Balada livre em louvor de Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
(Itabira do Mato Dentro, 31 de outubro de 1902 – Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987)
Balada livre em louvor de Carlos Drummond de Andrade
Manuel Bandeira
Louvo o Padre, louvo o Filho,
O Espírito Santo louvo.
Isto feito, louvo aquele
Que ora chega aos sessent’anos
E no meio de seus pares
Prima pela qualidade:
O poeta lúcido e límpido
Que é Carlos Drummond de Andrade.
Prima em Alguma Poesia,
Prima no Brejo das Almas,
Prima na Rosa do Povo,
No Sentimento do Mundo.
(Lírico ou participante,
Sempre é poeta de verdade
Esse homem lépido e limpo
Que é Carlos Drummond de Andrade).
Como é fazendeiro do ar,
O obscuro enigma dos astros
Intui, capta em claro enigma
Claro, alto e raro. De resto
Ponteia em viola de bolso
Inteiramente à vontade
O poeta diverso e múltiplo
Que é Carlos Drummond de Andrade.
Louvo o Padre, o Filho,
o Espírito Santo, e após outra Trindade
Louvo: o homem, o poeta, o amigo
Que é Carlos Drummond de Andrade.
[Suplemento Literário de SP, 27/10/1962. Hemeroteca da BN-Rio]
Na foto, Manuel Bandeira com CDA (Acervo:BN/Pesq.: MCS)
Louvemos Carlos Drummond!