Filmes para assistir nesses dias chuvosos

Imagens: Divulgação

Daniel Cruz*

Conforme prometi em minha estreia aqui na Vila de Utopia, hoje começo a analisar os filmes indicados à premiação principal da noite de Oscar.

Nos Estados Unidos existe um termo muito usado na indústria do cinema que é Feel Good Movie, na tradução seria algo como filme para se sentir bem.

Sabe aquele filme que pode até ter um ou outro momento tenso, mas no geral te deixa leve? Filme que inspira e você sai da sala de cinema com um sorriso. Pois é, isso é um Feel good movie.

Na votação do Oscar os jurados costumam ter que fazer uma lista em ordem dos filmes que mais gostaram. De modo geral, um Feel Good Movie nunca recebe uma colocação muito baixa nessas listas já que dificilmente desagradam alguém.

Costumam ser colocados em posições medianas. Porém, quando todo mundo dá uma nota mediana para um filme ele pode acabar ganhando o prêmio final se os concorrentes forem do tipo “Ame ou Odeie”.

Então, nunca despreze esse tipo de filme. Embora não seja a aposta de ninguém, pode acabar fazendo a surpresa dos bolões.

Na lista deste ano temos No ritmo do coração (Título original é “CODA”, vai entender) e King Richard: Criando campeãs. Ambos estão disponíveis em streaming, o primeiro no Amazon Prime e o segundo na HBOMAX.

TÍTULO: No ritmo do coração

Sinopse: Ruby, de 17 anos, é a única pessoa que ouve em uma família de surdos. Quando o negócio de seus pais é ameaçado, ela fica dividida entre seu amor pela música e suas obrigações.

O que eu achei: É super curioso acompanhar como a direção aborda uma família de pessoas com deficiência auditiva. Chega até mesmo a levantar levemente a questão se é uma deficiência ou uma característica de comunicação, seus afazeres e dificuldades na vida comum como pescadores.

E, a oposição entre a ausência de som na vida da família versus a importância da música e principalmente do cantar na vida da Ruby.

Ruby enfrenta os típicos dilemas de uma adolescente, paixão, bullying, escolha de futuro, e ainda a atípica vida familiar como tradutora de seus pais. Filme gostoso, leve, bonito, para toda família. A performance da atriz está ótima, uma Emma Stone novinha. Mas, o pai, meu Deus, que performance. Não gosto de dar notas para filmes. Vou apenas classificar como muito bom, mas não espetacular. Vale a pena pra um final de semana chuvoso.

TÍTULO: King Richard: Criando campeãs

Sinopse: Richard Williams é um pai dedicado e determinado a tornar suas filhas, Venus e Serena, em lendas do esporte. Com métodos pouco tradicionais, ele cria duas das maiores atletas de todos os tempos.

O que eu achei: Will Smith prova pela milésima vez que ele não é só um atorzinho que fez um maluco no pedaço. Ele é um baita ator, e já passou da hora de ganhar uma estatueta.

Bom, sobre o filme. Quem ama esporte como eu, já tinha ouvido falar do Richard que é pai da Vênus e da Serena Williams, as duas maiores tenistas da história.

Richard sempre foi polêmico e dedicado. Criou suas filhas com toda superação e desenvolveu métodos que revolucionaram o esporte. E, por mais que eu seja contra pais traçarem o futuro dos filhos, o filme mostra a realidade das pessoas negras em Comptom e todo o perigo nas ruas (até mesmo com as tragédias de policiais matando pessoas negras).

Dessa forma, você é envolvido nas preocupações de um pai que ama muito suas filhas e quer que elas possam sair de casa sem medo de não voltar.

O filme escolhe abordar a visão dele, e não das campeoníssimas, o que foi uma decisão acertada. Porém, faltou dar mais emoção as partidas, quase não mostra os jogos e ainda é um filme sobre esporte. De todo modo, você sai feliz do filme. É um bom filme, nada espetacular, mas muito bom. Vale a pena assistir.

*Daniel Cruz Fonseca é advogado, mestre em Direito nas relações econômicas e sociais, e poeta, autor dos livros “Nuvens Reais” e “Alma Riscada”.

 

 

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