O futuro já começou em Itabira, diz Ronaldo Magalhães, que aposta nos investimentos na Unifei como âncora para a diversificação econômica
Na terceira rodada do Bate-Papo Eleitoral com a OAB, promovido pela 52ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, estabelecida em Itabira, o prefeito Ronaldo Lage Magalhães (PTB), candidato à reeleição pela Frente Itabira, Ação e Desenvolvimento, disse que o município já dispõe de meios para diversificar a sua economia.
E que, persistindo nessa política, Itabira enfim deixará de depender tanto da mineração, como é ainda hoje, passados mais de 78 anos de exploração ininterrupta, e em larga escala, de suas reservas de minério de ferro pela empresa Vale. A exaustão do minério de Itabira está prevista para pouco além da virada desta década.
“A economia de Itabira está caminhando para o futuro”, assegurou o prefeito que, como os seus antecessores, tem apostado na expansão do campus da Unifei, juntamente com a implantação de um Parque Científico Tecnológico, que está atrasado 12 anos. Para ele, são instrumentos eficazes para promover a propalada, necessária e sempre adiada diversificação econômica, tendo a universidade como âncora.
“Estamos trabalhando junto ao Ministério da Educação para implantar uma escola de medicina na Unifei”. Essa é outra proposta – e que também não é nova, uma vez que essa expectativa já passou por tentativas frustradas pela Fundação Comunitária de Ensino Superior (Funcesi) e também pela Unifei.
Outra proposta recorrente em campanhas anteriores, inclusive tendo sido anunciada como já concretizada pelo então candidato à reeleição ao governo de Minas Gerais, o hoje deputado Aécio Neves (PSDB), na campanha de 2006, é a de se ter um aeroporto em Itabira.
No início da campanha, em entrevista a este site, Magalhães admitiu que, com a duplicação da BR-381/262, o município não precisaria de um aeroporto. Mas agora, na OAB, ele volta a insistir com a proposta de ter aviões de cargas aterrissando em Itabira.
“É um projeto que está acoplado ao parque científico”, disse ele, que aposta também na proposta de duplicação da rodovia estadual de acesso a Itabira. “Vamos fazer o projeto para saber o custo dessa duplicação e buscar parcerias privadas, inclusive junto à Vale, com quem tenho bom relacionamento.” Leia a entrevista aqui e aqui.
Recursos hídricos
Outra garantia para o desenvolvimento sustentável de Itabira, segundo o prefeito, foi equacionada com a Vale assumindo o custo integral da transposição, de 600 litros por segundo, de água do rio Tanque para abastecer a cidade.
E, também, para suprir parte da demanda industrial da mineradora, que pretende trazer minérios de outras localidades para concentrar nas usinas do complexo minerador local, acrescente-se.
“No início do ano vamos fazer a tão sonhada obra do rio Tanque, um investimento de US$ 30 milhões. No prazo de um ano e meio, no máximo dois anos, iremos resolver em definitivo o problema da falta de água em Itabira”, prometeu, dizendo-se ter desistido da parceria público-privada (PPP), cujo projeto ele sancionou. “A PPP iria aumentar a tarifa de 25% a 30%”, admitiu.
“Com o acordo que fizemos com a Vale, desistimos da PPP”, afirmou, contudo sem informar que o acordo com a mineradora foi decorrente de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Curadoria de Meio Ambiente da Comarca de Itabira. Leia aqui, aqui e aqui.
Magalhaes destacou também a ampliação da ETA Gatos, que enfrenta problemas de suprimento pela contaminação por manganês no ponto em que a água seria captada, no rio Jirau.
Outra melhoria para o sistema de armazenagem e distribuição foi a construção de um grande reservatório na subida da Pousada do Pinheiro, além do anel hidráulico, com seis quilômetros de extensão, para interligar os sistemas de abastecimento na cidade.
O prefeito rebateu a crítica da oposição de que pretende privatizar a Itaurb e o Saae. Segundo essa crítica, a privatização já estaria ocorrendo por meio de sucessivas terceirizações de serviços que antes eram atribuições da empresa e da autarquia municipal.
“Não existe isso, a Itaurb continua com os seus serviços na capina, varrição, coleta, está normal. A empresa tem dívidas trabalhistas do passado e no momento certo iremos equacionar”, prometeu, caso seja reeleito.
Cabide de empregos
O prefeito Ronaldo Magalhães não gostou quando ouviu referência à velha política do toma lá dá cá, no momento em que a mediadora do bate-papo com a OAB, a advogada Nathalia Rodrigues, fez referência ao empreguismo na Prefeitura. “Eu não sei o que quer dizer como velha política”, ele rebateu.
“Reduzimos 112 cargos comissionados em relação ao que antes existia, além do corte de mais de 600 empregos em outras áreas. Nos dois primeiros anos de governo, cortamos 800 cargos, entre comissionados e terceirizados”, assegurou. O prefeito, entretanto, nada comentou sobre a demissão de vigias da Itaurb, substituídos por vigilância eletrônica.
