Os idiotas e os imbecis!

Mauro de Andrade Moura

Gostaria de saber qual dessas pessoas que atearam fogo na estátua em homenagem ao grandioso bandeirante Manoel Borba Gato fez tanto em prol do Brasil?

Qual deles saiu numa epopeia a um lugar pouco conhecido e a outros totalmente desconhecidos a formar o território brasileiro?

Qual deles consumiu todo o patrimônio familiar a fim de encontrar novos caminhos novos rumos para essa terra que está neste aspecto de parecer de ninguém?

Qual deles participou de uma guerra inesperada e em grupo bem menor que o oponente e foi de peito aberto?

Para mim, esses que atearam fogo a esta estátua não passam de uns flibusteiros, uns nada, uns sem memória ou que não têm nada a contar ou apresentar do bom que fizeram para a manutenção do Brasil.

Estão de mera brincadeira ou acham que o Brasil de hoje teria a mesma dimensão territorial que tem?

Não, simplesmente o Sul do Brasil possivelmente, além do Uruguay, seria mais dois países de língua espanhola.
Todo o Centro-Oeste seria pelo menos uns dez países de língua espanhola, sem contar que onde está o nosso Distrito Federal, Brasília, não existiria, pois estaria em um território de país de língua espanhola.

Manoel de Borba Gato não deixou descendentes diretos no Brasil, mas o sogro dele, o valoroso Governador das Esmeralda Fernão Dias Paes Lemes deixou muitíssimos descendentes no Brasil.

São tantos e, nesses poucos mais de trezentos anos, que a maioria nem imagina descender dele.
Governadores de Minas Gerais descendiam ou descende dele.
Presidentes da república brasileira descendiam dele.

Se existe o Caminho do Ouro, a tal Estrada Real, foi por mérito e investimento inicial de Garcia Roiz Paes Leme, filho mais velho do valoroso Governador das Esmeraldas.

Cada cidade antiga/histórica do Vale do Paraíba de São Paulo, as de Minas Gerais, a de Goiás, Curitiba, Porto Alegre, Colônia do Sacramento no Uruguay, muitíssimas cidades criadas a partir das bandeiras patrocinadas pelos antigos bandeirantes paulistas.

A história está aí para ser contada e bem contada e não é um bando de ignorantes, que nada têm a mostrar e somente o mal a demonstrar, que vai apagar essa história grandiosa dos nossos bandeirantes paulistas.

Acham esses ignorantes, uns estúpidos, que esta terra, o Brasil, seria o quê sem os bandeirantes paulistas?

Se não fossem eles ou os primeiros colonizadores portugueses, seriam outros de outros povos europeus, pois isto era inevitável no século XVI, este grande salto atlântico, essa migração continuada por séculos a ocupar uma terra quase desabitada e cheia de riquezas a descobrir e produzir.

E por acaso Minas Gerais e o Pará e mesmo o Brasil não dependem das divisas que o minério de ferro provém?
Essas terras ainda produzem muito ouro, não tanto quanto antes, mas ainda produz.

E as pedras preciosas, cobiçadas e compradas por pessoas de outros povos e de outros países?

E o Centro-Oeste com toda a produção de cereais e gado, que se não fossem os bandeirantes paulistas seriam de outros povos, que tanto tem rendido de empregos e divisas ao país.

Nessa terra parece que estão ficando somente os idiotas ou os imbecis, mas pode ser os dois tipos também…

https://www.youtube.com/watch?v=UbeafS9Knbc

 

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12 Comentários

  1. Caro amigo, nunca na história de seus escritos aqui na Vila de Utopia pensei em discordar plenamente de você. O fogo na estátua do infame Borba foi ato da extrema direita, mas eu gostei muito. Foi o maior acontecimento deste ano. Borba Gato foi um dos participantes do genocídio indígena. Quanto a não ter deixado descendentes não procedi, o asqueroso violentou quantas mulheres indígenas o pênis dele pode enrijecer.

    Viva a liberdade!

