Cai o número de cidades na onda verde em Minas Gerais. Itabira escapa por um triz de retroagir para a onda amarela

Ninguém em Itabira pode alegar que foi por falta de aviso se o município retornar para a onda amarela no próximo 3 de outubro. Leia aqui, aqui e aqui.

Para isso ocorrer, ou não, serão reavaliados, na próxima semana, os indicadores relativos ao ritmo de transmissão (RT) do novo coronavírus (Sars-Cov-2), que provoca a doença Covid-19, assim como a ocupação de leitos, além da taxa de isolamento social, entre outros fatores.

Foi por um triz que o município não retornou para a onda amarela, como ocorreu com grande parte de outras cidades que estavam na onda verde. Isso pela última avaliação pelo Minas Consciente, que tem validade apenas para o período de 26 de setembro a 3 de outubro.

Conforme salientou, em coletiva de imprensa, o secretário de Estado da Saúde, Carlos Eduardo Amaral, a partir de sábado (26), somente a macrorregião Norte de Minas permanece na onda verde, retroagindo todas as demais regiões para onda amarela.

Rosana Linhares, secretária de Saúde: “risco de retrocesso é real com as pessoas ocupando praças e outros locais públicos.” Mas a Prefeitura precisa aumentar a fiscalização em toda a cidade (Fotos: Carlos Cruz)

Entretanto, algumas cidades localizadas em microrregiões onde a pandemia não avançou para um patamar de alto risco, podem ainda permanecer na onda verde, mas já acendendo o sinal de alerta geral.

É o caso de Itabira, conforme explica a secretária municipal de Itabira, Rosana Linhares.

“Estamos no limite, devido ao relaxamento do isolamento social e das medidas de prevenção”, salienta em nota distribuída à imprensa.

De acordo com a secretária de Saúde, as aglomerações de pessoas verificadas nos últimos dias, como se observou no feriado de 7 de setembro, são grandes fatores de risco para o retrocesso.

No feriado, rios, cachoeiras, praças e barzinhos ficaram cheios, com as pessoas sem máscaras, negligenciando o isolamento social que deve ser mantido em todas as ocasiões e circunstâncias. Leia aqui.

Festas particulares, com jovens que podem estar contaminados pelo vírus, mas sem os sintomas, constituem fatores de risco que precisam ser coibidos. É que, mesmo sem saber, esses jovens podem disseminar o vírus entre amigos, colegas de trabalho e familiares que são dos grupos de risco.

Pontuação elevada

Como era previsível, as aglomerações verificadas em Itabira nos últimos dias fez com que o município saltasse de 10 para 12 pontos pelas regras estabelecidas pelo governo de Minas Gerais para manter ou não a distensão das medidas restritivas.

Se chegar aos 13 pontos, o retorno à onda amarela será inevitável. Portanto, o município já está na “taboa da virada” por esse critério.

Se retornar à onda amarela, voltam as medidas restritivas já conhecidas para todas todas atividades econômicas não essências, tanto no comércio como no setor de serviços.

Pelos critério de pontuação, só permanece na onda verde o município que estiver com menos de 12 pontos. Cai para a onda amarela se ficar entre 13 e 19 pontos.

E se ultrapassar 20 pontos vem a onda vermelha, uma situação crítica que pode resultar no isolamento de todo o município. E, nesse caso, não se descarta a decretação do lockdown, com medidas drásticas mas necessárias.

Nesse caso, as pessoas só podem sair de casa por extrema necessidade – e todos, mesmo não sendo dos grupos de risco, devem permanecer no isolamento domiciliar, que é para impedir o avanço da doença e mais mortes que podem ser evitadas.

Desobediência civil

O lockdown é medida drástica, mas que se torna necessária quando há desobediência civil em relação às recomendações de prevenção, de profilaxia e do cuidado com o outro em tempos de pandemia.

Esse “descuido”, que pode ser ate caracterizado como desobediência civil, já vem ocorrendo em Itabira mesmo antes de o município ingressar na onda verde.

E principalmente depois, quando muitos acharam que ao ingressar na onda verde “liberou geral”, como se a cidade retornasse à “normalidade” anterior à pandemia.

Somente com as medidas restritivas de isolamento social, e demais protocolos já estabelecidos, as academias de ginástica, cinemas, parques, igrejas e outros pontos de encontro irão permanecer abertos.

Sem isso, o retrocesso será inevitável – e pode ocorrer já no fim da próxima semana. “Ainda estamos em situação de pandemia, não é hora de relaxar”, salienta Rosana Linhares.

Vigilância permanente

É preciso também que a vigilância em saúde e os fiscais da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano intensifiquem a fiscalização, fechando os estabelecimentos que não cumprem os protocolos de segurança.

Não dá para a Prefeitura ser condescendente com os que não respeitam os protocolos, a saúde e a vida das pessoas.

Isso mesmo que o fechamento dos estabelecimentos possa trazer desgaste eleitoral e dificultar a reeleição do prefeito Ronaldo Magalhães (PTB).

É o que menos importa quando se trata de risco à saúde pública e da urgente tarefa de impedir a propagação do vírus em ritmo acelerado, como já ameaça acontecer na cidade. Afinal, salvar vidas é o que mais importa.

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