Volta às aulas é risco anunciado com a terceira onda da pandemia já se aproximando com o tempo frio e com novas variantes
Com as variantes do novo coronavírus (Sars-Cov2) se espalhando pelo mundo, inclusive com força no Brasil, as autoridades em saúde têm alertado para o risco da volta às aulas, como tem pretendido o governador Romeu Zema (Novo), que no início da pandemia defendeu a chamada imunidade de rebanho (coletiva), deixando o vírus circular livremente.
Mas o governador acaba de sofrer um revés nessa sua intenção, com o julgamento do mérito pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais do mandado de segurança impetrado pelo Sindi-UTE MG, para impedir o retorno das aulas presencias na rede estadual de ensino.
O sindicato tem denunciado o risco de mais contaminações, uma vez que alunos podem estar infectados e assintomáticos, ou serem infectados, retransmitindo o vírus entre a comunidade escolar e mesmo na volta para casa.
Para o Sindi-UTE a intenção do governador, ainda que ele não a explicite, ao autorizar a volta das aulas presencias na rede estadual de ensino, sem que se tenha a imunização de todos, é mesmo provocar “a imunidade de rebanho”, agravando ainda mais o genocídio brasileiro.
A imunização por vacinas da comunidade escolar é considerada como premissa pelos protocolos de segurança da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
No julgamento do mérito, por maioria dos votos ficou decidido que a volta às aulas na rede estadual em Minas Gerais só deve ocorrer depois de implementados todos os protocolos sanitários, mantendo-se a decisão proferia na liminar de abril de 2020.
Escolas privadas
Enquanto isso as escolas privadas já anunciam o retorno das aulas presencias, mantendo-se ainda as virtuais.
“Elas (as escolas privadas) têm um número menor de alunos e a volta às aulas é menos complexa”, disse o prefeito Marco Antônio Lage (PSB), em seu encontro semanal com seguidores nas redes sociais, nessa quinta-feira (27)., como se o vírus distinguisse entre o público e o privado.
“Estamos com plano para voltar com aulas presenciais na rede municipal em agosto, acreditando que em julho teremos vacinas para imunizar os professores e demais profissionais de ensino”, anunciou o chefe do executivo itabirano. “Mas a decisão de os alunos voltarem para a sala de aula fica com os pais. Para isso haverá a opção de aulas remotas”
Espera-se que o prefeito de Itabira mantenha a decisão, anunciada no início de seu governo, de só retornar as aulas presenciais na rede municipal após a imunização de todo o corpo docente e demais colaboradores, incluindo cantineiros, vigilantes, motoristas do transporte escolar.
“Vamos enviar ao Ministério da Saúde um pedido formal para antecipar a imunização de professores em Itabira, mas para isso precisamos ter uma resposta positiva.”
Novos critérios
Nesta sexta-feira (28), o Ministério da Saúde publicou nota técnica definindo novos critérios de vacinação pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) para o enfrentamento à Covid-19.
Com os novos critérios, estados e municípios já podem dar início à vacinação da população com idade entre 18 e 59 anos, o que deve ocorrer por ordem decrescente de idade. Mas define também pela manutenção da imunização dos grupos prioritários.
Define também critérios para a imunização de professores, o que deve ocorrer em paralelo à da população em geral. Só que para isso é preciso ter vacinas disponíveis em estoque, o que não acontece atualmente no país.
No caso de disponibilidade de imunizantes, a orientação do governo é para que seja respeitada a seguinte ordem para a campanha de vacinação dos profissionais de educação: creches, pré-escolas, ensino fundamental, ensino médio, profissionalizantes, educação de jovens e adultos (EJA) e ensino superior.
Que se tenha então vacinas para todos.