    1. Olá, prezada amiga Cristina.
      Aguardo sempre os seus comentários, muito oportunos.
      Borba Gato não participou do genocídio indígena algum, não há nada que conste isto na literatura.
      Mas, o sogro dele, o valoroso Fernão Dias do qual você e todos os demais Pires de Santa Maria descendem, juntamente com o parceiro de muitas jornadas, nosso “tio” António Raposo Tavares o Intrépido, estes sim, foram lá nas Missões do Guairá e deixaram só umas paredes de pé.
      Agora, quanto aos descendentes do Borba Gato, citei a respeito das filhas que eram do casamento dele e obviamente que deixou no mínimo algum mameluco lá nas beiradas do distrito de Ferros que leva o nome dele, Borba Gato, afinal de contas ele se auto-exilou lá por quinze anos e ficou vivendo no meio dos índios e fugindo da polícia por ter mandado o agente de El Rey o Rodrigo Castel Blanco beber toda a água de uma cachoeira na região da hoje Pedro Leopoldo.
      Mas, se algum descendente perdido dele quiser confirmar essa ascendência por meio do teste do DNA, não é difícil, basta comparar o dele com o meu, com o seu ou de qualquer outro Martins da Costa, pois, afinal de contas descendemos do tio paterno dele, o Lucas de Borba Gato que cuidou de criar e ficar na cidade de Ubatuba em São Paulo.
      Com apreço,
      Mauro

      1. Mauroquerido, você faz referências históricas na defesa do Borba com propriedade histórica que não tenho. Porém, pra mim Inimiga do Progresso, não devo esquecer no que significa hoje a cobiça destes homens violentos que só pensavam em vacas. Infelizmente meu renome – todo lugar mineravel- tem DNA bandeirante. Não aprecio, sangue que renego. Vou ler mais sobre o cobiceiro Borba. Meu abraço amoroso

        1. Então, Cristina, é assim:
          já escrevi aqui na crónica dos 200 anos do término da santa inquisição, onde a igreja católica dava o beneplácito, o direito de escravizarem outros povos, porém, os índios/silvícolas foram retirados dessa lista por ainda desconhecerem o cristianismo e foram considerados como de alma pura, uns ingénuos.
          Também sou totalmente contra esse modo exacerbado do progresso, do uso desmesurado de tudo e de todos. A Terra já não suporta mais.
          E a respeito do Borba Gato, estou preparando uma crónica especifica a ele, a ficar mais bem entendido por aqueles que se interessam pelo bom conhecimento geral.

          Saúde e beijocas,
          Mauro

  2. Eu até entendo pelo respeito ao pluralismo que deve-se aceitar e até publicar opiniões contrárias, mas me causa estranheza ler nesta progressista revista eletrônica o elogio e a defesa de Borba Gato, que assim como os demais bandeirantes, mataram e escravizaram índios e negros sem piedade. Não creio que o ato de incendiar a sua estátua em São Paulo tenha sido obra de imbecis. Vejo como um ato político provocativo para que se faça uma revisão histórica da própria colonização brasileira pelas bandeiras e entradas dos bandeirantes em busca de ouro e pedras preciosas e de mão de obra para escravizar. A escultura de Borba Gato ainda está lá, agora chamuscada pelo fogo. Deveria ser retirada para que personalidades com passado tão escuso deixem de ser homenageadas na contemporaneidade que exige o respeito à diversidade e aos direitos humanos de última geração. Personagens de passados obscuros e reacionários, que tanto mal fizeram ao país e ao seu povo, não devem ser mais reverenciados. É o caso também de ditadores, que, mesmo em Itabira, ainda são nomes de ruas e praças. É hora de mudar e acabar com esse aulicismo de quem tanto mal fez ao povo brasileiro e ao próprio país.

