Resolução da ANM proíbe barragens acima de instalações com trabalhadores, como é o caso da mina Conceição
Por determinação de resolução da Agência Nacional de Mineração (AMN), publicada nesta segunda-feira (18), todas as unidades produtivas das mineradoras em que houver qualquer tipo de instalação, obra ou serviço localizados a uma distância de até dez quilômetros abaixo das barragens, ou que podem ser atingidos por eventual transbordamento em 30 minutos, terão de ser desativadas.
Se essa resolução se aplicar também para as barragens alteadas a jusante, ela atinge o Complexo Conceição. É que a barragem homônima se encontra a poucos metros acima das usinas Conceição I e II, como também está a montante de britadores, sala de controle, oficina mecânica, restaurante e escritório.
O complexo Conceição dispõe de duas usinas de concentração de minério de ferro. É responsável por mais da metade da produção anual de mais de 40 milhões de toneladas de pellets-feed em Itabira.
Para a continuidade do empreendimento, de acordo com essa resolução, as instalações abaixo de barragens terão de ser desativadas até 15 de agosto de 2023. No caso do complexo Conceição, isso seria impossível de ocorrer, pela dimensão das estruturas industriais existentes. No complexo foi recentemente construída uma nova usina e a antiga foi adaptada para também processar o minério itabirito compacto.
A resolução não inclui atividades transitórias próximas das barragens, sendo permitido trânsito de empregados, seja a pé ou de carro. Mas determina também o descomissionamento (fechamento com medidas ambientais mitigadoras) de todas as barragens contendo rejeitos de minério construídas a montante. Para a desativação dessas estruturas a resolução deu prazo até 15 agosto de 2021.
A reportagem do site Vila de Utopia entrou em contato com a assessoria de imprensa da Vale e aguarda retorno para mais esclarecimentos.
Consulta pública
De acordo com o portal G1, em Itabira estão seis barragens nessa situação, mesmo que elas tenham sido construídas com alteamento a jusante, consideradas mais seguras. São todas classificadas como sendo de baixo risco, mas com grande dano associado em caso de rupturas.
Para essas estruturas com alteamento a jusante, ficou estabelecido prazo até 15 de agosto próximo para que sejam concluídos os estudos para reduzir o aporte de água nas barragens. A expectativa é para que sejam excluídas da resolução da ANM as barragens com alteamento a jusante, como são as de Itabira, pelo menos as principais.
Mas para isso, terão de ser adotadas mais medidas cautelares que assegurem a proteção de trabalhadores e comunidades vizinhas. A saída possivelmente será a construção de diques secos de contenção do material carreado, para amortecer os impactos em casos de rompimento.
A resolução da ANM pode ser modificada. é o que prevê a própria medida. Para isso, foi aberta uma consulta pública com prazo de 30 dias para avaliar os impactos decorrentes dessas últimas medidas impostas pelo órgão governamental responsável pela fiscalização do setor mineral no país.
Localização das barragens que ameaçam estruturas com trabalhadores
- Ouro Preto: 10
- Itabira: 8
- Itatiaiuçu: 6
- Itabirito: 4
- Nova Lima: 4
- Brumadinho: 3
- Rio Acima: 3
- Igarapé: 2
- Mariana: 2
- Nazareno: 2
- Barão de Cocais: 1
- Caeté: 1
- Congonhas: 1
- Fortaleza de Minas: 1
- Itapecerica: 1
- São Tiago: 1
(Fonte: G1, com ANM)
a males que vem para o bem estar. fico pensando itabira sem partícula de minério em suspensão no ar, sem barulho e, assim os itabiranos, os que trabalham, os que produzem podem começar a aquecer o miolos para pensar NO FUTURO, futuro sem mortes matadas assassinadas por um homem que ganha 1.600 mil por mês. será uma oportunidades pra os trabalhdores de itbira arregaçar as mangas e expandir o conhecimento que acumularam como homens de ferro. e não me importo de ler os insultos às minhas ideias anárquicas, mas não assassinas não ladras, não incomoda a minha luminosa insignificância, afinal…
Carlos, esqueci de dizer muito obrigada pelo seu jornalismo, não é puxasaquismo é dever da única mulher que escreve periodicamente na Vila nossa de toda Utopia. Beijoca Carlos, amo você. Obrigada
Fico imaginando um barreloduto a transportar todo esse material para diversos outros locais esparrodados pelo município de Itabira.
Vai florescer a indústria mecânica de instalação e manutenção de barreloduto, com bom volume de mão de obra, mesmo que continue a ser braçal.
Fica sempre na minha memória também, Cristina, daquele tempo que sempre tínhamos ar fresco e desempoeirado, podíamos respirar a todo pulmão sem correr o risco da contaminação ou de bronquites diversas.
Um pensamento, agora imagino a Itabira dos anos 50, com pequenas industrias a CVRD pequena sem barragens sem barulho conheciamos a todos. Acho que estariamos melhores apenas usufruido dos avanços tecnológicos e do turismo. É muito louco,mas, foi o que surgiu assim desta historia de milhares de lama.
Carlos, vc deu um furo com esta matéria, depois de sua publicação, à noite os PIGs deram a notícia. Parabéns e simbora pois tudo está por fazer.