Poda de árvore rompe fiação e energia elétrica é interrompida na ETA do Pará e na vizinhança no domingo de Carnaval

Um destacamento da Polícia Militar Ambiental foi chamado por moradores para fazer a ocorrência do que consideraram crime ambiental, que teria sido ocasionado com o corte de galhos de uma frondosa árvore figueira, em uma residência na rua Nossa Senhora do Carmo, bairro Pará.

Por volta de 9h30 desse domingo de carnaval (14), enquanto era executado o serviço de poda, um galho maior atingiu a rede elétrica em frente à Estação de Tratamento de Água (ETA) do Saae, o que ocasionou um blecaute na rua e redondezas. A energia elétrica só foi restabelecida pela concessionária às 16h30.

“A corda não aguentou o peso do galho e rompeu, caindo em cima da fiação”, contou o encarregado do serviço de poda, que por volta de 12h ainda tentava, mais uma vez sem sucesso, comunicar o ocorrido à proprietária da casa que o contratou para o serviço de poda, a ex-secretária de Meio Ambiente Priscila Braga Martins da Costa.

“Estou tentando falar com ela desde que aconteceu o acidente. Mas o telefone não atende.” Moradores vizinhos e a reportagem deste site tentaram fazer contato com a ex-secretária. Mas também sem sucesso. A informação é que ela estaria passando o feriado de carnaval em sua fazenda, em Nova Era.

Com o rompimento da energia elétrica, o fornecimento de água para o bairro Pará foi momentaneamente interrompido. “A água já não está chegando em meu apartamento”, disse um morador do prédio vizinho.

Ruas mais distantes, como na vizinha Doutor José de Grisolia, foram também afetadas pelo blecaute, que atingiu, inclusive, estabelecimentos comerciais na esquina com a rua Ipoema.

Abusos

Os sargentos Evando e Fernando estiveram no local mas não viram crime ambiental: “danos foram materiais”, classificaram (Fotos: Carlos Cruz e Divulgação)

Outro morador reclamou do fato de o trânsito na rua Nossa Senhora do Carmo ter ficado fechado desde sábado para a execução do serviço de poda, sem interferência e ou autorização da Transita.

“Foi fechada por conta da proprietária e da empresa contratada. Isso é abuso, não de autoridade, que ela não é mais, mas de poder econômico”, protestou.

Chamada pelos moradores, a Polícia Militar Ambiental se dirigiu ao local para verificação dos danos. Mas segundo o sargento Fernando, não se trata de uma ocorrência ambiental, mas de danos materiais.

Isso porque não foi feito corte drástico na centenária e frondosa figueira, mas um corte raso. Isso, segundo ele, é permitido sem precisar de autorização especial, por se encontrar em área privada.

“Não houve dano ambiental”, reforçou o sargento Evando, que comandava a fiscalização. Ele classificou a poda como necessária pelo fato de os galhos terem “invadido” a rua e ameaçavam a fiação elétrica.

Pois foi justamente essa ameaça que se concretizou pelo emprego de mão de obra que não estava preparada e nem dispunha de equipamentos adequados para executar o serviço.

“Como é que a proprietária contrata um serviço dessa proporção e cai fora, não é encontrada para tomar as providências necessárias, que são de sua responsabilidade?”, questionou um dos vizinhos.

De acordo com esse morador, o rompimento do galho e o serviço como vinha sendo executado poderia ter ocasionado acidente de maior proporção.

“Vi um trabalhador pulando do galho para não cair no chão. E ele não usava equipamento de segurança adequado”, denunciou à reportagem, ele também indignado com o fato de o trânsito na rua ter ficado fechado por dois dias.

“Os caras derrubam o galho na fiação, a energia é cortada. E a Priscila está tranquila em sua fazenda com parentes e amigos. E eu aqui sem poder tomar uma cerveja gelada nesse domingo”, reclamou.

“Havia risco de morte. Por pouco um dos trabalhadores despencava do galho a mais de três metros de altura”, relatou, já sério depois de resignar-se com a falta da cerveja gelada na geladeira de sua casa.

Ocorrência

Após as explicações da Polícia Ambiental, que não viu ilegalidade na poda da árvore, os moradores acionaram os policiais do 26º Batalhão da Polícia Militar, que registraram a ocorrência.

“De posse da ocorrência, quem se sentir prejudicado, moradores e também o comércio, pode pedir judicialmente o ressarcimento pelos danos”, disse esse morador.

“O mais incrível é que a Cemig não tenha sido sequer comunicada pela proprietária que faria essa poda de tamanha proporção. Com certeza ela teria recebido apoio e orientação técnica para fazer o serviço de maneira correta e segura.”

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1 Comentário

  1. Num tô falando . Essa lambança não é nada de comparada com o monte de desmandos praticados por esta pessoa que num deve saber nem como se planta uma árvore. Só fez acabar com a vida várias árvores sem critérios técnicos ou por pedido popular . Esse é o nível dos que tiravam banca de autoridade em nossa cidade .

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