    1. Olá, Heloísa.
      A respeito desta crónica, quem a assina sou eu e, portanto, de minha responsabilidade quanto a elogiar esse ilustre personagem da história brasileira.
      Creio estar a senhora equivocada a respeito do grandioso Borba Gato, pois o mesmo não escravizou índios, isto não consta da literatura e, mesmo porque, ele foi viver por quinze anos junto aos índios quando ficou fugindo da polícia de El Rey, já citei isto na resposta acima.
      Quanto à estátua, não há como removê-la dali, pois o miolo é de trilhos de estrada de ferro soldados e chumbados na base e a capa de concreto armado, somente se a demolir. Embora seja feia de doer, acho que o Borba Gato merecia ter uma aparência melhor.
      E, Minas Gerais foi aberta a partir das descobertas das minas por ele, naquela época a colônia e a coroa dependeram dessas descobertas, bem como o Brasil ainda depende dessas mesmas descobertas para a manutenção da economia no geral. Apesar que a exploração do minério de ferro seja muito pior à natureza do que é a exploração do ouro e pedras preciosas.
      Ademais, guarde consigo essa informação, todos os Lages de há duzentos anos, bem como os Penas um pouco mais recentes, todos eles tiveram muitos escravos negros, pois os mesmos, além de muitas sesmarias, possuíam as melhores lavras de ouro de Itabira e algumas de Santa Bárbara.
      Entretanto, julgar alguém que faleceu há trezentos anos pelos seus atos com base no nosso modus vivendis atual, é sofisma, não há como fazer isto e a contextualização deve ser sempre base geral para se ter uma noção mais apurada a respeito disto tudo e da formação do território e nação brasileira.

      Grato pela leitura e comentário,
      Mauro

  3. Insiro aqui comentários pessoais que recebi a respeito dessa crônica:
    Mauro querido amigo. Concordo sobremaneira convosco. Há apenas um aspecto interessante nessa maluquice toda. Desmascarar um certo ufanismo que há em relação ao uso da violência contra os indígenas e os negros.
    Os bandeirantes foram oportunistas mamelucos e caboclos que sabendo da organização e das lutas entre os índios souberam usar da fortuna e um pouco da virtú com diria Maquiavel. Todavia, não se justifica essa destruição toda!
    Milton Zamboni

    resposta minha:
    meu prezado, muito bem colocado e o próprio Borba Gato era casado com uma descendente dos caciques Piquerobi e Tibiriçá, além de ser judia.

    réplica do Zamboni
    Pois é, acreditar na pureza de algum humano, seja étnica, cultural ou religiosa, seja no que for é mais verossímil crer em papai Noel, hehehehe!

  4. Insiro aqui comentários pessoais que recebi a respeito dessa crônica:
    Nada justifica um ato destes..
    Neura Andrade

    Nada justifica mesmo, Neura!! Parece que querem apagar a nossa história!
    Marisa Moura

    resposta minha:
    querem sim, apagar mesmo com a nossa história e imperar a ignorância geral.

  5. Insiro aqui comentários pessoais que recebi a respeito dessa crônica:

    Parabéns, Rápido e oportuno seu artigo. Total apoio, parabéns!
    Abraços
    Marcelo G.

    Lamentável.
    E essas ideias se propagam, logo haverá novos alvos. Infelizmente.
    Diogo P.

    Excelente meu amigo Mauro
    Não pode haver impunidade para este tipo de ação. Caso contrário não se terá limites.
    Um forte abraço,
    Antônio P.O.

    Nada a comentar…sempre foi assim….é uma tristeza…
    ZM

    O Brasil tá mal, com essa plebe boçal e violenta, cada dia maior…
    Deve ser o pessoal do PT ou da CUT, que é seu braço sindical.
    A incultura afeta hoje o planeta!…
    Jorge C.P.

