Abertura da Flitabira vai ter dança com o Primeiro Ato, com destaque também para os badalos do sino Elias na catedral
No destaque, grupo de dança Primeiro Ato, com o espetáculo Sem Lugar (Foto: Sergio-Vieira/Divulgação)
Na Semana Drummondiana, neste final do mês de outubro, quando mais uma vez vai celebrar o seu filho mais ilustre, neste ano, para comemorar os 119 anos de seu nascimento, a cidade que viu nascer aquele que levaria o seu nome para o mundo realiza na forma hibrida (presencial e virtualmente, ainda em tempos de pandemia), realiza o I Festival Internacional de Literatura (Flitabira).
O patrocínio é do Instituto Cultural Vale e apoio da Prefeitura, por meio da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade.
A festa literária vai acontecer entre quarta-feira (27) e só termina em 31 de outubro (domingo), que deveria ser decretado feriado municipal para não se esquecer de lembrar o dia em que Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade, em 1902, trouxeram ao mundo um dos maiores poetas da língua portuguesa.
A Cidadezinha Qualquer desde então deixou de ser apenas uma aldeia garimpeira para se transformar na cidade poética pelas inúmeras e nostálgicas referências que o poeta imprimiu em seus poemas e crônicas.
“Drummond escreveu sobre Itabira durante toda a sua vida, citando-a em contexto afetivo, social e, principalmente, ambiental. O sonho de fazer um festival literário na cidade é apenas decorrência desse amor natural”, afirma o jornalista Afonso Borges, idealizador e curador da Flititabira.
A pedra e o sino
O tema central da Flitabira será A pedra e o sino, uma alusão ao poema que é considerado o mais importante do século 20 no país.
Simboliza diversos contextos políticos e sociais, da “pedra no meio do caminho” e da catedral histórica que literalmente tombou ao chão pela “incúria e o descaso dos homens públicos e religiosos”.
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Hoje a matriz do Rosário ganhou um formato “moderno” e nela foi reinstalado o sino Elias, aquele que o “menino antigo” ouvia badalar de hora em hora de sua casa instalada onde hoje é a praça do Centenário, local em que transcorrerá a maior parte da programação da Flitabira.
Na infância do poeta, o sino Elias badalava “grave/como a consciência”, cujo som é “para ser ouvido no longilonge/do tempo da vida”, um “som profundo no ar,/[…] que liga o passado/ao futuro, ao mais que o tempo,/e no entardecer escuro/abre um clarão.”
Abertura
A abertura do Flitabira vai ser com o grupo de dança belo-horizontino Primeiro Ato, com o espetáculo Sem Lugar, baseado na obra do poeta itabirano.
O espetáculo foi montado para uma dupla comemoração: os 20 anos do grupo e o centenário de nascimento de Drummond, ambos ocorridos em 2002.
A apresentação aborda temas extraídos da obra do poeta, como o amor, o erotismo e o tempo, além de traduzir a concepção do escritor itabirano sobre o homem, que vive sem lugar e lida com a solidão, a fragmentação e o vazio.
Criado em 1982, o Grupo de Dança Primeiro Atoprocura investigar e ampliar o universo da dança em espetáculos expressivos.
É o que ocorre por meio da colaboração entre bailarinos, coreógrafos, artistas plásticos, arquitetos, músicos, entre outros, com muita pesquisa, ensaios, encenação e produção. O grupo explora o diálogo entre as artes e subverte padrões e conceitos, ao equilibrar os espaços privilegiados dos palcos com a força caótica das ruas. A direção é de Suely Machado,
Serviço:
Festival Literário Internacional de Itabira – Flitabira
De 27 a 31 de outubro de 2021 – quarta a segunda-feira
Local: Praça do Centenário e pelo Youtube Flitabira
Acesse a programação aqui www.flitabira.com.br
Elias, o homenageado com o sino, era o avô paterno do Poeta.