De acordo com o Observatório Social Brasileiro-Itabira (OSBI), a Prefeitura de Itabira dispõe de 296 cargos de confiança, enquanto a Prefeitura de Londrina, no Paraná, com mais de 560 mil habitantes, dispõe de apenas 72 cargos de livre nomeação do prefeito.
Segundo o prefeito, desde 2017 a Prefeitura vem pagando os salários dos servidores sem atraso, além das promoções atrasadas e as correções salariais devidas. E que, após dez anos, foi realizado concurso público para admissão de pessoal em todas as secretarias.
“Já são mais de 300 novos concursados iniciando no serviço público, entrando pela porta da frente em todas as secretarias, menos na educação, que serão convocados com o reinicio das aulas presenciais.”
Educação
Além de investir na expansão da Unifei como parte da política de diversificação econômica, Ronaldo Magalhães contou que a Prefeitura tem aproveitado que as escolas estão sem atividades para fazer reformas necessárias.
“O mundo inteiro está sendo afetado pela pandemia. Fechamos o comércio por 40 dias e isso fez a diferença, é só ver o número de óbitos na cidade e comparar com outras cidades”, salientou.
“Buscamos alternativas para os alunos com aulas on line e fornecendo apostilas”, disse o prefeito, relacionando o que foi feito até aqui para o enfrentamento à pandemia no município.
“A partir do ano que vem, acredito que a partir do segundo semestre com a vacina já chegando, iremos implantar a escola em tempo integral”, prometeu, informando que já existe estudo para avançar com a proposta. “Vamos implantar gradativamente.”
Faltou acrescentar que em seu programa para o próximo governo está incluída também a implantação de uma escola cívico-militar, que é parte da proposta do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) para a educação básica.
Trata-se do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, lançado no dia 5 de outubro do ano passado pelo Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Defesa.
A aposta do governo de Bolsonaro para a educação básica é na organização rígida das escolas, com gestão compartilhada entre militares e civis.
Com a rigidez militar nas escolas, o governo federal espera manter a ordem, coibindo toda contestação cívica, política e democrática que não sigam as orientações ideológicas do bloco político atualmente hegemônico no país.
Para participar do programa federal, que é a “menina dos olhos” do presidente, juntamente com o projeto da Escola sem Partido, a Prefeitura já inscreveu a Escola Municipal Professora Marina Bragança. Leia mais aqui.
Rodada de conversa
Infelizmente, a campanha eleitoral em Itabira está chegando ao fim sem que alguma instituição tenha promovido debate on line entre os candidatos. O confronto de ideias e propostas para os próximos quatro anos facilitar para o eleitor se definir com “base na razão e não na emoção”, que é o que espera a presidente interina da OAB em Itabira, a advogada Luciana Mendonça.
O bate-papo com a OAB foi a única iniciativa organizada para ouvir, separadamente, e com perguntas previamente estabelecidas, os prefeituráveis de Itabira. Mas infelizmente não aconteceu uma sabatina com os candidatos, mas sim a repetição de perguntas e respostas sem muito aprofundamento.
Foi por discordar do modelo e da ordem sorteada das apresentações que o candidato Marcinho “da Loteria” apresentou como justificativa para não participar da rodada de conversa. Isso embora tenha alegado, oficialmente, compromissos anteriores de campanha para o mesmo horário.
O segundo encontro foi com Alexandre “Banana” (PT) e o terceiro com Jânio Nunes (PSOL). O bate-papo com os candidatos encerra nesta terça-feira com o oposicionista Marco Antônio Lage (PSB), às 19h30, com transmissão on line pela rede social.
Confira a programação do Bate-Papo Eleitoral com a OAB
Dia 03/11 – Marcinho da Loteria (não compareceu)
Links:
Facebook: https://www.facebook.com/events/2585757525018291/
Youtube: https://youtu.be/-3QYy1n2YWc
Dia 04/11 – Alexandre Banana (já realizado, disponível na rede social)
Links:
Facebook: https://www.facebook.com/events/290156378757804/
Youtube: https://youtu.be/ZjcDj8YZGZ8
Dia 06/11 – Jânio Nunes (já realizado, disponível na rede social)
Links:
Facebook: https://www.facebook.com/events/2409430166020108/
Youtube: https://youtu.be/C0Ah2boCIfs
Dia 09/11 – Ronaldo Lage Magalhães (já realizado, disponível na rede social)
Links:
Facebook: https://www.facebook.com/events/278248500203454/
Youtube: https://youtu.be/TiW1GuU13N4
Dia 10/11 – Marco Antônio Lage
Links:
Facebook:
https://www.facebook.com/events/700756700561035/
Youtube: https://youtu.be/9ZapG-DIvSU
Mas é conversado esse tipo aí, desistiu da PPP da água.
Desistiu coisa nenhuma, foi é compelido a aceitar a TAC que obriga essa coisa chamada mineradora Vale que usurpou o nosso direito à água por décadas.
Ele deveria ser o primeiro a contar a história verdadeira dessa TAC e o por quê da desistência da PPP, faltou sinceridade ao prefeito municipal de Itabira nessa questão.