Enfim, fui vacinado: uma mistura de emoções, alegria e tristeza

Rafael Jasovich*

 “Pai afasta de mim esse cálice

De vinho tinto de sangue”

Hoje tomei a vacina coronavac, a primeira dose.

Ao sair do posto de vacinação senti uma alegria imensa. Ao seguir a caminho da imunização, senti ao mesmo tempo uma tristeza sem fim, ao lembrar das mais de 280 mil mortes, seres humanos, com amigos, famílias, filhos avôs, netos com afetos, com projetos que se quebram com mortes que poderiam ter sido evitadas.

Lembrei-me do negacionismo, a ignorância, e a atitude letal com que o presidente se opõe à ciência, mandando os brasileiros a uma morte anunciada.

Gripezinha, não use mascara, vacina faz você virar jacaré, cloroquina. Tudo isso e mais uma política econômica neoliberal que produz desemprego e fome para os mais vulneráveis.

Gasolina, alimentos, gás de cozinha com preços aviltantes, multidões aglomerando, vão matar de covid e de fome grande parte da população.

E ainda tem a troca de mais um capacho na saúde que já indicou cloroquina, que diz que vai continuar o trabalho de Pazuello.

Parece uma piada de humor negro, mas é o Capitão que manda em tudo. E ele o verdadeiro responsável pelas mortes.

Nós vamos continuar lutando para reverter esta situação. Não sei se teremos sucesso, mas lutaremos até o fim de nossas vidas.

Vacina para todos já!

*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, membro da Anistia Internacional

 

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3 Comentários

  1. Por que não ser assim com a Terra inteira
    Por que uns conseguem e outros não?
    Eu canto uma toada brasileira
    Pedindo um mundo
    Assim pros meus irmãos

    Paulo César Pinheiro.

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