Parada no campeonato Brasileiro é crucial para clubes mineiros se acertarem em campo

Luiz Linhares*

Inicia-se, nesta primeira semana de paralisação do futebol de clube, o período de preparação e descansos dos atletas, uma pré-temporada especial, um tempo que os treinadores têm para melhorar o ajuste e rendimento de suas equipes.

A bola no campeonato Brasileiro volta a rolar em 10 de julho e de forma intensa. Além do Brasileiro, muitos clubes disputam ainda a Libertadores das Américas e a Copa do Brasil. Serão jogos em cima de jogos. Vai ser necessário ter gás e força para a bola rolar em campo e obter os resultados esperados.

O Cruzeiro vem sendo a grande decepção do campeonato Brasileiro. Com nove rodadas realizadas, está a sete jogos sem vencer. E o que é pior, chegou à parada entre os piores na tabela de classificação, encontrando-se no grupo daqueles que seriam rebaixados se assim terminasse.

Claro que nada ainda é desesperador. Afinal, faltam 29 rodadas pela frente, com 87 pontos em disputa. De sua atual posição, a diferença para aqueles que pontuam no meio da tabela é de apenas três pontos.

Ou seja, tudo muito controlável. Nada que uma preparação bem feita, algumas mudanças treinadas e preparadas, pode alterar para o time celeste se recuperar no Brasileiro. Ficou ruim para o cube estar onde está, mas acredito que será uma fase passageira e que em julho se acertará.

E esse acerto precisa ser urgente. Já de cara, no primeiro confronto de volta pela Libertadores, o Cruzeiro enfrente o River Plate, da Argentina. Que passe logo essa crise que afeta a performance dos jogadores em campo.

Numa simples análise, vislumbro que o Cruzeiro irá superar esse mau momento, voltando a jogar com a qualidade que sempre demonstrou em campo. O time o treinador Mano Menezes tem tradição em competições  eliminatórias. Que essa tradição prevaleça, valendo também para a Copa do Brasil no confronto regional, onde não há favoritismo.

Pelo lado político, o cenário é o pior possível, com as acusações, descobertas e mauuso de recursos e do próprio patrimônio do clube. Situações que desestabilizam de forma administrativa, afastam receitas e podem interferir naquilo tudo que se faz para o time em campo.

Esta na hora de se lavar toda essa sujeira com a rapidez que o caso requer, na forma da lei. E que, superada a crise, o torcedor volte a vibrar com um time vencedor, com os bons resultados que o Cruzeiro sabe dar.

Galo se mantém vivo no Brasileirão e busca reforços também para outras competições

No Atlético também esta parada vai ter a sua valia. O treinador ainda interino Rodrigo Santana se disse surpreso com os pontos alcançados até então no Brasileirão e que colocaram o time no grupo dos cinco melhores.

Sem dúvida, o time alvinegro de hoje é outro em relação ao que vinha inicialmente com o Levir Culpi, Vai ter o descanso, uma melhor arrumação tática e alguns reforços que vão chegando.

Tudo isso garantirão, com certeza, uma melhora de grupo e desempenho. Os ajustes com certeza trarão mais estabilidade e melhora na criação. São pontos com certeza detectados e fruto de uma análise e treinamento mais profundo.

Batalha dura também terá o Galo em julho. Tem o confronto com o rival Cruzeiro pela Copa do Brasil de imediato, numa disputa sem favoritismo. No Brasileirão tem a missão de permanecer entre os primeiros. E mais pelo fim do mês, o Galo enfrenta o Botafogo, um adversário que tem sido duro de se bater na competição Sul-Americana.

Verdade seja dita: nada será fácil e de momento resta à opção de se encorpar e treina. Essa é a receita para a superação de obstáculos.

Copa América tem ingressos caros, estádios vazios mas com receitas em alta

Começou a Copa América e o que tem assustado é o preço dos ingressos, afastando o torcedor e sendo objeto apenas para os mais abastados, os brasileiros e sul-americanos mais endinheirados.

O jogo em Belo Horizonte, no Mineirão, nesse domingo, entre o Uruguai e o Equador, teve apenas 30% de sua ocupação. O ingresso mais em conta sai entre R$ 120 e R$ 180 reais, sendo que a média dos ingressos fica na casa de quase R$ 500.

O Brasil estreou contra a Bolívia, no Morumbi. Compareceram 46 mil torcedores, gerando uma renda fantástica de R$ 22 milhões. Em Salvador, pela qualidade do jogo entre Argentina e Colômbia, estiveram presentes 35 mil torcedores, com  renda superior a R$ 9 milhões.

O certo é que a Conmebol ainda não caiu na real em relação ao que se desenha economicamente no continente. Não deu conta de que o país sede enfrenta uma recessão, com quase 20 milhões de desempregados.

E que a vizinha Venezuela vive caos generalizado, enquanto a Argentina mergulha também em um fracasso econômico. E assim, por essa conjuntura recessiva segue a maioria dos países do continente.

Futebol de seleção em estádios é coisa para rico, estádio lotado não interessa. O que vale é faturar, custe o que custar.

No se se viu inicialmente em campo, a Colômbia deixou a Argentina em situação complicada, obrigada a superar o Paraguai de qualquer jeito já na segunda rodada.

O Uruguai sobrou contra o Equador no Mineirão e fez quatro. Já o Brasil venceu a Bolívia no segundo tempo sem empolgar. Mas tem confiança e condições de vencer, devolvendo a alegria do torcedor brasileiro. É o que esperamos – e torcemos.

*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM

 

 

 

 

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