salário dos trabalhadores. É o famoso tripé macroeconômico, que inclui o câmbio flutuante, que tanto agrada ao mercado, já tendo precificado a sua vitória e espera por dias melhores para a economia brasileira.

Com Lula na presidência, o consumo familiar teve uma alta de 6,5%, segundo o IBGE. Essa expansão foi resultado do crescimento da massa salarial real dos trabalhadores e do significativo aumento de 28,8% no crédito dos bancos para pessoas físicas.

De acordo com o IBGE, em dezembro de 2010, a taxa de desemprego foi 5,3% da população, o que representou o menor resultado da série histórica, iniciada em 2002 pelo instituto.

Como o próprio candidato petista gosta de afirmar, nos seus dois mandatos o povo brasileiro comia picanha, mas não só isso. Tinha acesso às universidades e ao ensino médio profissionalizante de qualidade, o que abria oportunidades no mercado de trabalho com mais qualificação profissional dos trabalhadores.

Como se observa facilmente pelos registros históricos, o apoio à candidatura de Lula não tem por base apenas as promessas de campanha. É por acreditar também que Lula pode e vai fazer um governo melhor que os anteriores da gestão petista. É pela convicção de que o compromisso com as mudanças estruturais é real e possível de realização.

Diferentemente do ainda presidente, que faz continência subserviente à bandeira norte-americana, com o PT o país não teve um governo entreguista, subalterno ao grande capital, sem entregar o patrimônio nacional de bandeja às multinacionais, como foi o caso da privatização da Vale a preço de banana no governo neoliberal de FHC.

Sem privatizar, os governos Lula proporcionaram políticas públicas que reduziram a desigualdade social dos últimos 29 anos. Foi quando um contingente nada desprezível de 7 milhões de brasileiros tiveram ascensão social e passaram a integrar a classe média por méritos e pelas oportunidades proporcionadas por políticas sociais justas e equânimes.

Sem privatizar, os governos Lula investiram muito mais na educação que os seus antecessores e muito mais ainda que o atual governo que fica no comando do país somente até o fim do ano, para nunca mais retornar, conforme assim será o desejo popular expresso nas urnas eletrônicas para passar a figurar apenas como uma nota de rodapé nos livros de história.

O compromisso com a mudança para criar um novo patamar de desenvolvimento para o seu povo, com Lula foi expresso também com os investimentos na educação. Enquanto os recursos para as universidades diminuíram de R$ 8,1 bilhões em 1995 para R$ 7 bilhões em 2002, com Lula passaram a ser de R$ 8,6 bilhões já em 2006.

O ProUni, criado em 2004, já de imediato beneficiou 205 mil estudantes de baixa renda com bolsas de estudo em todo o Brasil. No placar da abertura das novas universidades, Lula também dá de goleada em seus antecessores e nos governos seguintes.

A dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que era até então considerada impagável e mantinha o país sob o jugo dos interesses internacionais, era de US$ 20,8 bilhões em dezembro de 2002. Com Lula na presidência ela foi paga. Lula terminou o seu governo com um total de US$ 288,575 bilhões em reservas internacionais.

Antes de Lula,  nos governos de FHC, a média de geração de empregos foi de 8,3 mil por mês. Com Lula na presidência passou para 102 mil/mês. O crescimento econômico para as faixas mais pobres da população superou os sempre lembrados índices chineses e ultrapassou os 23%.

Mas é claro que não somos ingênuos de achar que tudo foi perfeito nos governos de Lula, até mesmo pelas concessões que foi obrigado a fazer. No seu próximo governo, ele terá a oportunidade de rever os seus erros, como por exemplo em relação aos povos indígenas.

Que em seu próximo governo não se construa uma nova usina de Belo Monte, um crasso erro de sua gestão, quando se pensou primeiro na economia energética do país em detrimento dos direitos às terras sagradas dos seus donos originários.

E que as grandes fortunas sejam taxadas, assim como o formidável lucro de quem usufrui da distribuição de polpudos dividendos sem pagar um só tostão em impostos, que poderiam ser revertidos em políticas públicas para reduzir as desigualdades sociais.

Que a sua política econômica não se submeta, sem outras reciprocidades e compensações sociais, ao tripé macroeconômico tão caro ao neoliberalismo. Que não se curve aos interesses do mercado, mesmo que faça concessões em nome da estabilidade econômica.

Abaixo a Lei Kadir no que incide sobre os minerais, com ênfase no minério de ferro, chega de subsidiar a Vale. Se for mantida, que seja válida apenas para as commodities produtivas do setor agropecuário e derivados.

No campo da ética, compartilhamos as palavras do professor Cândido Mendes: “não existe nada mais antiético em um país do que a injustiça social. Qual é o governo que toma medidas e adota práticas, programas que façam com que a injustiça social diminua? Esse é o divisor de águas da ética. Combater a corrupção é obrigação”.

Que as malversações que ocorreram na máquina estatal durante os governos petistas não mais se repitam, tornando-se páginas viradas da história – e que se voltar a repetir, que sejam duramente reprimidas na forma e com o rigor da lei. E também por mecanismos de compliance, com normas claras de condutas para o servidor estatal e meios bem definidos e transparente de punição de condutas desviantes.

É com a esperança voltada para um país melhor, para que possa retornar com o desenvolvimento com estabilidade econômica, democracia e justiça social com uma urgente redistribuição de riquezas, com amplo apoio à educação e à cultura, que apostamos na vitória e no triunfo do povo brasileiro no próximo mandato de Lula, que deixou o palácio do Planalto com mais de 80% de avaliação positiva, resultado das políticas públicas que reduziram a pobreza e a desigualdade social no país.

Temos ainda a convicção de que quem compara vota 13 em 2 de outubro para presidente da República Federativa do Brasil. É o que recomendamos sem medo de o povo voltar a ser feliz, com dignidade, trabalho e justiça social.

 

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5 Comentários

  1. Não tem jeito, é democracia ou fascismo.
    Portanto a opção ética, moral, humana, civilizatória, etc., tem que ser Lula.
    O Brasil precisa acordar desse atual pesadelo e mandar essas pessoas de volta pro esgoto de onde vieram.

  2. É assustador que, após 4 anos desse governo de morte, ainda há tantos que não entendem – ou se recusam a ver – que é uma opção entre a civilização e a barbárie. No mundo de Bolsonaro, só cabe ele e seus iguais. E o Brasil, graças a Deus, é diverso. E todos precisam se sentir representados no presidente da República em algum momento. Independente de partido. Bolsonaro não se porta nem como Chefe de Governo e não tem ideia do que é ser um Chefe de Estado. Governa como quem conversa com seus parceiros no botequim da esquina. É incompetente, corrupto, violento e perverso. Que estejamos livres de tudo isso amanhã!

  3. “Lula depois de Lula”, título do livro do prof Cândido Mendes. E é o que se apresenta agora, o voto. Amanhã vamos disputar o voto. Eu voto no Lula, não necessariamente no PT, partido da social democracia. A luta é de classe e o Lula é uma grande pessoa. Os 500 dias de prisão, seqüestro, demonstraram a grandeza de uma pessoa forte, de caráter, sensível.
    A mineradora Vale teve lucro de 4.4 bilhoes de US$….
    É LULA presidente, contra os facínoras da extrema direita.

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