    Concordo Mauro,
    Lamentável o que aconteceu..
    Esta gangue de imbecil e idiota que fez isto não conhece a história de seu próprio pais..
    Esta gangue está usufruindo de várias conquistas deixadas pelos valorosos bandeirantes..
    São imbecis, idiotas, baderneiros e criminosos.
    Boa semana você e família,
    José Eustáquio

    Mauro, meu amigo, concordo plenamente. Embora ache aquela estátua muito feia, em nada justifica o ato de vandalismo cometido por bárbaros. Aliás, sou absolutamente contra o movimento de derrubada de estátuas como suposta forma de revisão de história passada. Acho uma enorme estupidez.
    Partilho de seu repúdio.
    Abraços,
    Nelson

    Oi Mauro boa tarde, espero que esteja bem. Pois é, esses vândalos, desordeiros que não conhecem a história do Brasil, ou se conhecem são piores ainda, o quanto os bandeirantes fizeram pelo nosso país , o Brasil deve muito a essas figuras, pena que o povo brasileiro não dá muito valor .
    Um abraço e tudo de bom,
    Weslei

    Primo, boa noite!
    Tempos terríveis!…
    Paulo G.

  6. Insiro aqui comentários pessoais que recebi a respeito dessa crônica:

    Muito bom, Mauro! Realmente, o emburrecimento e a estupidez crescem a passos galopantes no nosso país. E isso me dá uma tristeza, viu?
    Gostei de saber também que você é movido pela força do ódio, já que sua crônica estava pronta poucas horas após o evento! 😉
    Cá entre nós, não convivo bem com gente pusilânime.
    Abraço,
    Maria Inês

    minha resposta:
    Pois é, Profª Maria Inês.
    Quando picharam a estátua do Pe. António Vieira em Lisboa quase morri de ódio por este ato.
    Agora não perdoo também quem fez isto à estátua do Borba Gato.
    Enviaram-me a notícia e me remoí na hora, não posso aceitar e a história dessa terra passa pelos fazeres de todos os bandeirantes, principalmente do tenente-general Borba Gato.

  7. Insiro aqui comentários pessoais que recebi a respeito dessa crônica:

    Acho que as pessoas estão ficando fanáticas da ignorância.
    Elas não sabem bem o que andam fazendo.
    Mas, na praça não tem vigilância das câmaras…
    Veladimir Romano

    minha resposta:
    Essa breve crónica é a minha indignação contra esses mentecaptos que andam por aí a fazer qualquer coisa para aparecerem.
    E também fiquei muito indignado quando picharam a estátua do Pe. António Vieira em Lisboa.

    réplica do Veladimir:
    Essa do P. A. Vieira, ela ficou mesmo ali na mão.
    Os idiotas que fizeram a estátua, deveriam ter pensado nisso e haver colocado ela mais alto, longe dos ignorantes. Gente que não conhecem a História nem seus valores,
    um bando de mentecaptos…

  8. Insiro aqui comentários pessoais que recebi a respeito dessa crônica:

    Mto bem dito, Dr. Mauro, em quase todo o seu texto.

    Só penso um pouco diferente de você no que tange às pessoas que nesta terra permanecem.
    Não creio que sejam, na sua maioria, idiotas ou imbecis ou as duas coisas, como você disse, porque estes são, graças a D’us, a minoria.

    Trata-se de uma minoria que insiste em vilipendiar a liberdade, em destruir ou distorcer a história, em prol de uma ideologia descabida e ultrapassada, que nunca deu certo em nenhum país do mundo, em nenhuma época da história, desde a sua criação.

    A grande maioria dos brasileiros, pelo que posso perceber, quer o bem do Brasil, ainda ama seu país e defende a liberdade, acima de qualquer imposição ideológica.

    Essa grande maioria de brasileiros que ainda permanece nesta terra, não queima pneus nas ruas, não vandaliza propriedades privadas, nem monumentos históricos. E eu me incluo nessa maioria e continuo no meu país, até quando for possível continuar, defendendo a liberdade acima de tudo, apesar dos esforços contrários dessa minoria, que insiste na inversão de valores, tão claramente expressa em atitudes ditatoriais e intolerantes.
    Heloísa M.

    minha resposta:
    Grato pela leitura e comentário, Heloísa.

    Isso de terra de imbecis e idiotas não quer dizer a maioria e sim os que estão sobrepondo, mesmo que estes sejam a minoria.

    E´ triste,
    MM

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