Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, garante a Lula que não há clima para golpe no Brasil

Rafael Jasovich*

Em almoço com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reafirmou ao petista seu compromisso com a democracia, defendeu o processo eleitoral e enfatizou que o vencedor da disputa pelo Palácio do Planalto será empossado em 1º de janeiro.

As declarações do senador ocorrem em meio às reiteradas tentativas do presidente Jair Bolsonaro (PL) de desacreditar o sistema eletrônico de votação e das insinuações de que não aceitaria o resultado do pleito, caso não vença.

Além de Lula – líder das pesquisas de intenção de voto –, Pacheco recebeu, na residência oficial do Senado, o pré-candidato a vice na chapa petista, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), e parlamentares de partidos aliados ao PT.

Conforme relatos de parlamentares presentes à reunião, as conversas giraram em torno da preocupação com o futuro do Brasil, em especial o pleno funcionamento das instituições.

Para Lula não se trata apenas de ganhar as eleições, mas de resgatar o que já foi feito, sobretudo em relação à democracia.

Senadores petistas relataram que a declaração de Pacheco criou um mal-estar no seu partido, e vários incêndios tiveram de ser apagados.

Na ocasião, o presidente do Senado cobrou responsabilidade de Lula e Bolsonaro na promoção da paz em meio à polarização política.

O assunto surgiu em decorrência do assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), cometido pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranho.

Pela manhã, Lula se reuniu com cerca de 150 parlamentares da coligação. O ex-presidente aproveitou para enfatizar que o Congresso precisa retomar a autonomia, segundo ele, perdida no governo Bolsonaro.

À tarde, Lula se encontrou com representantes da cultura do Distrito Federal, no teatro do hotel Meliá Brasil 21. O petista prometeu que o setor será uma das prioridades de seu eventual terceiro governo. Entre as primeiras medidas, segundo ele, estarão a recriação do Ministério da Cultura.

O ex-presidente prometeu, também, criar um orçamento participativo nacional. Por meio de um aplicativo, a sociedade poderá fazer demandas. “Se o atual governo tem dinheiro para fazer essa podridão, para fazer o orçamento secreto, por que não faz o orçamento público, à luz do dia, para que o povo conheça onde está o seu dinheiro?” questionou o petista.

“Se eu voltar à Presidência da República, vou tentar fazer o orçamento participativo em nível nacional”, propõe o pré-candidato petista.

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